quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Marcha evita cunho político

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Marcha contra Corrupção, em Fortaleza, foi uma extensão das manifestações que ocorreram em lugares como Brasília, João Pessoa, São Paulo, Belo Horizonte e outros FOTO: FRANCISCO VIANA
Durante todo o evento, a organização da Marcha exigiu que referências a instituições ou a partidos políticos fossem evitadas
A Marcha contra Corrupção, realizada na tarde de ontem em Fortaleza, levou estudantes, pais e figuras conhecidas do mundo político cearense, como o ex-presidente do PSDB, Marco Penaforte, e da administração pública, conselheiro Pedro Ângelo, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), dentre outros, a protestarem contra o mau uso dos recursos públicos e as dificuldades enfrentadas pela população diante da falta de qualidade nos serviços básicos do País. O evento é uma extensão da movimentação ocorrida em diversos estados do Brasil com o sentido de mobilizar a sociedade civil. A Marcha, que teve início às 15 horas, na Praça da Imprensa e seguiu até o Parque do Cocó, pelos discursos dos participantes, foi um protesto contra a corrupção, a impunidade, o voto secreto nas Casas legislativas, a falta de atenção do Poder Público com a Educação, a Saúde e a Segurança Pública oferecidas aos cidadãos. Atrasados em uma hora do horário previsto, os manifestantes seguiram pela Avenida Antônio Sales e ocuparam duas das três faixas da via, para tentar não causar maiores transtornos ao fluxo de veículos, reduzido, ontem, devido ao feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida.

A adesão ao movimento não foi das maiores, mas contou com algumas dezenas de participantes. A organização da Marcha afirmou que não está ligada a nenhum movimento sindical, institucional ou partidário, e chegou a exigir dos participantes e dos oradores que evitassem mencionar nomes de movimentos, instituições ou partidos políticos.

Discursos
Mesmo assim, surgiram dois discursos de cunho político: o de uma professora para falar da última greve dos mestres do Estado e da situação da Universidade Estadual e de um advogado para fazer referências a obras dos governos estadual e municipal. O mestre de cerimônia comandava o evento do alto de um carro de som, sem qualquer identificação, sempre enfatizava que o movimento não tinha qualquer ligação com partidos ou sindicatos e por isso justificou não ser permitido os discursos de representantes de organizações que estavam presentes.

Em quase todos os pronunciamentos havia conclamação aos jovens para lutarem em defesa de um Brasil melhor. Uma dona de casa de 73 anos fez o apelo mais dramático ao afirmar que a sua geração deixou que o País chegasse a esse ponto. A intenção da Marcha em Fortaleza foi mobilizar, principalmente, jovens estudantes na busca por um protesto que lembrasse, inclusive, o movimento dos Caras Pintadas, de 1992, tanto que alguns presentes chegaram a pintar o rosto como ocorreu naquela década. "Todo ano, R$ 70 bilhões dos recursos do País vão para corrupção, dinheiro esse que deveria retornar para sociedade por meio de serviços básicos", cobrou um dos organizadores da Marca em Fortaleza, Teixeira Neto.

Cartazes
Nos cartazes levantados pelos manifestantes, rimas em favor de um País mais justo e críticas aos Poderes Executivo, Legislativo e também ao Judiciário, pela demora no julgamento de processos e pela falta de punições mais expressivas a serem aplicadas aos políticos que usaram de maneira indevida os dinheiro público.

Para embalar a Marcha contra Corrupção em Fortaleza, as músicas usadas também foram composições de décadas atrás e que ressaltaram os problemas do País nas vozes de artistas como Cazuza e Gilberto Gil e da banda Legião Urbana. Entretanto, um dos principais meios usados para mobilizar os estudantes que participaram da manifestação foram, além de panfletos e cartazes, as redes sociais na Internet, fruto de inovações da atual geração.

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