O Hospital Infantil Albert Sabin é a unidade de referência de tratamento de crianças com a doença em Fortaleza Foto: Waleska Santiago |
No ano passado, a enfermidade foi a causa da morte de 16% dos meninos e meninas de um a nove anos
No Dia Mundial de Combate à Pneumonia, comemorado ontem, os dados sobre a doença ainda são alarmantes. No Ceará, em 2011, a pneumonia foi a segunda principal causa de morte entre crianças de um a nove anos, com 36 óbitos, o que representa 16% do total. Já entre as crianças menores de um ano, essa foi a terceira principal causa de morte, com 80 casos, compreendendo 6% do total. Em Fortaleza, a unidade de referência de tratamento de pneumonia em crianças é o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). Naquela instituição, de 2011 a 2012, houve uma redução no número de casos. No ano passado, até o dia 12 de novembro, foram 1.601 casos. Já neste ano, em igual período, 1.391 pessoas contraíram a doença, o que significa uma redução de 210 ocorrências, ou seja, de 13%.Apesar de não existirem dados sobre a quantidade de pessoas infectadas com a enfermidade, são os postos de saúde os responsáveis pelo diagnóstico e tratamento. No mundo, a pneumonia é a principal causa de morte de crianças menores de cinco anos e representa 28% da mortalidade global por doenças imunopreveníveis, de acordo com dados da Coligação Mundial contra Pneumonia Infantil. Para a coordenadora do serviço de pneumologia do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Tânia Brígido, é importante que as mães estejam atentas a sintomas como febre alta, tosse e dor nas costas. "A pneumonia gera temperaturas acima de 38 graus, tosse cheia e dor torácica. O diagnóstico é feito através do histórico do paciente, exame clínico e de imagem, no caso o raio X", explica.
Viroses
A pneumologista esclarece que gripe não gera pneumonia. "As viroses podem até deixar a imunidade mais baixa, mas a pneumonia não é causada por gripes mal curadas, como as pessoas dizem. Às vezes, uma infecção de garganta ou de pele causadas por estafilococos pode gerar uma pneumonia", diz a médica.
Segundo Tânia Brígido, a doença tem mais probabilidade de se agravar nas crianças menores de cinco anos, nos idosos e em pessoas com alguma doença crônica, como diabetes. "As mais comuns são as causadas por pneumococos", destaca.
O tratamento, feito à base de antibióticos, pode durar de uma semana a 15 dias. "A mãe deve estar atenta aos horários da medicação para que o tratamento seja bem sucedido", diz.
A vendedora ambulante Elivanda Carvalho mora no Vila União e já teve várias pessoas na família acometidas pela doença, inclusive a filha Ana Beatriz, de três anos. "Ela passa o dia na creche e lá, de vez em quando, pega sol demais, poeira. Quando ela tinha três anos, teve a doença e aí teve que tomar antibiótico, mas já está bem".
Contudo, Elivanda perdeu um irmão com a enfermidade e, recentemente, uma irmã passou dois meses internada com pneumonia. "É uma doença que, se a pessoa não cuidar, pode até morrer. Meu irmão bebia e isso atrapalhava o tratamento, não deu para salvar. A minha irmã trabalhava fazendo churrasco e só se preocupou com a tosse quando estava com febre quase todo dia. Passou dois meses no Hospital de Messejana", relata.
A dona de casa Luiza Rodrigues também passou seis meses em tratamento para se curar da pneumonia. "Fiz o tratamento direitinho. Mas os antibióticos são muito fortes, fiquei mais magra, perdi até a vontade de comer", lembra.
Por conta da doença, Luiza Rodrigues passou a se cuidar mais. "Eu trabalhava no mercado de Senador Pompeu e, mesmo gripada, andava muito sob o sol quente. Não faço mais isso e também diminuí a quantidade de cigarros. Agora, só fumo cinco e, antes, era uma carteira por dia", afirma.
KELLY GARCIAREPÓRTER
No Dia Mundial de Combate à Pneumonia, comemorado ontem, os dados sobre a doença ainda são alarmantes. No Ceará, em 2011, a pneumonia foi a segunda principal causa de morte entre crianças de um a nove anos, com 36 óbitos, o que representa 16% do total. Já entre as crianças menores de um ano, essa foi a terceira principal causa de morte, com 80 casos, compreendendo 6% do total. Em Fortaleza, a unidade de referência de tratamento de pneumonia em crianças é o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). Naquela instituição, de 2011 a 2012, houve uma redução no número de casos. No ano passado, até o dia 12 de novembro, foram 1.601 casos. Já neste ano, em igual período, 1.391 pessoas contraíram a doença, o que significa uma redução de 210 ocorrências, ou seja, de 13%.Apesar de não existirem dados sobre a quantidade de pessoas infectadas com a enfermidade, são os postos de saúde os responsáveis pelo diagnóstico e tratamento. No mundo, a pneumonia é a principal causa de morte de crianças menores de cinco anos e representa 28% da mortalidade global por doenças imunopreveníveis, de acordo com dados da Coligação Mundial contra Pneumonia Infantil. Para a coordenadora do serviço de pneumologia do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Tânia Brígido, é importante que as mães estejam atentas a sintomas como febre alta, tosse e dor nas costas. "A pneumonia gera temperaturas acima de 38 graus, tosse cheia e dor torácica. O diagnóstico é feito através do histórico do paciente, exame clínico e de imagem, no caso o raio X", explica.
Viroses
A pneumologista esclarece que gripe não gera pneumonia. "As viroses podem até deixar a imunidade mais baixa, mas a pneumonia não é causada por gripes mal curadas, como as pessoas dizem. Às vezes, uma infecção de garganta ou de pele causadas por estafilococos pode gerar uma pneumonia", diz a médica.
Segundo Tânia Brígido, a doença tem mais probabilidade de se agravar nas crianças menores de cinco anos, nos idosos e em pessoas com alguma doença crônica, como diabetes. "As mais comuns são as causadas por pneumococos", destaca.
O tratamento, feito à base de antibióticos, pode durar de uma semana a 15 dias. "A mãe deve estar atenta aos horários da medicação para que o tratamento seja bem sucedido", diz.
A vendedora ambulante Elivanda Carvalho mora no Vila União e já teve várias pessoas na família acometidas pela doença, inclusive a filha Ana Beatriz, de três anos. "Ela passa o dia na creche e lá, de vez em quando, pega sol demais, poeira. Quando ela tinha três anos, teve a doença e aí teve que tomar antibiótico, mas já está bem".
Contudo, Elivanda perdeu um irmão com a enfermidade e, recentemente, uma irmã passou dois meses internada com pneumonia. "É uma doença que, se a pessoa não cuidar, pode até morrer. Meu irmão bebia e isso atrapalhava o tratamento, não deu para salvar. A minha irmã trabalhava fazendo churrasco e só se preocupou com a tosse quando estava com febre quase todo dia. Passou dois meses no Hospital de Messejana", relata.
A dona de casa Luiza Rodrigues também passou seis meses em tratamento para se curar da pneumonia. "Fiz o tratamento direitinho. Mas os antibióticos são muito fortes, fiquei mais magra, perdi até a vontade de comer", lembra.
Por conta da doença, Luiza Rodrigues passou a se cuidar mais. "Eu trabalhava no mercado de Senador Pompeu e, mesmo gripada, andava muito sob o sol quente. Não faço mais isso e também diminuí a quantidade de cigarros. Agora, só fumo cinco e, antes, era uma carteira por dia", afirma.
KELLY GARCIAREPÓRTER
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