quarta-feira, 21 de setembro de 2011

630 mil cartas e encomendas deixaram de ser entregues no CE

Servidores estão em greve desde 14 se setembro (FOTO: MAURI MELO)
Servidores estão em greve desde 14 se setembro (FOTO: MAURI MELO)
 Esperar que o serviço se normalize. Essa é a opção que aqueles que esperam correspondências e encomendas dos Correios têm em tempos de greve. Desde o dia 14 de setembro, parte dos funcionários da empresa paralisaram suas atividades.
Ao completar sete dias de greve, o balanço dos Correios aponta que, das 4,2 milhões de cartas e encomendas previstas para o Ceará, 85% foram entregues. Os 630 mil pacotes e correspondências que não tiveram a mesma sorte fazem falta aos seus destinatários.

Um deles é o inspetor de pintura Álvaro César Gomes de Sousa. Ele fez uma compra no Exterior pela Internet e acompanhou o caminho da encomenda desde o dia 22 de agosto. Mas desde que chegou a Fortaleza, no dia 13 de setembro, a tal encomenda não foi entregue ao destinatário.

Após sete dias de espera, ele resolver ir até o Centro de Distribuição dos Correios, na avenida Oliveira Paiva, para buscá-la. Em vão. “Aqui eles disseram que não estão entregando as encomendas, mesmo a gente vindo aqui. E não tem previsão”, lamentou Álvaro César, enquanto ia embora de mãos vazias.

A explicação para a volta sem avanços é a concentração dos trabalhos internos para os serviços de triagem e distribuição, explicou a empresa. Por isso, os Correios solicitam que as pessoas não se dirijam às suas unidades em busca das encomendas solicitadas.

Durante o fim de semana, mutirões foram realizados pelos funcionários que não aderiram à greve, os temporários e os realocados de outros setores. A ação distribuiu 100 mil correspondências e quase 5 mil encomendas.
Negociações
A presidente do Sindicado dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE), Lourdinha Félix, afirmou que a situação está “sem novidades, sem abertura para o diálogo”. Segundo ela, ameaças estão sendo recebidas como corte de vales, salários e impedimento de trabalhar.

As reivindicações são um aumento no piso salarial em, pelo menos, R$ 400, vale-refeição de R$ 30, reposição da inflação, redução da jornada dos atendentes do Banco Postal, que trabalham de 8 a 10 horas, quando o ideal é 6 horas, além da contratação de novos funcionários para ajudar nos serviços da empresa.

Para Luis Moreira Santiago, um dos diretores do Sintect-CE, a empresa forçou a realização da greve, pois foram 40 dias de negociação sem avanços. Ele comentou que pelo movimento ser pacífico, aqueles que não aderiram à paralisação tem trânsito livre e a convivência é boa.

Já os Correios declararam que a disposição para negociar continua e que o diálogo é a melhor maneira de resolver o impasse, por isso, conclama os trabalhadores a voltarem ao trabalho para que a população não seja prejudicada com a paralisação. As negociações, de acordo com a empresa, foram interrompidas com a deflagração da greve.

SERVIÇO
Correios
O número para sugestões e reclamações é 0800 725 0100.
Os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta estão suspensos até o fim da greve. Já o Sedex convencional continua sendo entregue.

O quê


ENTENDA A NOTÍCIA
Desde o dia 14 de setembro, funcionários dos Correios estão em greve. No Ceará, os Correios entregam média de 800 mil objetos simples como cartas, malas diretas e telegramas por dia.
Samaisa dos Anjos
samaisa@opovo.com.br

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