Elite do humor: Papudim (produtor do filme), Zé Modesto e Augusto Bonequeiro. Filme dirigido por Henrique Matias parte do vasto e ácido repertório de piadas que tem por alvo a figura da sogra |
Especialista doutorado em reconhecer os perigos de se ter a mãe da esposa de visita, o analista Papudim adverte: "Sogra na casa da gente é igual a peixe fora da geladeira, se passar de dois dias, desgraça o ambiente". E a filosofia continua: "Acidente é quando uma onda vem e leva a sogra-coral para o meio do mar. Tragédia é quando devolve".
Mas as implicâncias do bêbado Papudim, personagem criado e interpretado pelo humorista Bené Barbosa, apesar de serem frequentes, nunca lhe causaram problemas. Até agora. A verdade é que a molecagem do bêbado é hereditária e o bisavô de Papudim, há muitos anos, inventou de brincar com uma sogra em pleno enterro da velha. Não deu outra: a defunta se transformou numa cobra-coral no meio da cerimônia e amaldiçoou a família de Papudim, que agora precisa voltar à terra do bisavô para tentar desfazer o antigo feitiço.
Esse é o mote do filme "A maldição da sogra-coral e outros mungangos". Dirigido por Henrique Matias, o média-metragem foi gravado em Cascavel, com a participação de diversos nomes conhecidos da cena de humor cearense.
A montagem de 30 minutos foi financiada através da Lei do Mecenato, pelo Governo do Estado, e já está em processo de finalização no Rio de Janeiro. O conclusão do filme depende de uma verba da Casa Civil, que ainda possibilitará o lançamento. A previsão dos produtores é o média ser exibido em sessões abertas em alguns municípios cearenses.
Processo
"Ao longo da saga do personagem Papudim, a câmera funciona como o olhar de um espectador, que em cada lugar por onde passa vai descobrindo a molecagem do Ceará. É desse modo que entram na trama os outros humoristas, como uma colagem de vários quadros", explica o produtor Bené Barbosa. Compõem o elenco, importantes artistas do riso, como Rossicleia, Carimã, Aurineide Camurupim, Madame Mastrogilda, Zé Modesto e Meirinha. Para a figuração, foram escalados moradores e atores da companhia Fiapo de Trapo, de Cascavel.
A ideia de um filme surgiu a cerca de dois anos, entre Bené e o roteirista de humor Tarcísio Matos. Quando esteve no Rio de Janeiro, participando das gravações do quadro "Quem Chega Lá", no programa global Domingão do Faustão, Bené comentou com o diretor carioca Henrique Matias sobre a proposta, mostrou-lhe o roteiro e, segundo o humorista, ele lhe disse: "Se você não me convidar para dirigir esse filme, deixo de ser seu amigo".
Estava firmada a parceria. No ano passado, Bené submeteu o projeto ao Governo do Estado e foi contemplado. As gravações do filme levaram apenas 15 dias. Já a pré-produção, tomou mais tempo e deu dor de cabeça aos produtores. Um dos obstáculos mais difíceis de transpor foi o de encontrar uma cidade que servisse de locação foi muito mais penosa.
Algumas cenas foram feitas em estúdio, em Fortaleza, mas não foi possível gravar externas na cidade. Pela necessidade de um ambiente sertanejo, era preciso ainda fazer imagens em outros municípios cearenses. Alguns deles, no entanto, optaram por não apoiar o projeto. "Procuramos Maranguape, Caridade, Miraíma... O chato desses contatos é que algumas administrações não nos deram nem a oportunidade de ouvir um não, elas ficam enrolando e não te dizem nada, não dão resposta!", desabafa. Cascavel recebeu produção e atores, que ficaram locados no distrito de Jacarecoara.
Perspectivas
O humor que começou nas ruas da cidade, alcançou os palcos dos teatros e dos bares das noites fortalezenses. Depois dessas conquistas, não demorou para chegar às telinhas. Humor e câmeras de vídeo não são novidades no Ceará. Programas televisivos de humor como "Nas garras da Patrulha" e "Vila do Riso", ambos transmitidos pela TV Diário, conseguiram, ao longo dos anos, conquistar seu espaço na preferência dos espectadores.
As produções cinematográficas, no entanto, são novas. E o trabalho de diretores como Guel Arraes, que assumiu no cinema o humor nordestino da obra de Ariano Suassuna, inspiram o grupo, que pretende não parar nessa primeira montagem. "Os filmes podem ser mais um instrumento por meio do qual vamos escoar a produção de humor do Estado. As casas de shows já não comportam tantos humoristas", afirma Bené, que conta com o apoio de alguns humoristas, mas da Quitanda das Artes na produção do filme.
A proposta é dar continuidade aos workshops que tem acontecido nas primeiras e últimas terças-feiras de cada mês, integradas ao projeto Terça de Graça, no Theatro José de Alencar e, posteriormente, oficializá-las em um instituto já fundado, chamado Ceabrindo. "Queremos montar ainda um núcleo de criadores de texto. Não vale a pena viver de piadas de internet, temos que reunir os bons roteiristas do Ceará para criarmos coisas novas", ressalta o produtor.
As ideias parecem, de fato, estar fluindo e o sonho agora é já começar os ensaios para a continuação da saga da sogra-coral. "Dessa vez, vamos fazer um longa-metragem! Depois de ´As mães de Chico Xavier´ e ´Nosso Lar´, vamos lançar ´A reencarnação da sogra-coral´. A proposta é convidar o Tom Cavalcante para fazer o João Canabrava. Ele, Papudim e Copim serão os médiuns da velha", revela o comediante, empolgado.
