Sem outra fonte de subsistência, homem do campo procura ter ganhos com produtos para reciclagem
Canindé. Agricultores deste município passaram a ser mais notados com maior frequência na sede, desde o agravamento da seca que atingiu a região do semiárido. A chegada à zona urbana é explicada como uma busca por algum meio de subsistência. Uma das alternativas encontrada é o ofício de catador de lixo. Com ele, também animais são atraídos para os resíduos sólidos que se acumulam nos principais corredores daquela cidade, onde funciona um intenso comércio varejista.
Canindé. Agricultores deste município passaram a ser mais notados com maior frequência na sede, desde o agravamento da seca que atingiu a região do semiárido. A chegada à zona urbana é explicada como uma busca por algum meio de subsistência. Uma das alternativas encontrada é o ofício de catador de lixo. Com ele, também animais são atraídos para os resíduos sólidos que se acumulam nos principais corredores daquela cidade, onde funciona um intenso comércio varejista.
Tanto o agricultor quanto os animais saíram da zona rural e passaram a ocupar as ruas centrais de Canindé
Esse o caso do agricultor Francisco dos Santos de 42 anos, que percorre 18 quilômetros todos os dias para exercer a atividade de catador de resíduo, n as praças e ruas centrais de Canindé.
Expulsão
"A seca nos expulsou do campo, não tenho condições de ficar olhando meus filhos passar fome. Prefiro fazer esse esforço a ver minha família passar fome´´, disse Santos.
Segundo ele, em épocas de inverno planta milho, feijão, jerimum, melancia, pepino e fava. ´´Sou um homem sem estudo, mas com força e coragem para sustentar minha família e honrar meu compromisso de pai´´, afirmou o agricultor.
Antes de tomar essa decisão, não tinha o que comer e não podia comprar fiado. Agora fatura todas as semanas R$ 120,00 e ainda sobra para compara a misturam o que muitos agricultores chamam de carne, mesmo sendo da última classe.
Um quilo de garrafas pet custa para o comprador R$ 0,40. Já o alumínio R$ 1,00. O plástico é vendido R$ 0,80. Um quilo de ferro R$ 0,15. O mais caro é o cobre que vale no mercado R$ 7,00, mas é também raro de ser encontrado no descarte.
Animais
A comercialização é complicada uma vez que as negociações são feitas junto a atravessadores. No entanto, em tempos de que não o que comer no campo e não postos de trabalho na cidade, a subsistência é buscada entre aqueles que buscam vender produtos para usinas de reciclagem. Os mais procurados são papéis, metais, vidros e tecidos. Restos de podas também interessam os catadores, que utilizam como produto de lenha.
Perdas
O agricultor Manoel Firmino da Silva de 48 anos de idade, residente na localidade de Barro Vermelho, às margens da BR-020, também é exemplo de trabalhador que perdeu toda a lavoura e agora tenta a sorte na luta pela sobrevivência na zona urbana do município. Ele disse que se cansou de esperar pela ajuda assistencialista do poder público.
Reciclagem
Todos os dias ele segue a pé para o Centro comercial de Canindé na tentativa de vender materiais para fins de reciclagem. O apurado gira em torno de R$23,00, o suficiente para levar para casa algum tipo de alimento.
Quem também sofre com a seca é Fátima Soares de 50 anos. ´´Sou separada do marido e o que meu ex-marido ele deixou para mim foram cinco filhos e nada mais", disse.
O quadro de pessoas e animais vivendo da sujeira depositada nas ruas e praças chama a atenção da comunidade, que assiste assustada a esse novo modelo de êxodo. Por arte dos órgãos públicos ainda não houve uma manifestação.
A grande queixa da comunidade é com relação a ausência de políticas sociais voltadas para o atendimento do homem do campo. Ao mesmo tempo, também reclamam da forma como os animais têm circulado livremente nas vias públicas.
Milhã
Enquanto os efeitos da seca, em que o principalmente problema é a falta d´água vem penalizando a população do sertão Central. Em Milhã, distante 301 quilômetros, tanto a população da área urbana quanto da zona rural estão sofrendo com as consequências da ausência de chuvas que marcou este ano.
Milhã é um dos municípios mais pobres do estado e também é um dos mais castigados pela diminuição da quantidade de chuva que afeta o Ceará desde 2010. A Cogerh já identificou a cidade como entre aquelas é que o abastecimento entrou em colapso. O Açude do município está seco e não há caminhões-pipa atendendo os moradores.
