sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sites da Presidência e do Senado são atacados


Site da presidencia sob ataque. Reprodução
Ataque de hackers derrubou o portal da Presidência e dificultou o seu acesso

 Grupo LulzSecBrazil volta a derrubar páginas e ainda divulga dados pessoais de Dilma e Gilberto Kassab
Brasília. Após grupos de ativistas responsáveis pelos maiores ataques a redes de computador registrados no mundo anunciarem mais ataques a sites, a página do Senado, da Presidência e do Ministério dos Esportes saíram do ar ontem. A página do Senado, no entanto, por volta das 15h, já havia retornado.
Já a da Presidência voltou por volta das 17h30, e a assessoria do Ministério dos Esportes informou que técnicos de informática da própria pasta decidiram tirar seu site do ar para fazer uma "varredura". Os ataques começaram na última quarta-feira, quando o grupo LulzSecBrazil elegeu o governo brasileiro como alvo e tiraram do ar os sites da Presidência da República e da Receita Federal e o Portal Brasil por meia hora durante a madrugada, congestionando as redes do governo e impedindo o acesso a suas informações.
O Serviço de Processamento de Dados (Serpro), que hospeda os sites do governo federal, classificou o ataque como o maior já enfrentado pelo governo brasileiro. No entanto, segundo o órgão, não houve vazamento de informações.
Um dos grupos responsáveis pelos ataques convocou seus seguidores no Twitter a atacar a Petrobras também. O site da estatal ficou fora do ar à tarde, mas a empresa atribuiu o evento à "instabilidade" na sua rede.

A ação
O LulzSecBrazil atuou junto a um grupo chamado AnonBrazil, associado ao Anonymous, a quem é atribuído um ataque que há duas semanas derrubou o site do Fundo Monetário Internacional (FMI). LulzSec e Anonymous são os dois maiores grupos de hackers do mundo.
Depois dos ataques, o LulzSecBrazil postou mensagem dizendo que seu "alvo é atingir 100 mil seguidores no microblog Twitter para ter condição de fazer manifestações pelas ruas de todo o Brasil". Segundo eles, o protesto é contra "a manipulação de informação e o governo sem transparência".
O Exército começou a implantar neste ano o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) para proteger as redes governamentais.

Vazamento de dados
Durante os ataques, o LulzSecBrazil postou no Twitter um link para um arquivo com supostos dados pessoais da presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT-RS), e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
As informações eram dos números do CPF e do PIS, data de nascimento, telefones, signo, nome da mãe (no caso do prefeito) e e-mails pessoais (também só no caso de Kassab).
As informações relativas a Dilma a vinculam à Petrobras, o que poderia sugerir que as informações foram coletadas quando ela fazia parte do Conselho de Administração da empresa, do qual saiu no início do ano passado, antes do lançamento de sua campanha à Presidência.
Kassab considerou o fato "lamentável". No entanto, ele disse não se preocupar com a divulgação de seus dados por ser um homem público, e prestou sua solidariedade a Dilma.
O prefeito não descartou uma possível medida judicial contra o grupo. "Posso entrar na Justiça não por causa do sigilo, mas para que essas pessoas saibam que terão que responder perante os tribunais", disse.

Fique por dentro Quem são hackers?
O LulzSecBrazil é o braço brasileiro do grupo coletivo internacional Lulz Security, que vem ganhando notoriedade por ataques recentes aos servidores da CIA (agência de inteligência americana), do FBI (polícia federal americana), da empresa Sony e das TV americanas Fox e PBS. Hackers são pessoas que invadem computadores para protestar ou furtar informações. Eles lançaram, nesta semana, a Operação AntiSec, declarando agir "contra a censura" e com o objetivo de retaliar governos que tentam impor controles à internet. Eles dizem não querer "aterrorizar a população", mas que "chegou a hora de agir".

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