Alfredo Nascimento (PR-AM) anunciou que vai reassumir sua cadeira no Senado; ele autorizou a quebra de seus sigilos bancário e fiscal e se colocou à disposição do Ministério Público AGÊNCIA BRASIL |
Brasília. O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), não resistiu às acusações de superfaturamento de obras e recebimento de propina envolvendo servidores e órgãos ligados à pasta e pediu demissão do cargo ontem. Em seis meses de governo da presidente Dilma Rousseff, ele é o segundo a deixar o cargo - o primeiro foi o ex-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci (PT-SP). A crise se intensificou com a acusação de que o filho de Nascimento, o arquiteto Gustavo Morais Pereira, teria aumentado seu patrimônio de forma ilícita. A empresa de Pereira teria tido crescimento de 86.500% em dois anos, de acordo com o jornal "O Globo".
As suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes começaram após reportagem da revista "Veja" afirmando haver participação da cúpula do ministério em irregularidades. Segundo a reportagem, empreiteiros e consultorias de engenharia pagavam de 4% a 5% de "pedágio político" sobre o valor das obras do governo federal feitas com verbas do ministério. O caso ganhou repercussão e a presidente Dilma pediu que a Controladoria-Geral da União (CGU) investigasse as acusações.
Ontem, Nascimento afirmou que não foi informado sobre as investigações do Ministério Público Federal sobre seu filho. Ele disse que está à disposição do Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento.
"Alfredo Nascimento também decidiu encaminhar requerimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de investigação e autorizando a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal", afirma a nota do Ministério.
Nascimento também anunciou que pretende reassumir sua vaga no Senado e a presidência nacional do PR.
Investigações
No entanto, o PSOL anunciou que vai ingressar hoje com representação no Conselho de Ética da Casa contra o ex-ministro por quebra de decoro parlamentar. O partido argumenta que, se ele não tem condições de continuar na pasta, não deve reassumir sua vaga de senador.
Segundo o senador Demóste-nes Torres (DEM-GO), a oposição no Senado irá insistir para criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Dilma já fez quatro alterações no primeiro escalão. Além da demissão de Palocci, houve o remanejamento do ministro Luiz Sérgio, da Secretaria de Relações Institucionais para a pasta da Pesca. Em troca, a ministra Ideli Salvatti, titular da Pesca, assumiu a pasta de Relações Institucionais.
Para o cientista político do Instituto de Ensino e Pesquisa, Carlos Melo, as mudanças evidenciam o problema estrutural do modelo de coalizão. Segundo ele, a base aliada de quase 400 parlamentares favorece as denúncias. "Quando o governo não premia todos os grupos, há um festival de denúncias e dossiês", afirmou. Leia mais em Negócios
APÓS RECLAMAÇÕES
Governo Cid ´não torceu´ por queda
Em nota, o chefe de gabinete do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), Ivo Gomes, afirmou, ontem, que o Governo do Estado não torceu pela queda de nenhum ministro.
"A chefia do gabinete do governador Cid Gomes espera que o próximo titular da Pasta (dos Transportes) recupere as BRs do Ceará, que, aliás, continuam em péssimas condições", disse Ivo Gomes no comunicado.
No último dia 7 de maio, o governador chamou o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, de "inepto, desonesto e incompetente" e de "laia" e "antro de roubalheira" a Pasta dele e o Dnit. "Há vários anos, (Nascimento) tem discriminado o Ceará e feito com que as nossas BRs tenham características absolutamente diferentes", afirmou. Nascimento, então, entrou com um processo de injúria e difamação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra Cid. A abertura do inquérito foi barrada pela Assembleia.
No último dia 9 de junho, Nascimento visitou o Ceará e pediu "desculpas" pelo estado das estradas e disse que Cid "tinha razão" ao reclamar.
O Ceará tem cerca de 1.800 Km de rodovias federais. As principais são as BR-116 e a BR-222, esta em pior estado. Segundo o próprio Dnit, a BR-222 tem quase um terço que requer cuidado dos motoristas.
As suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes começaram após reportagem da revista "Veja" afirmando haver participação da cúpula do ministério em irregularidades. Segundo a reportagem, empreiteiros e consultorias de engenharia pagavam de 4% a 5% de "pedágio político" sobre o valor das obras do governo federal feitas com verbas do ministério. O caso ganhou repercussão e a presidente Dilma pediu que a Controladoria-Geral da União (CGU) investigasse as acusações.
Ontem, Nascimento afirmou que não foi informado sobre as investigações do Ministério Público Federal sobre seu filho. Ele disse que está à disposição do Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento.
"Alfredo Nascimento também decidiu encaminhar requerimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de investigação e autorizando a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal", afirma a nota do Ministério.
Nascimento também anunciou que pretende reassumir sua vaga no Senado e a presidência nacional do PR.
Investigações
No entanto, o PSOL anunciou que vai ingressar hoje com representação no Conselho de Ética da Casa contra o ex-ministro por quebra de decoro parlamentar. O partido argumenta que, se ele não tem condições de continuar na pasta, não deve reassumir sua vaga de senador.
Segundo o senador Demóste-nes Torres (DEM-GO), a oposição no Senado irá insistir para criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Dilma já fez quatro alterações no primeiro escalão. Além da demissão de Palocci, houve o remanejamento do ministro Luiz Sérgio, da Secretaria de Relações Institucionais para a pasta da Pesca. Em troca, a ministra Ideli Salvatti, titular da Pesca, assumiu a pasta de Relações Institucionais.
Para o cientista político do Instituto de Ensino e Pesquisa, Carlos Melo, as mudanças evidenciam o problema estrutural do modelo de coalizão. Segundo ele, a base aliada de quase 400 parlamentares favorece as denúncias. "Quando o governo não premia todos os grupos, há um festival de denúncias e dossiês", afirmou. Leia mais em Negócios
APÓS RECLAMAÇÕES
Governo Cid ´não torceu´ por queda
Em nota, o chefe de gabinete do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), Ivo Gomes, afirmou, ontem, que o Governo do Estado não torceu pela queda de nenhum ministro.
"A chefia do gabinete do governador Cid Gomes espera que o próximo titular da Pasta (dos Transportes) recupere as BRs do Ceará, que, aliás, continuam em péssimas condições", disse Ivo Gomes no comunicado.
No último dia 7 de maio, o governador chamou o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, de "inepto, desonesto e incompetente" e de "laia" e "antro de roubalheira" a Pasta dele e o Dnit. "Há vários anos, (Nascimento) tem discriminado o Ceará e feito com que as nossas BRs tenham características absolutamente diferentes", afirmou. Nascimento, então, entrou com um processo de injúria e difamação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra Cid. A abertura do inquérito foi barrada pela Assembleia.
No último dia 9 de junho, Nascimento visitou o Ceará e pediu "desculpas" pelo estado das estradas e disse que Cid "tinha razão" ao reclamar.
O Ceará tem cerca de 1.800 Km de rodovias federais. As principais são as BR-116 e a BR-222, esta em pior estado. Segundo o próprio Dnit, a BR-222 tem quase um terço que requer cuidado dos motoristas.
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