De vila a metrópole, Juazeiro do Norte acompanha história de um dos seus maiores empreendedores
Juazeiro do Norte. A cidade amanhece em festa. O dia é de feriado para festejar o "Padim" . Hoje, comemora-se os 168 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista. Às 5 horas, uma salva de fogos anuncia a data, e uma multidão se reúne de frente à capela do Socorro, para participar da missa de aniversário celebrada pelo bispo diocesano, dom Fernando Panico. Os fiéis seguem a tradição de acender velas e depositar flores em uma estátua na Praça do Socorro, durante o dia. No fim da tarde, mais uma manifestação de fé que sai da Sociedade Padre Cícero, no Centro, em direção à praça do Socorro. Uma reverência do romeiro que tem crescido nos últimos anos, segundo a Secretaria de Turismo e Romaria da cidade.
Identidade
Segundo o secretário, José Carlos dos Santos, o Padre Cícero é o grande responsável de transformar uma vila em metrópole, em 100 anos de existência. O sacerdote foi o primeiro prefeito da cidade e até hoje exerce influência, no seu contexto de desenvolvimento. Para José Carlos, as romarias são exemplo disso, por preservarem a identidade de Juazeiro do Norte, hoje o segundo maior centro de peregrinação do Brasil e o primeiro do Nordeste.
Há 30 anos, foi iniciada a Semana Padre Cícero. Organizada pela Secretaria, a programação passa a ter um caráter popular. "E não queremos interferir nessa característica, porque é uma forma de gratidão do povo de Juazeiro", diz o secretário. Isso porque as realizações, a exemplo do bolo do Padre Cícero e a seresta realizados na noite de ontem, com os parabéns cantado pela comunidade, acontece com iniciativa popular. E essa colaboração ocorre até mesmo com os romeiros de outros Estados.
Um grupo de 40 pessoas, por exemplo, veio da cidade de Palmares, em Alagoas, e tem lugar cativo entre os participantes do aniversário. Todos os anos, os romeiros trazem um bolo para comemorar a data de aniversário. Desde o fim de semana que eles se encontram na cidade.
As comemorações terminam somente amanhã, com a Corrida Padre Cícero, saindo da Praça da Sé, no Crato, até o Centro de Juazeiro do Norte. São quase dois mil participantes no percurso, de vários Estados brasileiros.
A semana também contou com lançamentos de obras, a exemplo do livro do poeta Pedro Bandeira, lançado na quinta-feira, no Memorial Padre Cícero, com o título "O Poeta Pedro Bandeira Mostra Juazeiro ao Mundo", organizado pelo escritor Franco Barbosa. O V Fórum Padre Cícero, encerrado ontem, levantou um dos principais temas que marca a relação entre Padre Cícero, Juazeiro e o desenvolvimento da cidade, voltado para a fé e trabalho.
Crescimento
O secretário destaca a visão multidimensional do Padre Cícero, dentro desse processo de progresso e desenvolvimento que se apresenta hoje na cidade. "Ele é o grande responsável pelo desenvolvimento econômico, social e cultural", diz. Acrescenta, ainda, que os fatores que levaram a cidade ao crescimento estão relacionados a capacidade do sacerdote de potencializar nas pessoas o trabalho, a partir de suas vocações. E isso, segundo ele, aconteceu durante os momentos que sucederam, principalmente o milagre, em 1889, em que levas de pessoas chegavam à cidade, atraídas pela mística da fé que Juazeiro tomava.
Padre Cícero morreu aos 90 anos, no dia 20 de julho, que hoje é uma data tradicional no calendário da cidade. Esse dia chega a atrair mais romeiros, e tem uma característica diferenciada, já que envolve a participação maior de fiéis de outros Estados. "Hoje é uma data de reconhecimento maior do próprio morador da cidade, que vai fazer o seus agradecimentos", afirma.
