Com crateras abertas, as falésias sofrem variados tipos de agressão ambiental |
Limoeiro do Norte. As falésias de Canoa Quebrada continuam sofrendo com as erosões provocadas pelo homem. A comunidade também sofre. Para moradores da Vila dos Estêvão, adjacentes à vila de Canoa, as mais recentes erosões se dão por irresponsabilidade humana. Não bastasse o tráfego de carros tracionados sobre as falésias - e até pouso de helicóptero -, a ação erosiva seria causada por encanamentos e serviço de drenagem mal feitos. O rompimento de uma rede de abastecimento de água da Cagece teria piorado a situação, não atenuada com uma "gambiarra", conforme os moradores. A Cagece informou que a erosão foi causada pelas chuvas, e que a tubulação exposta deverá ser remanejada até o final do mês de abril.
O ambientalista Tércio Velardi, da ONG Recicriança, reclama que o problema é antigo. "Esta empresa (Cagece) é reincidente em provocar ações contra a natureza em nossa comunidade", afirma o educador ambiental, enumerando a falta de suporte do depósito de esgoto em Canoa Quebrada, que recebe os dejetos da sede do Município.Ele afirma que, nos feriados, falta água nas comunidades mais carentes e na própria Vila dos Estêvão (onde a água é captada), em detrimento do fornecimento para as pousadas.
À reportagem, a Cagece encaminhou nota de esclarecimento. "a respeito de denúncia dos moradores da Vila do Estevão, em Canoa Quebrada, a Cagece informa que desconhece qualquer responsabilidade pela erosão da falésia, sendo a água de chuva a provável causadora do dano. No entanto, sobre a tubulação de água exposta pelas chuvas no local, a Companhia irá remanejar a rede, sendo, no entanto, preciso um estudo técnico para a execução do serviço. A previsão inicial para realização do referido serviço é até o final do mês de abril", diz a nota.
As falésias estão situadas em uma região de Área de Proteção Ambiental, daí a necessidade de a Semace decidir sobre o que será feito diante da cratera. A APA de Canoa foi regulamentada em março de 1998.
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