Uma pavimentação imprópria e serviço de drenagem mal feito são apontados como as grandes causas de uma grande fenda aberta em uma falésia da vila de Canoa Quebrada FOTO: JURACY MONTENEGRO |
Aracati. Muito embora o processo natural das marés colabore com a erosão das falésias, é fato que é a falha humana quem piora tudo do dia para a noite, literalmente. Uma pavimentação imprópria e serviço de drenagem mal feito são apontados como as grandes causas de uma grande fenda aberta em uma falésia dividindo o povoado da vila de Canoa Quebrada.
A água das chuvas escoa forte e abre ainda mais rapidamente o buraco, causando risco de acidentes. A lentidão do caso fica para a ação humana. A Prefeitura decretou situação de emergência nesta semana, há dois anos de quando começou o problema.
Técnicos da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e do Ibama estiveram ontem verificando a grande erosão na falésia de Canoa Quebrada. A visita foi a pedido da população que, cansada de esperar, quer tomar uma providência por conta própria, que seja uma forma de ´tapar´ o buraco.
Era só uma rachadura, cresceu e virou uma enorme fenda, apelidada jocosamente de "buraco do Expedito", em alusão ao prefeito municipal, que em 2009 autorizou o serviço de pavimentação na vila de Canoa Quebrada. A obra, em parceria com o Governo do Estado, ficou inacabada e foi "mal feita", conforme Francisco Edvando, o "Louro", presidente do Conselho Comunitário. O problema é que quando chove a água escorre no sentido das falésias, exatamente para onde não deveria ir.
Com as fortes chuvas caídas em Aracati - e todo o Ceará - em 2009, a correnteza se formou em cima da falésia, que não aguentou e rachou. O Caderno Regional esteve lá à época conferindo e denunciando o problema sofrido pela comunidade, principalmente os moradores da Vila dos Esteves, vizinha à de Canoa. "O acesso aos Esteve só se dá agora de trator ou buggy", reclama o ´Louro´, do Conselho Comunitário. A mesma preocupação é sentida pelo educador ambiental Tércio Velardi, da ONG ReciCriança. Lá dezenas de crianças e jovens frequentam diariamente a sede cujos trabalhos são referência nacional.
As falésias estão situadas em uma região de Área de Proteção Ambiental, daí a necessidade de a Semace decidir sobre o que ser feito diante da cratera. A APA de Canoa foi regulamentada em março de 1998, abrangendo uma área de seis mil hectares, que vai desde Porto Canoa, a leste, à foz do Rio Jaguaribe, a oeste.
No meio disso estão cerca de cinco mil pessoas nas comunidades de Cumbe, Canavieira, Estevão, Beirada e Canoa, além de manguezais, dunas, praias, picos e, claro, as falésias. Essa área já é motivo de duas ações civis pelo Ministério Público, uma exigindo a retirada das barracas e outra proibindo o passeio de carro pelas áreas de dunas e falésias.
Só quando estiver com a ´planta´ do sistema de saneamento no subterrâneo da comunidade, a Semace deve anunciar nos próximos dias uma alternativa para o problema. Para os moradores, a saída é colocar areia para ´fechar´ a fenda. A Prefeitura Municipal decretou situação de emergência e a coordenação municipal da Defesa Civil esteve no local, que já configura uma área de risco.
Técnicos da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e do Ibama estiveram ontem verificando a grande erosão na falésia de Canoa Quebrada. A visita foi a pedido da população que, cansada de esperar, quer tomar uma providência por conta própria, que seja uma forma de ´tapar´ o buraco.
Era só uma rachadura, cresceu e virou uma enorme fenda, apelidada jocosamente de "buraco do Expedito", em alusão ao prefeito municipal, que em 2009 autorizou o serviço de pavimentação na vila de Canoa Quebrada. A obra, em parceria com o Governo do Estado, ficou inacabada e foi "mal feita", conforme Francisco Edvando, o "Louro", presidente do Conselho Comunitário. O problema é que quando chove a água escorre no sentido das falésias, exatamente para onde não deveria ir.
Com as fortes chuvas caídas em Aracati - e todo o Ceará - em 2009, a correnteza se formou em cima da falésia, que não aguentou e rachou. O Caderno Regional esteve lá à época conferindo e denunciando o problema sofrido pela comunidade, principalmente os moradores da Vila dos Esteves, vizinha à de Canoa. "O acesso aos Esteve só se dá agora de trator ou buggy", reclama o ´Louro´, do Conselho Comunitário. A mesma preocupação é sentida pelo educador ambiental Tércio Velardi, da ONG ReciCriança. Lá dezenas de crianças e jovens frequentam diariamente a sede cujos trabalhos são referência nacional.
As falésias estão situadas em uma região de Área de Proteção Ambiental, daí a necessidade de a Semace decidir sobre o que ser feito diante da cratera. A APA de Canoa foi regulamentada em março de 1998, abrangendo uma área de seis mil hectares, que vai desde Porto Canoa, a leste, à foz do Rio Jaguaribe, a oeste.
No meio disso estão cerca de cinco mil pessoas nas comunidades de Cumbe, Canavieira, Estevão, Beirada e Canoa, além de manguezais, dunas, praias, picos e, claro, as falésias. Essa área já é motivo de duas ações civis pelo Ministério Público, uma exigindo a retirada das barracas e outra proibindo o passeio de carro pelas áreas de dunas e falésias.
Só quando estiver com a ´planta´ do sistema de saneamento no subterrâneo da comunidade, a Semace deve anunciar nos próximos dias uma alternativa para o problema. Para os moradores, a saída é colocar areia para ´fechar´ a fenda. A Prefeitura Municipal decretou situação de emergência e a coordenação municipal da Defesa Civil esteve no local, que já configura uma área de risco.
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