O Padre Cícero, em virtude da sua capacidade de atrair pessoas para Juazeiro, segundo José Carlos, se tornou, além de uma liderança, um ícone. Ele destaca o processo das romarias, crescente na cidade. "Hoje mesmo temos romeiros na cidade e essa visitação é contínua", diz. A vinda dos fiéis para a cidade tem consequências diretas no processo de desenvolvimento da região.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro, Michel Araújo, afirma que as grandes romarias influenciam o comércio de forma considerável. Mesmo movimentando o setor informal amplamente, segundo Araújo, o dinheiro fica dentro da cidade e circula.
"Podemos falar do Padre Cícero, primeiro como grande idealizador da cidade", diz ele. O dirigente lojista ressalta a proximidade do próprio empreendedor da cidade com o "Padim". É comum se ver nas lojas da cidade imagens do sacerdote.
Michel Araújo, mesmo enfatizando a importância do religioso, como influenciador do processo de desenvolvimento econômico, destaca as romarias e sua relevância na religiosidade do povo nordestino. E vai mais além, quando destaca esse papel influente do sacerdote no contexto regional.
Daniel Walker afirma que, em vida, o Padre Cícero já comemorava em sua residência o aniversário, com grande participação popular. Após a sua morte, as pessoas continuaram comemorando. Para o historiador, as romarias têm um número maior de pessoas, por ser outra forma de expressão, que se caracteriza pela saudade. No dia da missa de aniversário, há a presença de romeiros. São mais funcionários públicos, aposentados, já que a grande maioria dos devotos são das áreas rurais nordestinas.
Ele recorda de sua infância, a prática de soltar balões na noite de aniversário, abolida por conta dos riscos de incêndio. O show pirotécnico continua. O bolo gigante, coordenado por Mãe Cicinha, e feito de forma coletiva, é cortado no dia 23. Uma festa que acontece no bairro Socorro, nas proximidades da Capela, acompanhada da seresta.
Semana
168 anos de nascimento do Padre Cícero são comemorados em Juazeiro do Nordeste desde o último domingo. Festa prossegue até amanhã no Município
ELIZÂNGELA SANTOSREPÓRTER
Juazeiro do Norte. A cidade amanhece em festa. O dia é de feriado para festejar o "Padim" . Hoje, comemora-se os 168 anos de nascimento do Padre Cícero Romão Batista. Às 5 horas, uma salva de fogos anuncia a data, e uma multidão se reúne de frente à capela do Socorro, para participar da missa de aniversário celebrada pelo bispo diocesano, dom Fernando Panico. Os fiéis seguem a tradição de acender velas e depositar flores em uma estátua na Praça do Socorro, durante o dia. No fim da tarde, mais uma manifestação de fé que sai da Sociedade Padre Cícero, no Centro, em direção à praça do Socorro. Uma reverência do romeiro que tem crescido nos últimos anos, segundo a Secretaria de Turismo e Romaria da cidade.
Identidade
Segundo o secretário, José Carlos dos Santos, o Padre Cícero é o grande responsável de transformar uma vila em metrópole, em 100 anos de existência. O sacerdote foi o primeiro prefeito da cidade e até hoje exerce influência, no seu contexto de desenvolvimento. Para José Carlos, as romarias são exemplo disso, por preservarem a identidade de Juazeiro do Norte, hoje o segundo maior centro de peregrinação do Brasil e o primeiro do Nordeste.
Há 30 anos, foi iniciada a Semana Padre Cícero. Organizada pela Secretaria, a programação passa a ter um caráter popular. "E não queremos interferir nessa característica, porque é uma forma de gratidão do povo de Juazeiro", diz o secretário. Isso porque as realizações, a exemplo do bolo do Padre Cícero e a seresta realizados na noite de ontem, com os parabéns cantado pela comunidade, acontece com iniciativa popular. E essa colaboração ocorre até mesmo com os romeiros de outros Estados.
Um grupo de 40 pessoas, por exemplo, veio da cidade de Palmares, em Alagoas, e tem lugar cativo entre os participantes do aniversário. Todos os anos, os romeiros trazem um bolo para comemorar a data de aniversário. Desde o fim de semana que eles se encontram na cidade.
