Boletim contabiliza 7.563 pessoas com dengue no Estado. Centro de Saúde César Cals de Oliveira recebe pacientes com suspeita da doença
FOTO: RODRIGO CARVALHO
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Secretaria diz que números refletem a atual situação de dengue em Fortaleza, e que o estado é de alerta
Confirmada mais uma morte por dengue no Ceará, desta vez no Interior. Agora, somam-se 13 óbitos pela doença no Estado, desses, dez pertencem à Fortaleza. O boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde (Sesa), divulgado ontem, também mostrou uma variação de 20% nos casos confirmados de uma semana para outra.Até ontem, foram contabilizadas pelo documento da Sesa exatas 7.563 pessoas com dengue, enquanto, no último dia 27, esse quantitativo era de 6.288.
Continuam a se destacar os municípios de Fortaleza e Crato, com 4.643 (61,3%) e 831 (11,0%) do total de casos confirmados, respectivamente.
Em relação às mortes, aguarda-se ainda a classificação de oito como sendo por febre hemorrágica de dengue ou por complicação, ambas formas graves.
O titular da Sesa, Arruda Bastos, informou que a situação da doença está sob controle fora de Fortaleza. Em relação à Capital, ele disse que os números do atual boletim retratam a condição da cidade, ou seja, a alta transmissão, mas que o quadro tem possibilidades de mudar.
"A discussão sobre se os dados apresentados pelo município retratam ou não a situação da Capital já foi superada. Eles retratam, sim. Agora, a mobilização é para que se reverta essa curva ascendente de transmissão. Estamos em alerta para dengue e não em epidemia", assegurou o secretário.
Período crítico
De uma semana para outra, houve um aumento de 26% nas confirmações da doença na cidade, o que reflete 959 casos. A curva ascendente já era esperada para o período de abril e começo de maio, considerados os mais críticos do ano. Pelo menos é o que afirmam o titular da Sesa, Arruda Bastos, e o gerente da célula de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antônio Lima.
Porém, o representante do município acrescentou que, se essa curva continuar ascendente nas próximas semanas, poderá ser decretado estado epidêmico.
"Já superamos esse quadro de tendência epidêmica outras vezes, e acredito que isso possa acontecer agora. Nossa maior preocupação, agora, é com os casos graves, que a cada ano tendem a aumentar devido à sensibilização da população aos sorotipos da doença", explicou Antônio Lima.
Ele informou, ainda, que foi pactuado ontem, entre SMS e Sesa, o início da ação dos carros de Ultra Baixo Volume (UBV) na cidade. "Começa segunda-feira (7) em alguns bairros. Ao longo da semana, deve se atingir todos os 119 bairros de Fortaleza".
´Estado epidêmico é irrelevante´
"Estar em estado epidêmico ou não é irrelevante. O que importa é se o sistema de saúde está ou não atendendo a demanda". Esta é a opinião do entomologista da Instituto Oswaldo Cruz (IOC)/ Fiocruz, Rafael Freitas.
O especialista explica que, se o sistema está sobrecarregado e isso causa um transtorno para população, é hora de ter um controle maior e uma cobertura mais abrangente.
"O Ministério da Saúde classifica como epidemia quando se registra uma incidência de 300 casos por 100 mil habitantes, mas existem muitas cidades que chegam a um índice bem superior e não sentem os efeitos de uma epidemia, pois têm sua rede de saúde bem estruturada. Já outras possuem um número menor, como 280, e, rapidamente, já sentem o caos instalado na rede", explicou.
Freitas aponta que essa sobrecarga no sistema é sempre esperada em período de verão ou inverno. "No inverno, temos uma hiponotificação de dengue e, no verão, a hipernotificação. Muitas pessoas confundem os sintomas e acham que estão com doença quando, na verdade, estão com virose ou outra doença".
Por isso, ele ressalta que, em períodos de alta notificação, os números nem sempre representam uma realidade absoluta para quantidade de infectados pela doença.
"Temos muitos casos assintomáticos que não chegam às unidades, assim como nesse período é comum a comunidade médica notificar como dengue casos que não são da doença, isso pelo fato de possuirem sintomas similares. Esse casos nem sempre retornam para sorologia", destaca.
