A intervenção do Papa João Paulo II foi decisiva para devolver a confiança aos poloneses, ante a ameaça do regime comunista, e mudar o mundo, relembrou o chefe histórico do sindicato Solidarnosc (Solidariedade), Lech Walesa.
"Ele nos acordou", declarou em uma entrevista à AFP o ex-presidente polonês, 67 anos, que estará em Roma no dia 1º de maio para a beatificação de João Paulo II.
"Ele disse 'Não tenham medo, mudem a cara do mundo'. Nosso país acordou e outros fizeram o mesmo", acrescentou, mencionando a mensagem do papa feita em sua primeira viagem a Varsóvia em junho de 1979.
Em seu escritório em Gdansk, porto do Mar Báltico onde o primeiro sindicato livre do bloco soviético foi criado, no verão de 1980, o ex-eletricista, que se tornou especialista em cibertecnologia, tirava fotos com seus convidados usando seu tablet e colocando diretamente as imagens em seu blog (lechwalesa.blip.pl), antes de começar a contar suas memórias.
Na época da eleição de João Paulo II, em 1978, poucos militantes estavam ativos nos estaleiros de Gdansk. "Nós éramos cerca de cinquenta de um total de 17 mil operários, talvez nem isso! E após a eleição do Santo Padre, quase todo mundo se uniu ao movimento quando criamos o Solidariedade", relembrou o Prêmio Nobel da Paz de 1983.
Em 16 meses, o Solidariedade reuniu 10 milhões de membros entre os 36 milhões de habitantes da Polônia, no momento em que o general Wojciech Jaruzelski impunha a lei marcial, em dezembro de 1981.
Lech Walesa não deixou, no entanto, de recordar o papel crucial que ele mesmo desempenhou nesses acontecimentos. Em Cuba, país que recebeu a visita do papa em 1998, não ocorreu nada "porque não havia ninguém para organizar a oposição", destacou.
A mesma coisa poderia ter acontecido na Polônia "se não tivesse alguém capaz de transformar tudo aquilo em um movimento bem-sucedido. O Santo Padre nos deu o Verbo e nós o transformamos em Carne", acrescentou. Essa é a visão de um papa que contribuiu para a derrubada da primeira peça do dominó, que futuramente levaria o muro de Berlim à ruína e à queda da União Soviética.
"Como polonês, estou inclinado a admitir que tudo começou com o Solidariedade, do outro lado da barricada", declarou o ex-dirigente comunista à AFP, em agosto de 2005. "Mas a situação geral precisava amadurecer, também. O aparecimento de 'um papa polonês, em 1978, desempenhou um papel de grande importância, que não teria se fosse 20 anos antes", frisou.
Em 1983, quando João Paulo II foi novamente à Polônia, insistiu, junto ao general Jaruzelski para encontrar Lech Walesa, uma figura, então, abominada pelo poder comunista.Foi "um encontro privado" entre o papa e "o simples cidadão Walesa" acompanhado da família, organizado num refúgio descreto nas montanhas Tatras. "Os comunistas não queriam. Fizeram tudo para impedir. Mas o Santo Padre estava determinado e me ajudou", contou Lech Walesa.
"Ele disse 'Não tenham medo, mudem a cara do mundo'. Nosso país acordou e outros fizeram o mesmo", acrescentou, mencionando a mensagem do papa feita em sua primeira viagem a Varsóvia em junho de 1979.
Em seu escritório em Gdansk, porto do Mar Báltico onde o primeiro sindicato livre do bloco soviético foi criado, no verão de 1980, o ex-eletricista, que se tornou especialista em cibertecnologia, tirava fotos com seus convidados usando seu tablet e colocando diretamente as imagens em seu blog (lechwalesa.blip.pl), antes de começar a contar suas memórias.
Na época da eleição de João Paulo II, em 1978, poucos militantes estavam ativos nos estaleiros de Gdansk. "Nós éramos cerca de cinquenta de um total de 17 mil operários, talvez nem isso! E após a eleição do Santo Padre, quase todo mundo se uniu ao movimento quando criamos o Solidariedade", relembrou o Prêmio Nobel da Paz de 1983.
Em 16 meses, o Solidariedade reuniu 10 milhões de membros entre os 36 milhões de habitantes da Polônia, no momento em que o general Wojciech Jaruzelski impunha a lei marcial, em dezembro de 1981.
Lech Walesa não deixou, no entanto, de recordar o papel crucial que ele mesmo desempenhou nesses acontecimentos. Em Cuba, país que recebeu a visita do papa em 1998, não ocorreu nada "porque não havia ninguém para organizar a oposição", destacou.
A mesma coisa poderia ter acontecido na Polônia "se não tivesse alguém capaz de transformar tudo aquilo em um movimento bem-sucedido. O Santo Padre nos deu o Verbo e nós o transformamos em Carne", acrescentou. Essa é a visão de um papa que contribuiu para a derrubada da primeira peça do dominó, que futuramente levaria o muro de Berlim à ruína e à queda da União Soviética.
"Como polonês, estou inclinado a admitir que tudo começou com o Solidariedade, do outro lado da barricada", declarou o ex-dirigente comunista à AFP, em agosto de 2005. "Mas a situação geral precisava amadurecer, também. O aparecimento de 'um papa polonês, em 1978, desempenhou um papel de grande importância, que não teria se fosse 20 anos antes", frisou.
Em 1983, quando João Paulo II foi novamente à Polônia, insistiu, junto ao general Jaruzelski para encontrar Lech Walesa, uma figura, então, abominada pelo poder comunista.Foi "um encontro privado" entre o papa e "o simples cidadão Walesa" acompanhado da família, organizado num refúgio descreto nas montanhas Tatras. "Os comunistas não queriam. Fizeram tudo para impedir. Mas o Santo Padre estava determinado e me ajudou", contou Lech Walesa.
AFP
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