Os que mais sofrem com a situação, são os moradores da zona rural que além de enfrentarem a falta de comida enfrentam agora a falta de água para higiene e para beber.
Com a escassez de água não há como os agricultores plantarem. A população aguarda providências das autoridades, que até agora não fizeram nada para amenizar a situação das comunidades deste município.
O problema mais grave é que até mesmo os carros-pipa não chegam à cidade, o que é um problema que ganha ainda mais gravidade, uma vez que açudes e poços estão secos.
ANTÔNIO CARLOS ALVESCOLABORADOR
Expulsão
"A seca nos expulsou do campo, não tenho condições de ficar olhando meus filhos passar fome. Prefiro fazer esse esforço a ver minha família passar fome´´, disse Santos.
Segundo ele, em épocas de inverno planta milho, feijão, jerimum, melancia, pepino e fava. ´´Sou um homem sem estudo, mas com força e coragem para sustentar minha família e honrar meu compromisso de pai´´, afirmou o agricultor.
Antes de tomar essa decisão, não tinha o que comer e não podia comprar fiado. Agora fatura todas as semanas R$ 120,00 e ainda sobra para compara a misturam o que muitos agricultores chamam de carne, mesmo sendo da última classe.
Os resíduos são coletados e alguns itens se transformam em alimento FOTO: ANTÔNIO CARLOS VIEIRA
Um quilo de garrafas pet custa para o comprador R$ 0,40. Já o alumínio R$ 1,00. O plástico é vendido R$ 0,80. Um quilo de ferro R$ 0,15. O mais caro é o cobre que vale no mercado R$ 7,00, mas é também raro de ser encontrado no descarte.
Animais
A comercialização é complicada uma vez que as negociações são feitas junto a atravessadores. No entanto, em tempos de que não o que comer no campo e não postos de trabalho na cidade, a subsistência é buscada entre aqueles que buscam vender produtos para usinas de reciclagem. Os mais procurados são papéis, metais, vidros e tecidos. Restos de podas também interessam os catadores, que utilizam como produto de lenha.
Perdas
O agricultor Manoel Firmino da Silva de 48 anos de idade, residente na localidade de Barro Vermelho, às margens da BR-020, também é exemplo de trabalhador que perdeu toda a lavoura e agora tenta a sorte na luta pela sobrevivência na zona urbana do município. Ele disse que se cansou de esperar pela ajuda assistencialista do poder público.
Reciclagem
Todos os dias ele segue a pé para o Centro comercial de Canindé na tentativa de vender materiais para fins de reciclagem. O apurado gira em torno de R$23,00, o suficiente para levar para casa algum tipo de alimento.
Quem também sofre com a seca é Fátima Soares de 50 anos. ´´Sou separada do marido e o que meu ex-marido ele deixou para mim foram cinco filhos e nada mais", disse.
O quadro de pessoas e animais vivendo da sujeira depositada nas ruas e praças chama a atenção da comunidade, que assiste assustada a esse novo modelo de êxodo. Por arte dos órgãos públicos ainda não houve uma manifestação.
A grande queixa da comunidade é com relação a ausência de políticas sociais voltadas para o atendimento do homem do campo. Ao mesmo tempo, também reclamam da forma como os animais têm circulado livremente nas vias públicas.
Milhã
Enquanto os efeitos da seca, em que o principalmente problema é a falta d´água vem penalizando a população do sertão Central. Em Milhã, distante 301 quilômetros, tanto a população da área urbana quanto da zona rural estão sofrendo com as consequências da ausência de chuvas que marcou este ano.
Milhã é um dos municípios mais pobres do estado e também é um dos mais castigados pela diminuição da quantidade de chuva que afeta o Ceará desde 2010. A Cogerh já identificou a cidade como entre aquelas é que o abastecimento entrou em colapso. O Açude do município está seco e não há caminhões-pipa atendendo os moradores.
Os que mais sofrem com a situação, são os moradores da zona rural que além de enfrentarem a falta de comida enfrentam agora a falta de água para higiene e para beber.
Com a escassez de água não há como os agricultores plantarem. A população aguarda providências das autoridades, que até agora não fizeram nada para amenizar a situação das comunidades deste município.
O problema mais grave é que até mesmo os carros-pipa não chegam à cidade, o que é um problema que ganha ainda mais gravidade, uma vez que açudes e poços estão secos.
ANTÔNIO CARLOS ALVESCOLABORADOR
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