segunda-feira, 18 de junho de 2012

Coleção de raridades é disponibilizada na internet

Discos e fotografias históricas que fazem parte do Arquivo Nirez serão disponibilizados na internet
As postagens de fotos antigas de Fortaleza já fazem sucesso há algum tempo no Facebook de Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez. Aos 78 anos, demonstrando desenvoltura e uma memória impecável em suas postagens, ele possui na rede social mais de 1,6 mil assinaturas e 5 mil amigos. O historiador prova que a internet é, também, espaço para a preservação da memória cultural e, em mais uma empreitada online, lança a versão virtual de seu Arquivo Nirez, coleção composta de mais de 141 mil peças.
O pesquisador Nirez, em sua casa-arquivo: 141 mil peças
 servirão de base para o site que entra no
 ar amanhã. Nele, estarão disponíveis imagens raras
e arquivos em áudio tirados da vasta coleção
 de discos de cera do organizador FOTO: KID JUNIOR


O site entra no ar a partir de amanhã (quando o endereço será divulgado) - com cerimônia de lançamento às 18 horas, no Museu da Imagem e do Som (MIS), casa dirigida pelo pesquisador - e disponibilizará aos usuários fotografias históricas, rótulos de produtos da primeira metade do século XX, gravações registradas em discos de cera, fotos de máquinas antigas pertencentes ao acervo, como vitrolas, câmeras, máquinas de escrever, além de uma cronologia dos principais acontecimentos de Fortaleza, desde 1500.

"A primeira delas é a chegada de Vicente Pinzón no Mucuripe, em fevereiro, antes de Pedro Álvares Cabral ´descobrir´ o Brasil. Tem tudo desde este episódio, ano a ano, mês a mês, dia a dia", garante o historiador. O site é um sonho antigo de Nirez que já adota a internet como meio eficaz para divulgar as peças de seu acervo e facilitar o acesso do público. "Sempre tive vontade de colocar Arquivo Nirez em site, mas não havia possibilidade", conta. A iniciativa foi viabilizada através de um projeto financiado pela Petrobras e em parceria com a Cooperativa Pirambu Digital.

Músicas
Em um projeto anterior, de 2004, Nirez já havia digitalizado os 22 mil discos de cera além de fotografias do acervo. Os dados catalográficos do material foram disponibilizados no endereço projetodiscodeceranirez.com.br. "Com essa relação, já estamos sendo sempre contatados por pesquisadores a procura dessas gravações. Gente do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul. Alguns são especialistas na parte da música popular. Além de publicações interessadas em nossas fotos antigas", comenta.

O grande diferencial do novo projeto, destaca, é que o público terá acesso diretamente ao material digitalizado e não apenas à relação. "A internet é muito importante porque, no momento que você coloca um site desse no ar, você tanto pode ser visto como pode se comunicar com o mundo todo. Não é só com Fortaleza, nem só com os amigos", destaca.

O acervo musical fica disponível em formato mp3, incluindo ainda ficha técnica e capas dos discos, além de material fotográfico e informações sobre os artistas. "São 22 mil discos de cera, o que equivalem 44 mil músicas. Tudo isso vai estar disponibilizado. A pessoa vai poder escutar a música, ver as fotos, dar opinião", adianta. Entre as raridades, estão as primeiras gravações em cera, utilizando ainda um processo mecânico, passando pela produção comercial de discos de meados do século XX.

"Temos todos os sucessos da época de ouro da música brasileira, de 1929 a 1942, que é quando aparecendo grandes nomes como Francisco Alves, Orlando Silva, Carmen Miranda, Odete Amaral, e compositores como Ary Barroso, Noel Rosa e Custódio Mesquita", ilustra Nirez. Além de facilitar o acesso do público, a digitalização contribui para a conservação dos originais que não precisam ser diretamente manuseado.

Atualizações
Além do conteúdo permanente, o site conta ainda com atualizações diárias de notícias relacionadas ao acervo, além de uma rádio com o repertório de cera e programas periódicos. "Vamos estar sempre trazendo curiosidades e informações sobre o acervo, da maneira como o Nirez já vem trabalhando no Facebook, e também detalhes sobre a programação mensal do Arquivo", explica a produtora executiva do projeto, Andréa Vasconcelos.

Ela conta que a ideia surgiu em 2008, quando o Arquivo Nirez completou 50 anos. No ano passado, eles começaram o desenvolvimento do site, que contou com apoio do Pirambu Digital, projeto de formação de jovens em tecnologia da informação.

"Desde esse aniversário, começamos a desenvolver pequenos projetos que dessem visibilidade ao Arquivo. Realizamos exposições, debates, inauguramos uma biblioteca. E a internet era algo que estava muito forte na cabeça do Nirez, de como ele poderia melhorar a disponibilidade das informações", lembra Andréa.

O endereço de acesso ao site e mais detalhes sobre o conteúdo e o funcionamento da ferramenta será apresentado ao público durante a cerimônia de lançamento.

Mais informações
Lançamento do Arquivo Nirez na internet. Dia 19 de junho, às 18 horas, no Museu da Imagem e do Som (Av. Barão de Studart, 410 - Meireles) . Contato: (85) 3101.1206

FÁBIO MARQUESREPÓRTER

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