sábado, 28 de maio de 2016

Gravações revelam apoio financeiro de partidos ao MBL

O Movimento Brasil Livre acabou se tornando uma das principais vozes a favor do afastamento de Dilma e organizou diversos protestos pró-impeachment ( FOTO: ABR )
Brasília. Movimento que se diz apartidário recebeu recursos de PMDB, Solidariedade, PSDB e DEM para impulsionar protestos a favor do impeachment. Partidos teriam pagado também viagens de manifestantes a Brasília.

Gravações divulgadas, nesta sexta (27), pelo site de notícias "Uol" revelaram que o Movimento Brasil Livre (MBL), que organizou diversos atos pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, recebeu dinheiro de partidos políticos, como PMDB, Solidariedade, PSDB e DEM.

Fundado em 2014, o MBL se declara apartidário e afirma ter sido criado para combater a corrupção. O movimento acabou se tornando uma das principais vozes a favor do afastamento de Dilma e organizou diversos protestos a favor do impeachment pelo País. Para manter a estrutura, a entidade, da qual faz parte o ativista Kim Kataguiri, pede doações em seu site.

Apesar de o MBL defender o caráter apartidário, as gravações obtidas pelo "Uol" revelaram uma aproximação do movimento com partidos da oposição. Segundo o site, o MBL recebeu apoio financeiro de partidos para impressão de panfletos, aluguel de carro de som e de ônibus para levar manifestantes a protestos, além de pagar lanches para os viajantes.

O apoio ao movimento não ficou somente em recursos financeiros. Numa gravação de fevereiro, Renan Antônio Ferreira dos Santos, coordenador do MBL, afirma ter feito um acordo com partidos para a divulgação dos protestos de 13 de março.

A reportagem revelou que o apoio de partidos da oposição ao MBL, nos protestos contra Dilma, ocorreu em três frentes. O Solidariedade, além de financiar carros de som, teria, junto com DEM, disponibilizado sua estrutura para divulgar os protestos. O PMDB teria pago pela impressão de panfletos. Já o PSDB teria financiado a viagem de manifestantes a Brasília para o protesto de 11 de maio, dia da votação no Senado da admissibilidade do processo contra Dilma.

Procurados pelo site, o PMDB negou trabalhar em parceria com MBL. O PSDB disse que houve uma tentativa de parceria com o movimento, mas que ela não chegou a ser concretizada. Já DEM e Solidariedade confirmaram a atuação em conjunto no protesto de 13 de março.

Em nota, Renan Antônio Ferreira dos Santos, do MBL, confirmou a autenticidade das gravações e disse que lideranças de vários partidos integravam o comitê do impeachment. "As manifestações não são do MBL. Não houve nenhuma ajuda direcionada ao MBL", disse.

   

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