sexta-feira, 17 de maio de 2013

Papa pede fim da tirania do dinheiro

O governo brasileiro vai instalar baterias antimísseis no Rio durante a visita do papa Francisco, em julho

Vaticano. Papa Francisco pediu ontem aos líderes mundiais que acabem com a "tirania" do dinheiro e a "ditadura de uma economia sem rosto" ou verdadeiro objetivo humano.

O pontífice defende uma reforma financeira global que beneficie a todos. Disse que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promovê-los FOTO: REUTERS
"A adoração do bezerro de ouro encontrou uma nova e insensível imagem no culto do dinheiro e na ditadura de uma economia que não tem rosto e que carece de qualquer verdadeiro objetivo humano", disse Francisco aos embaixadores no Vaticano.

Bens de consumo
As ideologias mais radicalmente favoráveis ao livre mercado criaram uma "nova, invisível e, às vezes virtual, tirania" e seres humanos "considerados como bens de consumo", declarou o pontífice, que defendeu uma reforma financeira global que beneficie a todos.
"A solidariedade, que é o tesouro dos pobres, costuma ser considerada contraproducente, oposta à lógica da finança e da economia", lamentou.

"O papa tem a obrigação, em nome de Cristo, de recordar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los, promovê-los. O papa solicita a solidariedade desinteressada e um retorno da ética a favor do homem na realidade econômica e financeira", completou o pontífice.

Antimísseis
Com a visita do papa Francisco ao Brasil em julho, o governo federal vai instalar baterias antimísseis no Rio. O arsenal, que também foi usado durante a Rio+20, quando mais de 100 chefes de Estado passaram pelo Rio, faz parte de um plano de combate ao terrorismo que o governo está preparando para proteger a região onde será realizada a 26ª Jornada Mundial da Juventude, em Guaratiba.

Os gastos com defesa estão orçados em cerca de R$ 27,5 milhões. Desse total, R$ 26,3 milhões serão gastos em custeio, dinheiro para deslocamento de tropas, compra de combustível e aluguel de banheiros químicos, por exemplo.

O restante, R$ 1,2 milhão, será para investimento como treinamento de pessoal e aquisição de programas de informática.

Herança
O Ministério da Defesa argumenta que os investimentos deixarão uma herança que será usufruída pela população. Parte dessa verba será empregada na compra de equipamentos de uso permanente das Forças Armadas. Serão adquiridos programas de defesa cibernética, munição para armas não letais e material de primeiros socorros.

Ainda segundo o Ministério, o aparato que o governo mobilizará é exigência da Santa Sé, que tem um protocolo obrigatório a ser seguido em todos os países por onde o papa passa. Um avião Hércules será usado no transporte de dois papa-móveis. O avião sai do Brasil e vai a Roma buscar os blindados e, depois que a Jornada acabar, voltará para devolvê-los. Essa operação deverá custar R$ 1 milhão.

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