terça-feira, 11 de setembro de 2012

Capital é a que tem mais recusa ao bafômetro

O estudo também indica que Fortaleza registra a maior prevalência de alcoolemia entre as vítimas de acidentes de trânsito, com percentual de 36,5%. Recife e São Paulo aparecem em seguida, com 30,3% e 26%, respectivamente FOTO: JOSÉ LEOMAR
Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que 6,9% dos motoristas fortalezenses se negam a fazer o teste
Estudo do Ministério da Saúde realizado em seis capitais mostra que os motoristas de Fortaleza são os que mais se recusam a fazer o teste do bafômetro. Também foram analisadas as cidades de São Paulo, Recife, Brasília, Curitiba e Manaus.

Em cada capital, foram abordados 258 motoristas, sendo que 6,9% do grupo de Fortaleza não quiseram passar pelo teste. Brasília, com 6,5%, ficou em segundo, seguida por São Paulo, com 6,3%; Curitiba, com 4,6%; Manaus, com 2%, e Recife, com 0,4% dos abordados.

A pesquisa ainda indica que a Capital cearense registrou a maior prevalência de alcoolemia entre as vítimas de acidentes de trânsito, com percentual de 36,5%. Em seguida, aparece Recife, com 30,3% e São Paulo, com 26%.

De acordo com o coordenador do Fórum Brasileiro de Valorização e Preservação da Vida no Trânsito (Fortran/2012), evento no qual os resultados do estudo serão apresentados hoje, e presidente do Instituto Brasileiro em Defesa da Cidadania, Maxwell Ribeiro, a pesquisa "Consumo de Álcool e os Acidentes de Trânsito" analisa o consumo de bebidas alcoólicas e o perfil das vítimas de acidentes de trânsito atendidas em serviços de emergência e institutos médicos legais das seis capitais.

Também na cidade de Fortaleza, as mortes no trânsito aumentaram 30,9%, passando de 1.501 em 2002 para 1.965 em 2010. No Brasil, esse índice ficou em 23,9%.

O estudo também aponta que as motocicletas são as responsáveis por 25% de todos os acidentes que resultam em morte.

Ainda conforme o estudo, os brasileiros estão morrendo mais em acidentes com transporte terrestre, principalmente quando o veículo é motocicleta. Dados de 2010 do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) revelam que 40, 6 mil pessoas, morreram naquele ano, enquanto, em 2002, foram 32,7 mil mortes.

Os dados serão apresentados durante o Fortran/2012, com início para as 19 horas de hoje, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), no Centro, e prosseguindo até a próxima sexta-feira, no Sebrae, na Avenida Monsenhor Tabosa.

Reflexão
O coordenador da Urgência e Emergência da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Alex Mont´Alverne, destaca o evento como um momento de reflexão para o cenário atual, ressaltando o Instituto Doutor José Frota (IJF). "Somente neste feriadão, dos 637 atendimentos, 167 são casos de violência no trânsito, sendo 113 acidentados de motos. O Frotão tem uma média de 600 atendimentos por mês relacionados às motocicletas", diz.

O Sistema Único de Saúde (SUS), afirma Mont´Alverne, conta com um conjunto de ações de promoção de saúde e prevenção e vigilância de acidentes, violências e seus fatores de risco.

Para a prevenção, por exemplo, os ministérios da Saúde e das Cidades assinaram, no ano passado, o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito - Pacto pela Vida.

A meta, segundo aponta Mont´Alverne, é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez anos, como adesão ao Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020, recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), com a coordenação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com ele, como resultado final, o evento deverá produzir a Carta de Fortaleza, com sugestões de estratégias para a redução de acidentes e educação no trânsito para os próximos anos.

Iniciativa
O Fortran é uma iniciativa da sociedade civil organizada e conta com o apoio do Ministério Público do Ceará e do Governo do Estado, através da Sesa e do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE).

No fim do evento, será elaborada a Carta do Fortran, com proposições concretas de soluções de médio e longo prazo para o problema do trânsito.

Levantamento

30,9 por cento foi o aumento do número de mortes no trânsito entre 2002 e 2010, de acordo com a análise. No Brasil, este índice ficou em 23,9%

167 casos de violência no trânsito foram atendidos no IJF durante o último feriadão. Destes, 113 eram acidentes de moto, segundo Alex Mont´Alverne

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