sábado, 29 de outubro de 2011

Nim reduz dano causado por metais pesados

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Pesquisa começou no ano passado, com orientação da professora Renata Braga. Com testes em laboratório, observou-se que metais pesados eram isolados na reação com as cinzas DIVULGAÇÃO
Estudo se encontra em fase de patente, mas já evidenciam um papel importante para limpeza do meio ambiente
Fortaleza. As cinzas de folhas da árvore Nim (Azadirachta indica A. Juss) em uma hora depositadas em solução aquosa demonstraram eficiência na remoção de 100% do metal pesado em testes com manganês, cobre, zinco e ferro. Isso significa que a planta é um instrumento importante para a limpeza do meio ambiente, diminuindo os impactos dos resíduos deixados pelas indústrias. O resultado da pesquisa, realizada por Jéssica Roberta Pereira Martins, aluna de saneamento ambiental do campus Limoeiro do Norte do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), já está em processo de patente.

Para a professora Renata Chastinet Braga, doutora em Bioquímica e orientadora de Jéssica na pesquisa, os resultados obtidos até o momento são bastante esclarecedores dos efeitos físicos sobre esses metais, gerando não uma reação química, mas física.

"Através de testes de infra vermelho, não notamos que houve uma reação química sobre as cinzas, pelo menos nos testes feitos na camada externa", disse a professora.

Técnicas
Segundo as pesquisadoras, os efluentes industriais como de formulação de compostos orgânicos e de elementos e compostos inorgânicos, industriais de couros, peles e produtos similares entre outros, quando lançados inadequadamente nos corpos hídricos contribuem efetivamente para poluição dos ecossistemas aquática.

"Diante de uma política ambiental cada vez mais severa no que diz respeito ao lançamento de efluentes e distribuição de água potável, buscam-se padrões de concentrações cada vez menores para os poluentes presentes nos efluentes. As indústrias têm sido levadas a visar a menor geração ou a remoção de alimentos tóxicos dos efluentes", afirma a pesquisadora.

As técnicas específicas empregadas no tratamento desses influentes são caras. Desde já se procura técnicas mais viáveis que as empregadas atualmente.

Início
A pesquisa teve início no ano passado, como parte dos estudos de graduação da estudante de Itaiçaba Jéssica Roberta. Os estudos consistiam em avaliar os efeitos do nim levado a uma temperatura de 600 graus.

Com o pó, observou, conforme disse Renata, que havia uma redução de metais pesados, especialmente o manganês e o zinco. Avançando os experimentos, também houve a constatação da redução do cobre, elemento bastante utilizado na indústria.

Para a bioquímica, o resultados mais satisfatório é o leque que a planta oferece para verificar os efeitos sobre outros metais que, através de seus resíduos, poluem o meio ambiente.

"Para nós, é gratificante saber que o nim pode ser um redutor dos efeitos nocivos dos metais pesados, com um custo muito baixo", afirmou Cristina. Ela ressaltou que o futuro reserva mais pesquisas. Agora, estudando as reações com o cromo.

Com os sucessivos testes, a equipe de pesquisadores do IFCE chegou à conclusão que o passo a ser dado de imediato seria o registro de patente.

"A informação que tínhamos seria de uma longa espera, em vista da necessidade de se fazer mais pesquisas e constatações. No entanto, com a ajuda de professores e pesquisadores do Instituto, conseguimos abreviar esse cronograma", afirmou.

O nim é uma planta exótica, proveniente da Ìndia. Trazida para o Brasil, teve seus altos e baixos. Num primeiro momento, se pregou seus efeitos contra os insetos. Depois, viu que crescia rápido, prejudicando as plantas concorrentes. Agora, mais uma vez conseguiu ser reabilitada. Dessa vez, pela ciência.

Fique por dentro
Reação com metais
Na pesquisa, para a obtenção do reagente com os metais, foram extraídos podas de nim e, em seguida, moídas. Depois, houve uma infusão numa temperatura de 600 graus, com extração de um pó com as cinzas. Para uma grama de cinza, houve uma 100 ml de solução de cobre, onde se observou as reações, no Laboratório de Química do IFCE.

MAIS INFORMAÇÕES
IFCe de Limoeiro do Norte
Rua Estevão Remígio, 1145, Centro.
Tel.: (88) 3447.6400 e fax: (88) 3447.6405


MARCUS PEIXOTORepórter

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