segunda-feira, 11 de março de 2013

Dom Odilo celebra missa e atrai mídia

Metade do público que lotou a igreja era da imprensa e foi cobrir a cerimônia celebrada pelo brasileiro
Cidade do Vaticano. A missa celebrada pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, indicou ontem que, para a imprensa estrangeira, ele está entre os mais cotados para suceder o papa Bento XVI. Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas italianos, espanhóis, portugueses, norte-americanos e canadenses lotaram ontem a Igreja Santo André, no centro de Roma, para assistir à cerimônia.


Apontado como um dos favoritos a votos no conclave, o arcebispo de São Paulo, atraiu o interesse de veículos de comunicação de vários países FOTO: REUTERS

Dom Odilo nasceu em uma família de 13 filhos, de pais descendentes de alemães radicados no interior do Rio Grande do Sul. O cardeal é formado em Teologia, no Studium Theologicum da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, é mestre em Filosofia e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Dom Odilo domina vários idiomas, entre eles alemão, italiano e latim.

Às vésperas do início do conclave (reunião de cardeais para eleição do papa), a imprensa italiana e internacional intensifica as apostas sobre quem será o sucessor de Bento XVI. Com o voto secreto, garantido por juramento dos cardeais e pela cédula queimada, as especulações em torno do nome aumentam.
Mais cotados

Na relação dos cardeais com chance de suceder Bento XVI, o nome de dom Odilo passou a ser citado com mais frequência, embora ainda haja menções a outros candidatos.

Na lista de mais citados entre os que têm possibilidade de vencer no conclave também estão: Peter Turkson, de 64 anos, ganense, chefe da Comissão de Justiça e Paz do Vaticano, Laurent Monsengwo Pasinya, de 74 anos, congalês, arcebispo de Kinshasa, no Congo e ainda Angelo Scola, de 71 anos, arcebispo de Milão, na Itália.

Atenção da imprensa

O cardeal Odilo Scherer, fez um ar de surpresa ao chegar às 10 horas de ontem, com meia hora de antecedência, à igreja de Sant´Andrea al Quirinale, da qual é titular, ao lado do palácio do governo, em Roma.

"Quanto jornalista para assistir à missa, que maravilha", brincou sorridente o cardeal, cercado de cerca de 50 repórteres, fotógrafos e câmeras de TV, que esperavam por ele à porta do templo dos padres jesuítas.

Metade do público que lotou a pequena igreja era da imprensa e não se encontrava ali para cobrir a cerimônia, mas para documentar a presença do principal concorrente do cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão, que celebrava na mesma hora na igreja dos Santos 12 Apóstolos, a alguns quarteirões do Quirinale.

Dom Odilo cumprimentou algumas pessoas na entrada, entre elas o embaixador do Brasil na Santa Sé, Almir Franco de Sá Barbuda, e o casal italiano Maria e Carmine, ambos de 89 anos, que comemoravam 70 anos de casamento.

Antes de iniciar a missa, dom Odilo pediu que todos rezassem "por esse momento importante e tão difícil, mas também cheio de esperança, que a igreja está atravessando". Não fez referência direta ao conclave, mas todos entenderam que o cardeal estava pedindo a intercessão do Espírito Santo na escolha do papa.

Sermão

Ele falou o tempo todo em bom italiano, exceto quando saudou em português o embaixador brasileiro. O sermão durou 22 minutos. Dom Odilo comentou a parábola do filho pródigo - a história do jovem que saiu de casa e dilapidou a herança recebida do pai. O cardeal disse que, como na parábola, Deus está sempre disposto a acolher de volta o pecador que abandona sua fé e se afasta da Igreja.

O embaixador Almir Barbuda, que disse ter comparecido à missa em deferência a dom Odilo, observou ser impossível prever o resultado do conclave, dado o sigilo do processo de eleição do papa. "Se for eleito um papa brasileiro, será muito bom e a expectativa é grande", declarou.

Shalom

A seu lado, o fundador do Shalom, Moisés Azevedo, de Fortaleza (CE), informou que os 40 mil membros de seu movimento - sacerdotes, celibatários e famílias - estão rezando pela eleição do papa. "O papa é um dom de Deus, seja quem for escolhido, mas se for um brasileiro ficaremos ainda mais felizes", disse.

Outros três dos cinco cardeais brasileiros com direito a voto no conclave celebraram missas nas igreja das quais são titulares: dom Cláudio Hummes, dom Raymundo Damasceno Assis, e dom Geraldo Majella Agnelo. Apenas dom João Braz de Aviz, que mora em Roma, avisou que não celebraria em sua igreja.

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