Não bastasse a presença de Tom Cavalcante, Bené Barbosa já adianta outro ilustre convidado: no vilarejo do filme haverá uma pequena escola, reduto do grande educador, professor Tiririca. Quem viver, verá.
MAYARA DE ARAÚJOREPÓRTER
Esse é o mote do filme "A maldição da sogra-coral e outros mungangos". Dirigido por Henrique Matias, o média-metragem foi gravado em Cascavel, com a participação de diversos nomes conhecidos da cena de humor cearense.
A montagem de 30 minutos foi financiada através da Lei do Mecenato, pelo Governo do Estado, e já está em processo de finalização no Rio de Janeiro. O conclusão do filme depende de uma verba da Casa Civil, que ainda possibilitará o lançamento. A previsão dos produtores é o média ser exibido em sessões abertas em alguns municípios cearenses.
Processo
"Ao longo da saga do personagem Papudim, a câmera funciona como o olhar de um espectador, que em cada lugar por onde passa vai descobrindo a molecagem do Ceará. É desse modo que entram na trama os outros humoristas, como uma colagem de vários quadros", explica o produtor Bené Barbosa. Compõem o elenco, importantes artistas do riso, como Rossicleia, Carimã, Aurineide Camurupim, Madame Mastrogilda, Zé Modesto e Meirinha. Para a figuração, foram escalados moradores e atores da companhia Fiapo de Trapo, de Cascavel.
A ideia de um filme surgiu a cerca de dois anos, entre Bené e o roteirista de humor Tarcísio Matos. Quando esteve no Rio de Janeiro, participando das gravações do quadro "Quem Chega Lá", no programa global Domingão do Faustão, Bené comentou com o diretor carioca Henrique Matias sobre a proposta, mostrou-lhe o roteiro e, segundo o humorista, ele lhe disse: "Se você não me convidar para dirigir esse filme, deixo de ser seu amigo".
Estava firmada a parceria. No ano passado, Bené submeteu o projeto ao Governo do Estado e foi contemplado. As gravações do filme levaram apenas 15 dias. Já a pré-produção, tomou mais tempo e deu dor de cabeça aos produtores. Um dos obstáculos mais difíceis de transpor foi o de encontrar uma cidade que servisse de locação foi muito mais penosa.
Algumas cenas foram feitas em estúdio, em Fortaleza, mas não foi possível gravar externas na cidade. Pela necessidade de um ambiente sertanejo, era preciso ainda fazer imagens em outros municípios cearenses. Alguns deles, no entanto, optaram por não apoiar o projeto. "Procuramos Maranguape, Caridade, Miraíma... O chato desses contatos é que algumas administrações não nos deram nem a oportunidade de ouvir um não, elas ficam enrolando e não te dizem nada, não dão resposta!", desabafa. Cascavel recebeu produção e atores, que ficaram locados no distrito de Jacarecoara.
Perspectivas
O humor que começou nas ruas da cidade, alcançou os palcos dos teatros e dos bares das noites fortalezenses. Depois dessas conquistas, não demorou para chegar às telinhas. Humor e câmeras de vídeo não são novidades no Ceará. Programas televisivos de humor como "Nas garras da Patrulha" e "Vila do Riso", ambos transmitidos pela TV Diário, conseguiram, ao longo dos anos, conquistar seu espaço na preferência dos espectadores.
As produções cinematográficas, no entanto, são novas. E o trabalho de diretores como Guel Arraes, que assumiu no cinema o humor nordestino da obra de Ariano Suassuna, inspiram o grupo, que pretende não parar nessa primeira montagem. "Os filmes podem ser mais um instrumento por meio do qual vamos escoar a produção de humor do Estado. As casas de shows já não comportam tantos humoristas", afirma Bené, que conta com o apoio de alguns humoristas, mas da Quitanda das Artes na produção do filme.
A proposta é dar continuidade aos workshops que tem acontecido nas primeiras e últimas terças-feiras de cada mês, integradas ao projeto Terça de Graça, no Theatro José de Alencar e, posteriormente, oficializá-las em um instituto já fundado, chamado Ceabrindo. "Queremos montar ainda um núcleo de criadores de texto. Não vale a pena viver de piadas de internet, temos que reunir os bons roteiristas do Ceará para criarmos coisas novas", ressalta o produtor.
As ideias parecem, de fato, estar fluindo e o sonho agora é já começar os ensaios para a continuação da saga da sogra-coral. "Dessa vez, vamos fazer um longa-metragem! Depois de ´As mães de Chico Xavier´ e ´Nosso Lar´, vamos lançar ´A reencarnação da sogra-coral´. A proposta é convidar o Tom Cavalcante para fazer o João Canabrava. Ele, Papudim e Copim serão os médiuns da velha", revela o comediante, empolgado.
Não bastasse a presença de Tom Cavalcante, Bené Barbosa já adianta outro ilustre convidado: no vilarejo do filme haverá uma pequena escola, reduto do grande educador, professor Tiririca. Quem viver, verá.
MAYARA DE ARAÚJOREPÓRTER
Parabéns ao povo cearense por seus excelentes humoristas. Abraços, Joaquim Rocha, Brasília, DF.
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