"O ideal é que a incidência seja calculada pelos casos reais, mas, nas épocas endêmicas, se faz pela notificação", concluiu.
THAYS LAVORREPÓRTER
Confirmada mais uma morte por dengue no Ceará, desta vez no Interior. Agora, somam-se 13 óbitos pela doença no Estado, desses, dez pertencem à Fortaleza. O boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde (Sesa), divulgado ontem, também mostrou uma variação de 20% nos casos confirmados de uma semana para outra.Até ontem, foram contabilizadas pelo documento da Sesa exatas 7.563 pessoas com dengue, enquanto, no último dia 27, esse quantitativo era de 6.288.
Continuam a se destacar os municípios de Fortaleza e Crato, com 4.643 (61,3%) e 831 (11,0%) do total de casos confirmados, respectivamente.
Em relação às mortes, aguarda-se ainda a classificação de oito como sendo por febre hemorrágica de dengue ou por complicação, ambas formas graves.
O titular da Sesa, Arruda Bastos, informou que a situação da doença está sob controle fora de Fortaleza. Em relação à Capital, ele disse que os números do atual boletim retratam a condição da cidade, ou seja, a alta transmissão, mas que o quadro tem possibilidades de mudar.
"A discussão sobre se os dados apresentados pelo município retratam ou não a situação da Capital já foi superada. Eles retratam, sim. Agora, a mobilização é para que se reverta essa curva ascendente de transmissão. Estamos em alerta para dengue e não em epidemia", assegurou o secretário.
Período crítico
De uma semana para outra, houve um aumento de 26% nas confirmações da doença na cidade, o que reflete 959 casos. A curva ascendente já era esperada para o período de abril e começo de maio, considerados os mais críticos do ano. Pelo menos é o que afirmam o titular da Sesa, Arruda Bastos, e o gerente da célula de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antônio Lima.
Porém, o representante do município acrescentou que, se essa curva continuar ascendente nas próximas semanas, poderá ser decretado estado epidêmico.
"Já superamos esse quadro de tendência epidêmica outras vezes, e acredito que isso possa acontecer agora. Nossa maior preocupação, agora, é com os casos graves, que a cada ano tendem a aumentar devido à sensibilização da população aos sorotipos da doença", explicou Antônio Lima.
Ele informou, ainda, que foi pactuado ontem, entre SMS e Sesa, o início da ação dos carros de Ultra Baixo Volume (UBV) na cidade. "Começa segunda-feira (7) em alguns bairros. Ao longo da semana, deve se atingir todos os 119 bairros de Fortaleza".
´Estado epidêmico é irrelevante´
"Estar em estado epidêmico ou não é irrelevante. O que importa é se o sistema de saúde está ou não atendendo a demanda". Esta é a opinião do entomologista da Instituto Oswaldo Cruz (IOC)/ Fiocruz, Rafael Freitas.
O especialista explica que, se o sistema está sobrecarregado e isso causa um transtorno para população, é hora de ter um controle maior e uma cobertura mais abrangente.
"O Ministério da Saúde classifica como epidemia quando se registra uma incidência de 300 casos por 100 mil habitantes, mas existem muitas cidades que chegam a um índice bem superior e não sentem os efeitos de uma epidemia, pois têm sua rede de saúde bem estruturada. Já outras possuem um número menor, como 280, e, rapidamente, já sentem o caos instalado na rede", explicou.
Freitas aponta que essa sobrecarga no sistema é sempre esperada em período de verão ou inverno. "No inverno, temos uma hiponotificação de dengue e, no verão, a hipernotificação. Muitas pessoas confundem os sintomas e acham que estão com doença quando, na verdade, estão com virose ou outra doença".
Por isso, ele ressalta que, em períodos de alta notificação, os números nem sempre representam uma realidade absoluta para quantidade de infectados pela doença.
"Temos muitos casos assintomáticos que não chegam às unidades, assim como nesse período é comum a comunidade médica notificar como dengue casos que não são da doença, isso pelo fato de possuirem sintomas similares. Esse casos nem sempre retornam para sorologia", destaca.
"O ideal é que a incidência seja calculada pelos casos reais, mas, nas épocas endêmicas, se faz pela notificação", concluiu.
THAYS LAVORREPÓRTER
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