sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mais de 1 milhão de cearenses são analfabetos


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Durante uma década, todos os municípios do Estado apresentaram uma redução em suas taxas de analfabetismo

Em dez anos (2000 a 2010), o Ceará reduziu de 26,5% para 18,8% o índice de analfabetismo de pessoas a partir dos 15 anos de idade. Os dados são do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), baseados no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do avanço, mais de um milhão de cearenses, nessa faixa etária, ainda não sabem ler e nem escrever um bilhete simples em português, idioma oficial do País, critério básico para ser considerado alfabetizado, segundo o IBGE.
De acordo com o Ipece, em 2000, a população residente de 15 anos ou mais era de 4,9 milhões de habitantes, sendo que 3,6 milhões eram alfabetizadas, representando 73,5% da população e 1,3 milhão analfabetas. Em 2010, os números melhoraram. Para a mesma faixa etária, num total de 6,2 milhões de pessoas, 5,08 milhões sabem ler e escrever, num índice de 81,2% positivo.

Redução
Outros 1,1 milhão ou 18,8% não são alfabetizadas. O Ipece reafirma o constatado pelo IBGE que durante a década, todos os municípios do Estado apresentaram uma redução em suas taxas de analfabetismo, mas é preciso evoluir mais.
Para educadores, melhorias na gestão e no acompanhamento das escolas são fatores essenciais para o avanço positivo dos índices de alfabetização nos 184 municípios. Fortaleza foi um dos que mais apresentaram melhorias. Em 2000, o índice de analfabetos na Capital era de 11,2. Em 2010, esse porcentual caiu para 6,9%.

Melhores
Além de Fortaleza, Pacatuba, com índice de 9,4%; Maracanaú (9,7%); Caucaia (12,9%); Eusébio (13,5%); Crato (15,0%); Maranguape (15,4%); Horizonte (15,7%); Juazeiro do Norte (16,2%) e Sobral (17,0%) apresentaram as menores taxas de analfabetismo em dez anos.
Enquanto que Salitre (39,9%), Granja (38,6%); Coreaú (36,8%); Quixelô (36,8%); Uruoca (36,5%); Graça (35,7%); Croatá (35,5%); Barroquinha (35,5%); Tarrafas (35,5%) e Parambu (35,1%) têm as maiores taxas de analfabetismo no período.
Segundo os dados de 2000, apenas quatro municípios possuíam taxas de analfabetismo inferiores à 20%: Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba e Caucaia. Em 2010, 18 municípios apresentaram taxas de analfabetismo inferiores a 20%.
"O que constata a melhoria da situação em nosso Estado. Mesmo que a gente ainda enfrente quadros bem opostas", avalia a doutora em Educação, Maria Teresa Cavalcante.
A família de José Afonso da Silva, do bairro Ellery, vive as duas realidades. O patriarca José Afonso, de 66 anos não sabe ler e nem escrever, enquanto o filho, Pedro Henrique, de 18 anos, sonha em cursar a faculdade de Engenharia.
"Eu tive que trabalhar desde os oito anos de idade, na roça com meu pai, mas faço de tudo para que meus filhos sejam doutores", ressaltou.

LEDA GONÇALVES E JÉSSICA PETRUCCIREPÓRTERES

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