sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Drogas criadas com veneno de cascavel e da saliva de carrapato são novas aliadas contra o câncer


Veneno da cascavel ajudou cientistas do Instituto Butantã a desenvolver droga eficaz no combate ao câncer de pele Imagem: Reprodução da TV / Rede Globo
 

Mais uma vez o Instituto Butantan mostra que mesmo os animais considerados mais peçonhentos podem ser úteis para a saúde humana.
Dessa vez, eles observaram que uma toxina presente no veneno da cascavel (nome popular de várias espécies dos gêneros Crotalus e Sistrurus) foi eficaz no combate às células tumorais envolvidas no desenvolvimento do câncer de pele.
A substância, conhecida como crotamina, ajudou a controlar a doença em ratos de laboratório. O mesmo composto é usado pela serpente na paralisação de suas presas.
A toxina entra rápido nas células. E, em testes de laboratório com camundongos, os pesquisadores perceberam que a crotamina prefere as células que se dividem rápido, como as do melanoma – conhecido como câncer de pele.
” A melanoma é um câncer que cresce muito rápido, um câncer muito agressivo e um câncer que produz bastante metástase”, diz Irina Kerkis, diretora do Laboratório de Genética do Instituto Butantan. Através das imagens feitas com microscópio, as manchas de cor mais forte são as células onde a crotamina entrou. Todas elas são cancerígenas.
Resultados empolgam cientistas
Os camundongos que tem câncer de pele e receberam o tratamento com a toxina durante 21 dias sobreviveram. Os outros, sem tratamento, morreram. depois de mais 40 dias de observação, os camundongos tratados ou tiveram uma redução drástica do tumor ou ficaram curados. “A crotamina, praticamente contorna todos os problemas que surjam quando se trata do desenvolvimento de uma droga anti-cancerígena”, afirma a diretora.
Os resultados são tão bons, que os pesquisadores já começaram a investigar o tratamento com a toxina em outros tipos de câncer, mais agressivos, como o de mama e o de pulmão. A crotamina quase não dá alergia e não afeta as células normais do organismo. Os pesquisadores já estudam a possibilidade de criar esta toxina de forma sintética, ou seja, fazer em laboratório. Se eles conseguirem, não vai ser mais necessário usar o veneno da cascavel.
Imagem: Pesquisa Fapesp
 
Saliva do carrapato também pode ajudar
Um outro animal peçonhento também está na mira dos pesquisadores do Instituto Butantã. A partir da glândula que produz a saliva do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), eles desenvolveram em laboratório a Amblyomin-x, uma proteína que mata células cancerígenas. A pesquisa também está na fase de testes em animais.
Com Informações: Jornal Hoje

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