segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Zona rural de Iguatu reclama da falta d´água

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HONÓRIO BARBOSA
Moradores de Cavaco caminham até três quilômetros para obter água para beber
Comunidade de Cavaco sofre com o problema do desabastecimento e pede providências ao governo do Estado
Iguatu. Os moradores da localidade de Cavaco, na zona rural deste município, enfrentam crise de abastecimento de água. A vazão do poço profundo que abastece a comunidade está muito reduzida e a água só chega às torneiras das casas em dias alternados e por apenas meia hora, tempo insuficiente para atender a demanda. Por causa da dificuldade para se obter água pelo menos dez famílias de um total de 51 já se mudaram. A população local apela que a Prefeitura e o governo do Estado por meio do Projeto São José resolvam o problema. O sistema de abastecimento de água foi construído pelo Projeto São José no início da década de 1990.

O reservatório de distribuição de água foi concluído em 1997, com capacidade para 25 mil litros. Desde o início a vazão foi limitada, mas ainda dava para atender as necessidades das famílias. Entretanto, nos últimos três anos, o problema se agravou. "O poço está se fechando, pois foi construído de forma errada sem tubo de proteção", disse o ex-presidente da Associação de Moradores do Cavaco, José Alves Barreto.

Novo poço
De acordo com os moradores, a solução seria a perfuração de um novo poço em área com lençol freático mais favorável. "A água só chega um dia e outro não e por apenas meia hora", disse a presidente da associação, Maria de Lourdes Rodrigues. "Não dá para fazer nada e o nosso sofrimento aumenta a cada dia". Na comunidade a reclamação é geral por causa da escassez e da qualidade. "Além de pouca, a água está salobra, imprestável para beber", disse Maria de Lourdes. Um dos moradores mais idosos da comunidade, Meton Rodrigues, 88 anos, conta que o sofrimento das famílias para obter água é enorme. "As pessoas têm de caminhar mais de três quilômetros para conseguir água em outros poços", disse. A água do Rio Jaguaribe que passa próximo à comunidade é imprestável para o consumo humano porque é poluída.

O responsável pela operação do poço, Sebastião Rodrigues da Silva, confirma que a situação piorou muito nos últimos dois anos. "A água está praticamente se acabando", contou. Nesse período do ano, ocorre uma redução do lençol freático e os poços que apresentam regularmente pouco volume tende a secar. "O nosso apelo é para que o governo ou o prefeito veja o nosso sofrimento e faça alguma coisa, perfure um novo poço", disse a presidente da Associação de Moradores do Sítio Cavaco, Maria de Lourdes Rodrigues.

Recentemente, o vereador Francisco Benigno de Sales Neto, mais conhecido por "Louro da Barra", esteve reunido com os moradores do Cavaco para discutir sobre uma solução para o abastecimento de água.

"Realmente, o poço atual não tem mais condições de funcionamento porque a água é pouca e salobra", confirmou. "Já solicitei do prefeito Agenor Neto a perfuração de um novo poço e ele assumiu o compromisso de atender o nosso pedido".

Doação
O parlamentar explicou que é necessário que algum morador faça a doação de uma área para a Associação de Moradores do Cavaco destinada à perfuração do poço profundo. "O município não pode perfurar um poço em terreno particular", explicou. "Estamos aguardando que a comunidade se mobilize e obtenha a doação".

O coordenador regional do Projeto São José, Moacir Torres Bandeira Filho, esclareceu que o gerenciamento do sistema de abastecimento de água do sítio Cavaco é da própria comunidade. "A associação comunitária deve procurar a Prefeitura Municipal porque acredito que a solução é a perfuração de um novo poço com maior profundidade e localizado numa área mais favorável", afirmou o coordenador Moacir Torres.

HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER

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