quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

VAGAS A PREENCHER: Onde falta mão-de-obra no CE


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No mercado de panificação também é difícil preencher vagas de padeiros e confeiteiros especializados
FOTO: MIGUEL PORTELA

O mercado de trabalho do Ceará não consegue atender a demanda por profissionais. A oferta de mão-de-obra está difícil para algumas funções da indústria de transformação, serviços, construção civil e comércio, como costureiras, garçons e pedreiros.
De acordo com dados do Sine/IDT (Sistema Nacional de Empregos e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho), das 120.439 vagas captadas, no ano passado, 91.616 foram ocupadas por encaminhamentos do órgão, no Estado. Este números indicam que a taxa de aproveitamento é de 76%, ou seja, 24% ficaram ociosas.
O coordenador da Intermediação de profissionais do Sine/IDT, Antenor Tenório, ressalta que as 28.823 vagas não colocadas a partir do encaminhamento do órgão não significa que não foram preenchidas. "Há outros mecanismo para captar mão-de-obra", explica.
"São indicações entre os trabalhadores, além das consultorias privadas". Tenório destaca ainda que o índice de desempenho da entidade está entre as melhores do País, sendo o maior na região Nordeste.

Quer ser costureira?
Mas, quem quer trabalhar como costureira? Para esta função, estão abertas entre 100 a 200 postos de trabalho, segundo Tenório. Na indústria de transformação, a ociosidade nas vagas ofertadas é maior no Estado, ao se analisar o desempenho do Sine/IDT.
Foram captadas 41.767 vagas, sendo que 32.074 foram inseridas no setor, ao longo do ano passado. 9.693 não foram preenchidas. Segundo Tenório, a dificuldade se refere a funções de operador de empilhadeira, de corte, cronometrista, além de vagas na indústria têxtil e de confecções.

Foco no administrativo
Tenório explica que, ao observar os jovens candidatos, percebe-se que eles não estão dispostos assumirem vagas na indústria ou na construção civil. "Eles preferem cargos administrativos ou ligados a informática".

Quarentões ganham espaço
"Os quarentões estão começando a ingressar no mercado de trabalho com mais facilidade. Eles estão retornando ao demonstrar boa saúde e vigor físico", compara.

Outras expectativas
"A geração atual de jovens tem expectativas diferentes ao buscar oportunidades". Ele acrescenta que a não inserção também se deve a questões de qualificação e experiência para o emprego. Entre os serviços, ele também reconhece a carência por profissionais para trabalharem de garçom. No setor, em geral, foram 32.938 ofertas de trabalho, das quais 14.468 foram preenchidas pelo Sine/IDT no ano passado.

Construção civil
Em 2010, o terceiro setor que mais colocou mão-de-obra no mercado de trabalho foi a construção civil, com 18.341 vagas captadas e, destes, 14.468 trabalhadores colocados. O setor representa 15% da demanda por profissionais. Segundo Tenório, no anterior, a construção civil era a quarta maior demanda, tendo inserido 7.407 profissionais, quase metade em relação ao ano seguinte.
"Houve um crescimento das vagas não aproveitadas na construção civil", avalia Tenório.

Falta qualificação
Ele cita quais são estes postos de trabalho: carpinteiro, pedreiro, engenheiro civil, técnico em edificações, soldador, serralheiro. "Há um dificuldade de encaminhar profissionais para as empresas por falta de qualificação, falta da experiência, idade, por quantidade de profissionais insuficiente", afirma.
Tenório diz ainda que até a migração, do interior para a Capital, do trabalho do recrutamento tornou-se uma estratégia difícil. "Em alguns municípios, a construção está aquecida. Falta de mão-de-obra, tanto de nível técnico, como superior", diz. O setor de panificação também sente a falta de pessoal. Segundo o presidente da Abip, Alexandre Pereira, o Ceará absorveria 300 padeiros e confeiteiros especializados com salários de R$ 2.000.

Novos tempos
"A geração atual de jovens tem expectativas diferentes ao buscar emprego"
Antenor TenórioCoordenador de Intermediação do Sine/IDT

CAROL DE CASTROREPÓRTER

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