No 1º quadrimestre de 2011, o Estado embarcou 16,3 milhões de pares, contra 31 milhões em igual período de 2010
A instabilidade cambial e a concorrência desleal com produtos made in China, tem feito as exportações calçadistas do Ceará caminharem a passos mais curtos e preocupantes. No primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com igual intervalo de 2010, a receita do setor com as exportações recuou 21,1%. Saiu de US$ 146,3 milhões para US$ 115,5 milhões. Entre janeiro e abril, o volume dos artigos fabricados no Estado embarcados para outros países retraiu-se 47,3%, de 31,0 milhões de pares para 16,3 milhões de pares. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
"Certamente que o fator determinante para a queda das exportações do Ceará e do Brasil como um todo está na questão cambial. O dólar depreciado ante o real cria dificuldade na formatação de preços. A concorrência predatória da China no mercado brasileiro também é preocupante porque da mesma forma que as exportações recuam, aumenta a entrada de mercadorias asiáticas", explicou o diretor-executivo da Abicalçados, Heitor Klein. Conforme ele, o setor responde, atualmente, por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Por destinos
Por destinos, os Estados Unidos, principal mercado comprador dos sapatos e sandálias cearenses recuou suas aquisições em 84,72%, despencando de 12,7 milhões de pares adquiridos no primeiro quadrimestre de 2010 para 1,9 milhão de pares no mesmo período deste ano. Os embarques para o Reino Unido caíram 58,82%, indo de 1,7 milhão de pares para 722 mil pares, no confronto entre os dois períodos analisados.
Em sentido oposto, a Argentina, outro importante importador dos calçados do Ceará, registrou leve crescimento de 0,68% em suas compras da indústria cearense. Passou de 656 mil pares entre janeiro a abril de 2010 para 661 mil pares no mesmo intervalo deste ano.
Cenário nacional
Com o dólar custando na casa de R$ 1,60, o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso, manifestou, durante coletiva de imprensa na semana passada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que o setor pode estar "às portas de uma nova crise".
Ele referiu-se justamente ao atual momento de incertezas na qual atravessa o setor no País, motivado pelo contínuo avanço das importações de calçados asiáticos e a queda consecutiva das exportações por conta da defasagem cambial.
O setor em números
Segundo a Abicalçados, a produção dos 7,9 mil produtores brasileiros alcançou 894 milhões de pares em 2010
(3ª posição no ranking de produtores entre países). No último ano, o setor investiu 28% mais (R$ 543 milhões). No ranking mundial, o País é hoje o 8º maior exportador de calçados, no entanto só detém 1,3% do volume.
LÍVIA BARREIRAREPÓRTER
A instabilidade cambial e a concorrência desleal com produtos made in China, tem feito as exportações calçadistas do Ceará caminharem a passos mais curtos e preocupantes. No primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com igual intervalo de 2010, a receita do setor com as exportações recuou 21,1%. Saiu de US$ 146,3 milhões para US$ 115,5 milhões. Entre janeiro e abril, o volume dos artigos fabricados no Estado embarcados para outros países retraiu-se 47,3%, de 31,0 milhões de pares para 16,3 milhões de pares. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
"Certamente que o fator determinante para a queda das exportações do Ceará e do Brasil como um todo está na questão cambial. O dólar depreciado ante o real cria dificuldade na formatação de preços. A concorrência predatória da China no mercado brasileiro também é preocupante porque da mesma forma que as exportações recuam, aumenta a entrada de mercadorias asiáticas", explicou o diretor-executivo da Abicalçados, Heitor Klein. Conforme ele, o setor responde, atualmente, por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Por destinos
Por destinos, os Estados Unidos, principal mercado comprador dos sapatos e sandálias cearenses recuou suas aquisições em 84,72%, despencando de 12,7 milhões de pares adquiridos no primeiro quadrimestre de 2010 para 1,9 milhão de pares no mesmo período deste ano. Os embarques para o Reino Unido caíram 58,82%, indo de 1,7 milhão de pares para 722 mil pares, no confronto entre os dois períodos analisados.
Em sentido oposto, a Argentina, outro importante importador dos calçados do Ceará, registrou leve crescimento de 0,68% em suas compras da indústria cearense. Passou de 656 mil pares entre janeiro a abril de 2010 para 661 mil pares no mesmo intervalo deste ano.
Cenário nacional
Com o dólar custando na casa de R$ 1,60, o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso, manifestou, durante coletiva de imprensa na semana passada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que o setor pode estar "às portas de uma nova crise".
Ele referiu-se justamente ao atual momento de incertezas na qual atravessa o setor no País, motivado pelo contínuo avanço das importações de calçados asiáticos e a queda consecutiva das exportações por conta da defasagem cambial.
O setor em números
Segundo a Abicalçados, a produção dos 7,9 mil produtores brasileiros alcançou 894 milhões de pares em 2010
(3ª posição no ranking de produtores entre países). No último ano, o setor investiu 28% mais (R$ 543 milhões). No ranking mundial, o País é hoje o 8º maior exportador de calçados, no entanto só detém 1,3% do volume.
LÍVIA BARREIRAREPÓRTER
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