quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

TRAGÉDIA NO RIO: Mortes poderiam ser 80% a menos


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Equipe Resgata o corpo de uma das 836 vítimas dos deslizamentos
 e enchentes que afetam o Rio de Janeiro
FOTO: REUTERS


Rio de Janeiro. Ao apresentar o relatório preliminar da inspeção na região serrana do Rio, o presidente do Conselho Regional de Arquitetura, Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, disse ontem que 80% das mortes em decorrência das chuvas seriam evitadas, caso as prefeituras das cidades afetadas respeitassem a legislação ambiental do País.
Segundo fontes oficiais, pelo menos 836 pessoas morreram na região serrana do Rio por conta das chuvas e mais de 500 estão desaparecidas. Assim, de acordo com as contas de Guerreiro, cerca de 668 vidas teriam sido poupadas com o cumprimento da legislação.

"Técnicos apuraram que o desmatamento fez a velocidade da cabeça-d´água atingir mais de 100 km/h em alguns trechos", afirmou. O documento lembra que a ocupação dos morros com inclinação maior de 45 graus é crime ambiental, porque são considerados Áreas de Preservação Permanente (APPs) e recomenda a retirada da população desses locais.
Outros estados que enfrentam dificuldades com as chuvas são Santa Catarina e Minas Gerais. Quase um milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas em Santa Catarina este ano. Ao todo, 71 cidades foram atingidas pelos temporais e afetaram 919.681 moradores.
Segundo relatório da Defesa Civil, 23.997 ficaram desalojados e 1926 ficaram desabrigados. Foram registradas cinco mortes e 162 pessoas ficaram feridas. Do total de municípios atingidos, 60 já decretaram situação de emergência por conta das chuvas e outro está em calamidade pública.
Pelo menos um terço da população de Blumenau (SC), cerca de 100 mil habitantes, está sem água tratada desde segunda-feira devido à quantidade de lama trazida pela chuva no rio Itajaí-Açu, que abastece a cidade.
Já em Minas Gerais, a Defesa Civil do Estado confirmou que 102 cidades já decretaram situação de emergência por causa da chuva no estado. Itamarandiba, na Região do Vale do Jequitinhonha e Soledade de Minas, na Região Sul do estado, foram as últimas a decretar. Ao todo, a Defesa Civil de Minas registrou 17 mortes em decorrência das chuvas, sendo a primeira morte no dia 23 de novembro de 2010 e a mais recente, no dia 20 de janeiro de 2011.

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