quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CE terá plano contra dengue

Esporte no combate a Dengue

Bolas de futebol, basquete e vôlei, além de laboratórios de informática para crianças, jovens e instituições que acabarem com os focos do mosquito transmissor de dengue, o Aedes aegypti, de suas casas e escolas. O projeto pioneiro da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), une esporte e inclusão digital como as novas ferramentas de mobilização social e responsabilidade coletiva no combate à doença no Ceará, um dos 16 Estados classificados pelo Ministério da Saúde como de alto risco para epidemias de dengue esse ano.
A ideia é simples, mas requer recursos da ordem de R$ 12 milhões para a aquisição do material esportivo e computadores. E é isso que o titular da Sesa, José Arruda Bastos, leva para a reunião de hoje, em Brasília, com todos os secretários estaduais de saúde do país e ministro Alexandre Padilha.

Campanha
O projeto de inclusão digital e de esporte está inserido nas estratégias da campanha desse ano que tem como tema "Dengue, se você agir, podemos evitar". Para o titular da Coordenadoria de Prevenção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, é uma forma de fortalecer a parceria entre poder público e a sociedade civil.

O encontro tem como objetivo a formulação de diretrizes comuns e específicas na prevenção e controle da dengue. Também é a oportunidade para defesas de propostas e reivindicações dos Estados em reforçar equipamentos, insumos e inseticidas para as ações.
Veja entrevista do coordenador



"Só assim, todos juntos, podemos vencer o mosquito e a doença", afirma ele. Para o sanitarista, a "Escola 10, dengue zero" e "Casa 10, dengue zero" prometem levar a esse engajamento. Ele explica que para ganhar a bola ou rede de computadores, a residência e instituições de ensino têm que provar que estão livres de focos do Aedes aegypti.
Isso se dará com as visitas dos agentes comunitários de saúde. As universidades vinculadas ao Estado e municípios também poderão ser contemplados com uma televisão LCD de 32 polegadas para a sala de espera de cinco unidades de saúde ou cinco motos para a supervisão das ações de combate à doença e que tenham feitos seis ciclos de tratamento focal e mantido a infestação predial abaixo de 1% durante 2001.
As escolas e universidades deverão implantar coleta seletiva de lixo e recolhimento nas casas dos alunos e na rua, do maior quantitativo de pneus velhos e garrafas plásticas para dar uma destinação correta.

Monitorados
Para maior controle do trabalho de prevenção e controle, o agente comunitário de saúde e o supervisor de endemias serão monitorados com registro eletrônico de cada visita domiciliar pelo órgão de saúde.
O preconizado pelo Ministério da Saúde é que cada local seja vistoriado seis vezes por ano. "É preciso atingir esse número principalmente nos municípios do interior", diz Fonseca.
Serão distribuídas 50 mil cartilhas para as escolas estaduais, 10 mil livretos para o agente de saúde e 100 mil panfletos.
Para efetivar as ações, cinco secretarias estão envolvidas: além da Sesa, as secretarias da Educação (Seduc), das Cidades, dos Esportes e do Meio Ambiente. A Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública do Estado, Cagece e Casa Civil também estão mobilizadas.

Fique por dentro
Cuidados
O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. Por exemplo: caixas-d´água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, tanques, cisternas, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e muitos outros onde a água é coletada ou armazenada. Assim, a prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade a partir da adoção de medidas simples, visando à interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença.

REUNIÃO
Atualizado projeto de contingência
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) promoveu, na manhã de ontem, a primeira reunião deste ano do Comitê Estadual de Mobilização contra a Dengue. Na pauta, a apresentação do projeto de inclusão digital e esporte e a revisão do Plano de contingência da dengue, que inclui ações de reforço na prevenção e ainda ampliação na estrutura de assistência aos pacientes. Tudo prevendo uma situação de epidemia que o Ceará e mais 15 Estados correm risco alto este ano, conforme indicadores do Ministério da Saúde.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado, neste ano de 201 foram confirmados 105 casos de dengue em sete municípios. Na capital, a maioria dos casos: 62. Em seguida vem Itapipoca, com 34 casos. Em terceiro lugar, está Quixadá, com quatro casos. No Estado, não há confirmação de óbitos nas duas primeiras semanas do ano.
O Plano possui três eixos de ação: o primeiro é a eliminação dos focos do mosquito. Outro eixo é o químico, com a atuação do carro fumacê e dos agentes sanitaristas em visitas domiciliares. O manejo clínico, com a assistência ao paciente é o terceiro eixo do plano.
A limpeza de canais e pontos de lixo são alvos. Segundo a Prefeitura de Fortaleza, as regionais estão com os serviços de limpeza intensificados. Ao todo, 855 servidores da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) estão distribuídos em 57 equipes, engajados nos serviços.

LÊDA GONÇALVES
REPÓRTER- DN

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