A constante mudança de chefe do executivo municipal tem
trazido prejuízos em relação aos serviços básicos que o Município deve
prestar
FOTO: ALEX PIMENTEL
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Emancipado aos 2 de setembro de 1890, Pacoti é um município do Maciço
de Baturité com pouco mais de 11 mil habitantes, segundo o censo do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. A cidade
tem como alguns dos seus principais atrativos a sua riqueza geográfica,
hotéis típicos e o clima serrano, mas está conquistando fama mesmo é na
política. Somente nos dois últimos anos, ganhou seis mandatários
municipais.
O problema surgiu nas eleições de 2012, quando Edson Leite Araújo foi
eleito através do voto popular, mas acabou não assumindo o cargo por ter
sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa. O então presidente da Câmara de
Vereadores, Valmir Saraiva Maciel, assumiu o posto, mas em junho de 2013
ele também foi afastado e tomou assento no seu lugar a vereadora Maria
Orquídea Jacaúna Lima, mas apenas por nove dias.
Valmir Saraiva retornou ao Paço Municipal, onde permaneceu até o dia 15
deste mês. Ele renunciou para poder voltar à Câmara e participar da
votação. Em seu lugar, assumiu Antônio Jorge de Oliveira.
Ontem, 1º de janeiro, Antônio Jorge entregou o cargo a José Leandro
Sousa de Oliveira, eleito presidente da Câmara para o biênio 2015/2016.
José Leandro passou a presidência da Câmara para Maria Orquídea e
assumiu interinamente a Prefeitura de Pacoti.
Processo
Edson Leite aguarda apenas o retorno do seu processo ao Tribunal
Regional Eleitoral (TRE) do Ceará para reivindicar o cargo de prefeito.
Nada ficou provado contra ele, explicou o vereador Fernando Moreira
Ponte, mais conhecido como Fernandinho do Ouro. Segundo Fernandinho,
hoje, ele seria o representante do povo de Pacoti no Paço Municipal caso
sua eleição para presidência da Câmara, no dia 15 de dezembro, não
tivesse sido anulada pela Justiça local, por problemas de ordem interna
da Câmara. Pela ordem, o sexto prefeito de sua terra natal.
Não bastasse isso, no portal oficial do TRE do Ceará consta o nome do
candidato Marcos Venicios Norjosa, o "Dr. Marcos", adversário de Edson
Leite, como eleito no pleito de 2012.
O troca-troca se tornou o assunto mais comentado nas rodas de amigos.
Para alguns, a situação é uma vergonha. Outros veem a situação como
hilária. Para a dona de casa Maria Rosalina Ferreira Lima, as constantes
mudanças são um atraso.
Na opinião dela, o problema está nas leis e na forma como a política é
conduzida. Mesmo não podendo assumir, Edson Leite acabou se
candidatando, causando esses problemas. "De uma forma ou de outra a
maioria acaba pensando somente neles, e no poder", ressalta.
Já o motorista Pedro Rogério Rebouças leva a situação na gozação. "Se
esse entra e sai de prefeitos continuar por aqui, até eu quero ser
prefeito", brinca.
Apesar das brincadeiras, a situação é séria no Município, alerta
Fernandinho do Ouro. Nos últimos dias, veículos particulares estavam
sendo utilizados para transportar pacientes que necessitam fazer
hemodiálise em Baturité.
O fornecimento de combustível para as viaturas do Sistema Único de
Saúde (SUS) também foi cortado nos últimos 15 dias, quando Valmir
Saraiva entregou o cargo. O Município também ficou sem dinheiro para
pagamento do mês de dezembro de servidores.
O último prefeito interino de Pacoti, o vereador Antonio Jorge de
Oliveira, passou apenas 10 dias no cargo. Ele havia assumido no dia 15
de dezembro passado, chegou a ser afastado pela Justiça, por quatro
dias, mesmo assim, afirma que foi tempo suficiente para sentir o peso e a
responsabilidade de ser o representante do seu povo.
Alex Pimentel
Colaborador
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