quinta-feira, 23 de junho de 2011

Prefeito poderá se entregar

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Antônio Teixeira sumiu na madrugada de domingo juntamente com o seu secretariado e outros assessores. Conforme concluíram as investigações do MP, ele é acusado de vários crimes FOTO: NEYSLA ROCHA
 Uma casa de praia, fora do Estado do Ceará. Esta é a pista que a Polícia Federal segue para tentar localizar o prefeito afastado do Município de Senador Pompeu (a 275Km de Fortaleza), Antônio Teixeira de Oliveira (PT), que teve a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJCE), na última sexta-feira. Na tarde de ontem, a fuga de Teixeira completou 120 horas. Contudo, não está descartada a hipótese de Teixeira se entregar à Polícia nesta sexta-feira (24). As pistas que estão sendo seguidas pelas polícias Civil e Federal confirmam a informação revelada com exclusividade pelo Diário do Nordeste na edição de ontem, segundo a qual, o prefeito e seus assessores diretos teriam fugido de Senador Pompeu na madrugada de domingo passado (19) em um ônibus fretado. O ´vazamento´ da informação sobre a ordem de prisão poderá ser apurada pelo Tribunal de Justiça do Estado através de sua Corregedoria.

Procurados
Ontem, durante todo o dia, jornalistas permaneceram de plantão na entrada da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), localizada na Rua Conselheiro Tristão, no Centro, para onde o prefeito afastado e seus assessores deverão ser encaminhados caso a Polícia consiga encontrá-los. É ali que está preso o prefeito afastado do Município de Nova Russas, Marcos Alberto Martins Torres (PSC), que também teve sua custódia decretada pelo TJCE e pelo mesmo motivo, desvio de verbas públicas.
O titular da Decap, delegado Tarcísio Moreira Coelho, informou aos repórteres que recebeu do TJCE apenas 12 mandados de prisão, muito embora a determinação da Corte seja para a prisão de 31 pessoas.
Além do prefeito e seus assessores direitos e indiretos, como secretários municipais, membros do gabinete, representantes jurídicos, engenheiros e integrantes da Comissão de Licitação, também tiveram a prisão preventiva decretada os donos de três empresas que teriam fraudado as licitações para a execução de obras públicas.
O valor da fraude em senador Pompeu pode chegar à cifra de R$ 2,6 milhões, conforme levantamentos feitos pelo Ministério Público Estadual (MPE), através da sua Procuradoria de Combate aos Crimes Contra a Administração Pública (Procap).
Além do chefe do Executivo municipal, estão com prisão preventiva decretada outras 30 pessoas. A lista completa dos fugitivos, anunciada pela Assessoria de Imprensa do TJCE, é a seguinte, Antônio Teixeira de Oliveira (prefeito), Raimundo Morais Filho, o ´Moraisinho´ (dono da empresa Falcon Construtora); Francisco Monte Morais (proprietário da empresa Pratika Incorporações), Rodrigo Coelho Mota (sócio da Falcon Construtora), Andrezza de Abreu Sampaio Coelho Mota (dona da Daruma, Construções e Empreendimentos), Claudiana Barbosa de Almeida, Rodrigo Barbosa Menezes, José Roberto Leandro dos Santos, Aniziane Dantas de Oliveira, Eduardo Teixeira Soares Lima (engenheiro), Luís Flávio Mendes de Carvalho (vice-prefeito de Senador Pompeu), José Felismino Sousa Neto (radialista), Tárcido Francisco de Lima Baia (vice-presidente da Câmara Municipal e ex-secretário de Obras e Urbanismo), Miguel Alves de Almeida (secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente), José Dalvanir Bezerra de Almeida (tesoureiro da Prefeitura), Tarcísio de Sousa Cavalcante (secretário de Obras), Antônia Eremita Teixeira de Oliveira (irmã do prefeito afastado e foragido), Elmo Roberto Belchior Aguiar (engenheiro), Luzia Lucélia Saraiva Ribeiro, Lígia Gardênia Magalhães de Brito (secretária de Finanças), Maria Lindalva de Oliveira Alencar (secretária de Ação Social), Francisco Adriano Costa Sousa (secretário de Turismo, Cultura, Juventude e Transporte), Francisco Morais e Silva Filho (engenheiro da Daruma e tio de Francisco Monte Morais).
A lista tem ainda os nomes de Aíla Maria Jorge Holanda (da comissão de Licitação), Paulo Antônio Nogueira Júnior (Licitação), Antônio Marcos Holanda Neri (Licitação), José Cristiano Vitoriano Costa (Licitação), Robério Barbosa Lima (assessor jurídico da Prefeitura), Antônio Clodoaldo Batista da Cruz (engenheiro), Raimundo Nonato Cordeiro Moreira (engenheiro) e Luana Silva Braga.

Buscas
Segundo o Comando do Policiamento do Interior (CPI), na manhã de ontem, o destacamento da PM de Senador Pompeu fez buscas para o cumprimento de prisão de 17 das 31 pessoas investigadas. Mas, segundo o tenente-coronel Edvar Azevedo Rocha, comandante da 2ª Companhia do 1º BPM (Quixadá), nenhum dos procurados foi localizado.
No começo da noite, boatos davam conta de que os foragidos estariam escondidos no litoral do Rio Grande do Norte.

VERSÃOTeixeira deu entrevista negando as acusações
Em recente entrevista concedida na Redação do Diário do Nordeste, o prefeito de Senador Pompeu, Antônio Teixeira de Oliveira (PT), negou participação no esquema criminoso descoberto nas investigações do Ministério Público. Afirmou ter ficado ´indignado´ diante da informação revelada com exclusividade pelo jornal dando conta de que a Justiça decretara o bloqueio de seus bens e das demais pessoas investigadas. "Minha imagem foi maculada", disse.
O processo instaurado contra os gestores do Município de Senador Pompeu, de número 0003062.2011.8.06.000, foi encaminhado ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará pela Procuradoria de Combate aos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) e revela que o grupo agora procurado teria cometido os crimes de ´lavagem´ ou ocultação de bens, direitos ou valores; peculato, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Em outro procedimento, a Ação Civil Pública (ACP) é acusado de crime de improbidade administrativa.

Empresas
Teixeira atribuiu o desvio das verbas às empresas que prestaram serviço à Prefeitura de Senador Pompeu entre os anos de 2007 e 2009 e que, segundo ele, "pareciam idôneas´.
Revoltado diante das notícias, o prefeito alegou que teve sua imagem maculada. "Ainda estamos na fase investigativa, mas já estou condenado perante o povo", desabafou.

FERNANDO RIBEIROEDITOR DE POLÍCIA

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