sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ABESTADO: O Tiririca leu e escreveu.

São Paulo. O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Walter de Almeida Guilherme, disse ontem que o deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR), conseguiu ler e escrever o que foi pedido no teste.
Tiririca responde a processo que apura a veracidade de sua declaração de escolaridade.
Indagado se o deputado sabe realmente ler e escrever, o desembargador disse que seria leviano de sua parte se antecipar sobre o assunto. "É o juiz quem vai responder sobre isso". O juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloisio Sérgio Rezende Silveira é quem decidirá sobre a ação penal contra Tiririca.
Segundo o presidente do TRE-SP, Tiririca se submeteu a um teste de leitura e de escrita nesta manhã, durante audiência na sede do TRE-SP.
Antes de ler e escrever, o deputado se recusou a fazer a perícia técnica para comparar sua escrita com a de sua mulher, que teria ajudado o deputado a preencher a declaração de instrução entregue à Justiça Eleitoral. "Ele se recusou e tem base para recusar", disse o desembargador, ressaltando que Tiririca não é obrigado a criar provas contra si mesmo.


Teste

O deputado de maior votação no Estado de São Paulo e em todo o País teve de ler a manchete da edição de ontem do Jornal da Tarde - "Procon manda fechar loja que vende itens vencidos" - e o olho da matéria: Medida inédita suspende as atividades de 11 supermercados da capital durante período de 12 horas. Segundo órgão de defesa do consumidor, a aplicação de multas não surtiu efeito, já que as lojas punidas são reincidentes na infração".
Tiririca também teve de ler o título e o olho da matéria de capa de variedades do Jornal da Tarde: "O tributo final a Senna" e "Estreia amanhã filme que homenageia o piloto brasileiro, relembrando os tempos de glória, as brigas com dirigentes, a rivalidade com Prost e pouco da vida pessoal".
Já o ditado foi tirado da página 51 do livro: "Justiça Eleitoral - uma retrospectiva", editado pelo TRE-SP em 2005. A frase é de um texto intitulado "a justiça brasileira pós Estado Novo", de autoria de José D´Amico Bauab, mestre em Direito pela Universidade de São Paulo e servidor do tribunal na Capital. "A promulgação do Código Eleitoral em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral". O desembargador afirmou que Tiririca "deu conta de ler tudo", referindo-se ao texto do Jornal da Tarde. Sobre o ditado, afirmou que o deputado "soube escrever". Apesar de todo o imbróglio.

Diplomação

O presidente do TRE-SP acredita que a decisão do juiz Aloísio Silveira não deve interferir na diplomação do deputado federal eleito, prevista para 17 de dezembro. Isso porque a decisão do tribunal que permitiu que Tiririca concorresse não está sendo contestada e permanece intacta. "A sentença do juiz não interfere na diplomação. Ele será diplomado independentemente da decisão", apontou o desembargador Walter de Almeida Guilherme. O juiz ressaltou, no entanto, que cabe recurso aos tribunais superiores.

Insatisfatório

O promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes classificou de "insatisfatório" o teste de leitura e escrita do deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca.

Lopes afirmou que irá recorrer caso o comediante seja absolvido. Segundo o promotor, houve um "cerceamento da atividade acusatória" na ação penal no qual o deputado eleito é acusado de falsidade ideológica.

Fique por dentro Dúvida
O humorista Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), Tiririca, eleito no dia 3 de outubro, com 1,3 milhão de votos - o recorde deste ano para as vagas da Câmara dos Deputados, foi acusado pelo Ministério Público de entregar à Justiça Eleitoral declarações falsas sobre sua alfabetização e seus bens. A denúncia levou à abertura de uma ação penal sob a acusação da prática de falsidade ideológica contra o humorista. A perícia levantou a suspeita de que a declaração de alfabetização não foi redigida pelo humorista. A denúncia do Ministério Público Eleitoral contra o deputado eleito foi aceita pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário