quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Bolsonaro confirma que vai acabar com o Ministério do Trabalho

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Diário do Nordeste
O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (7) que não haverá o Ministério do Trabalho em seu governo. A ideia é que as competências da pasta sejam realizadas por "outro ministério", afirmou durante entrevista coletiva. Contudo, ele não informou mais detalhes de como se dará a extinção do órgão.

"O Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério", disse ao deixar o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acompanhado do juiz Sérgio Moro, confirmado como futuro ministro da Justiça.

Mais cedo, Bolsonaro revelou que o número de pastas de seu governo poderá chegar a 18, com a necessidade de a Controladoria Geral da União (CGU) ter de manter status de Ministério. Segundo Bolsonaro, essa modificação, por exemplo, "não é pela governabilidade, é para que possamos apresentar resultado". 

A ideia inicial era de que o número de ministérios fosse enxugado para 15. Os números foram ampliados para 17 e, agora, para 18.


O presidente eleito voltou a comentar que um parlamentar de um pequeno partido o procurou tentando discutir formas de fazer negociação política com cargos. "O elemento que foi me procurar devia estar hibernando durante a minha campanha eleitoral e não ouviu nada do que falei. Ele acordou e achou que estava vivendo antigamente. Eu falei que não vamos negociar. Falei de uma maneira firme mas educada", declarou, acrescentando que o parlamentar "entendeu" e "saiu mais amigo do que entrou".

Em seguida, lembrou que está montando um ministério "bastante técnico" e que os nomes prosseguirão sendo escolhidos dentro desse critério, sem indicações políticas. Ele não quis adiantar novos nomes de ministros e comentou que não tem nome ainda para a CGU. "Nós queremos que o juiz Sérgio Moro tenha todos os meios para cumprir 100% da missão de combater a corrupção e o crime organizado", disse Bolsonaro, ao lembrar que isso poderia não incluir a CGU na Justiça. "Estamos estudando isso. Está adiantado. Tudo é importante no governo. Esse país é continental", observou.

Ele acrescentou ser importante que o Coaf fique na Justiça. "Um braço do Coaf tem de estar no MJ, para que se tenham em tempo real as informações porque, sem seguir o dinheiro, não temos como combater o crime organizado", declarou.

Ao falar da possibilidade de aumentar para 18 ministérios, Bolsonaro insistiu que "o que nós temos de ter é ministérios funcionando sem interferência política". Ele voltou a citar a questão dos Ministérios do Meio Ambiente e Agricultura, que poderão permanecer separados, mas não quis avançar no tema nem citar nomes. "O que não pode é ter briga entre eles. Isso não pode continuar acontecendo. Queremos preservar meio ambiente, mas não pode ter atrito", resumiu.

Sobre o aceno feito pelo MDB ao novo governo, Jair Bolsonaro disse que "lógico, é bem vindo". Mas se negou a comentar sobre sucessão no Senado, se o PSL daria apoio ao nome de Renan Calheiros (MDB-AL). "O presidente não interfere nas eleições da Câmara e do Senado", desconversou.

Bolsonaro confirmou que se encontrará nesta quarta-feira com o futuro ministro, Sérgio Moro, e também com o governador eleito de São Paulo, João Dória, mas não disse hora e nem local.

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