Estima-se que 7.865 agências bancárias foram atingidas pela paralisação, iniciada na semana passada FOTO: VIVIANE PINHEIRO |
Movimento deflagrado no último dia 27 continua após fracasso das negociações com a Febraban, em São Paulo
São Paulo. Os bancários prometem intensificar em todo o País, a partir desta semana, a greve deflagrada na terça-feira passada (dia 27). "Queremos quebrar a intransigência dos bancos públicos e privados", diz o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeira, filiada à Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro. Hoje, o comando nacional se reúne em São Paulo para avaliar os rumos do movimento. Os trabalhadores entraram em greve após o fracasso da rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo. Os bancos ofereceram reajuste de 8% sobre os salários, o que significaria 0,56% de aumento real. A proposta foi rejeitada pelos bancários, que reivindicam reajuste de 12,8%. Esse percentual representa 5% de aumento real mais a inflação do período.
Além disso, a categoria quer valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), abertura de contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, extinção de metas que consideram abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades e melhoria do atendimento aos clientes.
A categoria reclama do "silêncio" da Fenaban. Segundo a Contraf-CUT, a entidade patronal não manifestou, até agora, intenção de retomar as negociações. "Os bancos, que lucraram mais de R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, têm plenas condições de fazer uma proposta que seja capaz de atender às reivindicações dos funcionários", diz Carlos Cordeiro. "Apostamos no diálogo e na negociação para resolver o impasse". No primeiro dia da greve nacional dos bancários, a paralisação atingiu 4.191 agências de bancos públicos e privados em 25 Estados e no Distrito Federal. O movimento começou com mais força do que no ano passado, quando os trabalhadores fecharam 3.864 unidades. Na sexta-feira, dia 30, o número de agências fechadas já chegava a 7.865 em todo o País.
"A força da greve nacional mostra a grande insatisfação dos funcionários com a postura dos bancos", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. A expectativa dos sindicalistas é de que o movimento cresça e se consolide nos próximos dias, com a mobilização da categoria. Espera-se que os bancários de Roraima também suspendam as atividades a partir de hoje. "O Brasil é um dos países com maior desigualdade do mundo. Aqui, um executivo de banco chega a ganhar até 400 vezes a renda de um bancário que recebe o piso da categoria. É preciso mudar essa realidade e tirar o país dessa vergonhosa posição entre as dez nações mais desiguais do planeta", defendeu Cordeiro.
Correios
Os trabalhadores dos Correios são outra categoria que está em greve. Os Correios (ECT) entendem que a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10º Região, que proibiu o corte do ponto dos grevistas, não vale para todo o País. Por meio de nota, a estatal alega que a decisão é válida só para o Distrito Federal e Tocantins, que integram a 10ª Região.
Argumenta, ainda, que uma decisão de caráter nacional só pode sair do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A empresa também informa que não foi notificada da decisão que impede o desconto e que, atualmente, há mais de 20 ações judiciais em diferentes Estados com sentenças divergentes sobre o tema. No Rio e em São Paulo - cidades com maior efetivo da empresa - o não pagamento dos dias parados está mantido pela Justiça, diz a ECT em nota.
O argumento dos Correios é contestado pelo advogado da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), Rodrigo Torelly.
Segundo o advogado da Fentect, a decisão do desembargador Mário Macedo Caron, do TRT da 10ª Região, é nacional, já que foi proposta pela federação em nome de toda a categoria, com a autorização dos 35 sindicatos filiados.
"Impetramos mandado de segurança em nome da federação", disse o advogado, lembrando que a multa para caso de descumprimento é relativa à folha nacional de pagamento da ECT. A categoria está em greve desde o dia 13 de setembro.
A ECT pediu que o Tribunal Superior do Trabalho declarasse o movimento como abusivo. No despacho em que negou a liminar, a ministra Cristina Peduzzi afastou a alegação da ECT para que a Justiça do Trabalho determinasse a suspensão.
São Paulo. Os bancários prometem intensificar em todo o País, a partir desta semana, a greve deflagrada na terça-feira passada (dia 27). "Queremos quebrar a intransigência dos bancos públicos e privados", diz o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeira, filiada à Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro. Hoje, o comando nacional se reúne em São Paulo para avaliar os rumos do movimento. Os trabalhadores entraram em greve após o fracasso da rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo. Os bancos ofereceram reajuste de 8% sobre os salários, o que significaria 0,56% de aumento real. A proposta foi rejeitada pelos bancários, que reivindicam reajuste de 12,8%. Esse percentual representa 5% de aumento real mais a inflação do período.
Além disso, a categoria quer valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), abertura de contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, extinção de metas que consideram abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades e melhoria do atendimento aos clientes.
A categoria reclama do "silêncio" da Fenaban. Segundo a Contraf-CUT, a entidade patronal não manifestou, até agora, intenção de retomar as negociações. "Os bancos, que lucraram mais de R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre deste ano, têm plenas condições de fazer uma proposta que seja capaz de atender às reivindicações dos funcionários", diz Carlos Cordeiro. "Apostamos no diálogo e na negociação para resolver o impasse". No primeiro dia da greve nacional dos bancários, a paralisação atingiu 4.191 agências de bancos públicos e privados em 25 Estados e no Distrito Federal. O movimento começou com mais força do que no ano passado, quando os trabalhadores fecharam 3.864 unidades. Na sexta-feira, dia 30, o número de agências fechadas já chegava a 7.865 em todo o País.
"A força da greve nacional mostra a grande insatisfação dos funcionários com a postura dos bancos", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. A expectativa dos sindicalistas é de que o movimento cresça e se consolide nos próximos dias, com a mobilização da categoria. Espera-se que os bancários de Roraima também suspendam as atividades a partir de hoje. "O Brasil é um dos países com maior desigualdade do mundo. Aqui, um executivo de banco chega a ganhar até 400 vezes a renda de um bancário que recebe o piso da categoria. É preciso mudar essa realidade e tirar o país dessa vergonhosa posição entre as dez nações mais desiguais do planeta", defendeu Cordeiro.
Correios
Os trabalhadores dos Correios são outra categoria que está em greve. Os Correios (ECT) entendem que a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10º Região, que proibiu o corte do ponto dos grevistas, não vale para todo o País. Por meio de nota, a estatal alega que a decisão é válida só para o Distrito Federal e Tocantins, que integram a 10ª Região.
Argumenta, ainda, que uma decisão de caráter nacional só pode sair do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A empresa também informa que não foi notificada da decisão que impede o desconto e que, atualmente, há mais de 20 ações judiciais em diferentes Estados com sentenças divergentes sobre o tema. No Rio e em São Paulo - cidades com maior efetivo da empresa - o não pagamento dos dias parados está mantido pela Justiça, diz a ECT em nota.
O argumento dos Correios é contestado pelo advogado da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), Rodrigo Torelly.
Segundo o advogado da Fentect, a decisão do desembargador Mário Macedo Caron, do TRT da 10ª Região, é nacional, já que foi proposta pela federação em nome de toda a categoria, com a autorização dos 35 sindicatos filiados.
"Impetramos mandado de segurança em nome da federação", disse o advogado, lembrando que a multa para caso de descumprimento é relativa à folha nacional de pagamento da ECT. A categoria está em greve desde o dia 13 de setembro.
A ECT pediu que o Tribunal Superior do Trabalho declarasse o movimento como abusivo. No despacho em que negou a liminar, a ministra Cristina Peduzzi afastou a alegação da ECT para que a Justiça do Trabalho determinasse a suspensão.
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