quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sob protestos, Lula é homenageado

Estudantes queriam se aproximar de Lula durante a solenidade (AE)
Estudantes queriam se aproximar de Lula durante a solenidade (AE)
 

Foi sob protestos de um grupo de cerca de 100 estudantes ligados ao Diretório Central da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no início da tarde de ontem, o título de doutor honoris causa da instituição. Essa foi a sexta condecoração do gênero recebida pelo ex-presidente desde o início do ano - as outras foram concedidas pelas Universidades de Coimbra, em Portugal, Federal de Viçosa (UFV), de Pernambuco (UPE), Federal de Pernambuco (Ufpe) e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A da UFBA, porém, foi a primeira a ser aprovada, 30 de outubro de 2002, apenas três dias após sua eleição para o primeiro mandato.
Lula optou por receber títulos como este apenas após deixar o cargo. “Não achava correto utilizar o mandato de presidente para receber título”, justificou. Durante a solenidade, o grupo de estudantes chegou ao prédio da reitoria da instituição para cobrar, entre outras melhorias, o aumento para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) o montante a ser obrigatoriamente investido em educação no País.

Discurso
Como não havia espaço no salão onde ocorria o evento, os estudantes tiveram de ficar do lado de fora - de onde gritaram palavras de ordem até que o discurso do ex-presidente, que durou 30 minutos, fosse concluído. Depois, os manifestantes conseguiram entrar no salão, onde acompanharam o fim das homenagens a Lula e voltaram a gritar palavras de ordem - enquanto pegavam autógrafos do ex-presidente nos próprios cartazes nos quais estavam escritas as reivindicações.

“Essa é uma reivindicação nova”, disse Lula. “Até outro dia, os estudantes falavam em 7% (do PIB) - o que foi colocado no plano de governo da presidente Dilma (Rousseff) até 2014. Eu até brinquei, dia desses, que se fizessem essa reivindicação antes, enquanto eu era presidente, talvez a gente tivesse atendido.”

Para Lula, é natural que o montante do PIB destinado à educação cresça gradualmente. “Eu acho que é uma reivindicação correta, é só discutir, de forma madura, para ver se há viabilidade”, avaliou.

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