As comemorações terminam somente amanhã, com a Corrida Padre Cícero, saindo da Praça da Sé, no Crato, até o Centro de Juazeiro do Norte. São quase dois mil participantes no percurso, de vários Estados brasileiros.
A semana também contou com lançamentos de obras, a exemplo do livro do poeta Pedro Bandeira, lançado na quinta-feira, no Memorial Padre Cícero, com o título "O Poeta Pedro Bandeira Mostra Juazeiro ao Mundo", organizado pelo escritor Franco Barbosa. O V Fórum Padre Cícero, encerrado ontem, levantou um dos principais temas que marca a relação entre Padre Cícero, Juazeiro e o desenvolvimento da cidade, voltado para a fé e trabalho.
Crescimento
O secretário destaca a visão multidimensional do Padre Cícero, dentro desse processo de progresso e desenvolvimento que se apresenta hoje na cidade. "Ele é o grande responsável pelo desenvolvimento econômico, social e cultural", diz. Acrescenta, ainda, que os fatores que levaram a cidade ao crescimento estão relacionados a capacidade do sacerdote de potencializar nas pessoas o trabalho, a partir de suas vocações. E isso, segundo ele, aconteceu durante os momentos que sucederam, principalmente o milagre, em 1889, em que levas de pessoas chegavam à cidade, atraídas pela mística da fé que Juazeiro tomava.
Padre Cícero morreu aos 90 anos, no dia 20 de julho, que hoje é uma data tradicional no calendário da cidade. Esse dia chega a atrair mais romeiros, e tem uma característica diferenciada, já que envolve a participação maior de fiéis de outros Estados. "Hoje é uma data de reconhecimento maior do próprio morador da cidade, que vai fazer o seus agradecimentos", afirma.
O Padre Cícero, em virtude da sua capacidade de atrair pessoas para Juazeiro, segundo José Carlos, se tornou, além de uma liderança, um ícone. Ele destaca o processo das romarias, crescente na cidade. "Hoje mesmo temos romeiros na cidade e essa visitação é contínua", diz. A vinda dos fiéis para a cidade tem consequências diretas no processo de desenvolvimento da região.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro, Michel Araújo, afirma que as grandes romarias influenciam o comércio de forma considerável. Mesmo movimentando o setor informal amplamente, segundo Araújo, o dinheiro fica dentro da cidade e circula.
"Podemos falar do Padre Cícero, primeiro como grande idealizador da cidade", diz ele. O dirigente lojista ressalta a proximidade do próprio empreendedor da cidade com o "Padim". É comum se ver nas lojas da cidade imagens do sacerdote.
Michel Araújo, mesmo enfatizando a importância do religioso, como influenciador do processo de desenvolvimento econômico, destaca as romarias e sua relevância na religiosidade do povo nordestino. E vai mais além, quando destaca esse papel influente do sacerdote no contexto regional.
Daniel Walker afirma que, em vida, o Padre Cícero já comemorava em sua residência o aniversário, com grande participação popular. Após a sua morte, as pessoas continuaram comemorando. Para o historiador, as romarias têm um número maior de pessoas, por ser outra forma de expressão, que se caracteriza pela saudade. No dia da missa de aniversário, há a presença de romeiros. São mais funcionários públicos, aposentados, já que a grande maioria dos devotos são das áreas rurais nordestinas.
Ele recorda de sua infância, a prática de soltar balões na noite de aniversário, abolida por conta dos riscos de incêndio. O show pirotécnico continua. O bolo gigante, coordenado por Mãe Cicinha, e feito de forma coletiva, é cortado no dia 23. Uma festa que acontece no bairro Socorro, nas proximidades da Capela, acompanhada da seresta.
Semana
168 anos de nascimento do Padre Cícero são comemorados em Juazeiro do Nordeste desde o último domingo. Festa prossegue até amanhã no Município
ELIZÂNGELA SANTOSREPÓRTER
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