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| A sessão de ontem na Câmara foi de conversas e negociações entre Governo, base aliada e opositores (RENATO ARAÚJO/ABr) |
O debate que já vem se estendendo há meses no cenário político nacional acerca do reajuste do salário mínimo terá, finalmente, uma definição hoje, com a votação da proposta na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O reajuste se apresenta como a prova de fogo da nova gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), já que esse será o primeiro grande embate travado com os parlamentares federais. O resultado da votação de hoje é que mostrará a força e o poder de articulação do novo governo junto ao Congresso Nacional.
A petista propõe que o salário mínimo seja de R$ 545, enquanto alguns partidos como o PDT, DEM e PSDB defendem uma cifra maior.
Ontem, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, participaram de reuniões com os principais partidos. Os cálculos dos governistas são otimistas, apostando em 360 votos, dos 513 possíveis, a favor dos R$ 545. “Estamos em uma situação confortável, muito melhor do que na semana passada”, afirmou o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Único foco declarado de resistência entre os aliados do governo, o PDT aposta em um salário mínimo de R$560, assim como o Partido Democratas (DEM). O PSDB, por sua vez, também já admite votar o salário mínimo de R$ 560 se o valor de R$ 600 não prosperar na Casa, segundo apontou o senador tucano Aécio Neves.
Já o PSB, que ainda estava indeciso quanto à votação, após alguns encontros, saiu em defesa, quase que de forma “unânime”, do valor proposto por Dilma, de acordo com a líder do PSB na Câmara, deputada Ana Arraes (PE).
Bancada cearense
Em reunião na manhã de ontem, 85 dos 86 parlamentares que compõem a bancada federal do Partido dos Trabalhadores decidiram apoiar a proposta encaminhada por Dilma à Câmara. A exceção foi o deputado cearense Eudes Xavier, que manteve sua posição apresentada ontem ao O POVO. Ele defende reajuste salarial no patamar das centrais sindicais. De acordo com ele, as centrais já se pronunciaram em torno da busca de um salário de R$ 560.
“O governo deve analisar bem essa questão até amanhã. Meu bom senso diz que ainda poderá haver um consenso. Eu torço para que não saia nem traidor e nem traído”, ponderou Xavier.
Para o deputado José Guimarães, líder da bancada cearense na Câmara e vice-presidente nacional do PT, a luta por um salário superior a R$ 545 é um legítimo “papel das centrais sindicais”. No entanto, ele destaca que “fazer cavalo de batalha num momento de início de governo, com problemas fiscais, com sérios riscos de volta da inflação é um erro grave.” (com agências)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A equipe econômica do Governo Dilma garante que não há motivos para dar um aumento maior do que o já acertado em R$ 545. Centrais sindicais e alguns partidos, no entanto, destacam que existem possibilidades de elevar o valor para R$560.
Ranne Almeida
ranne@opovo.com.br
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