O "pó de macaco" é vendido por £ 2 a porção (o equivalente a R$ 10), e é usado por muitos moradores de rua ( Foto: Reprodução / Shutterstock ) |
Diário do Nordeste
A popularização de uma droga sintética conhecida como "pó de macaco" tem preocupado com as autoridades britânicas. A substância de efeito alucinógeno tem feito os usuários pularem de prédios, morder outras pessoas e correr para dentro de casas de desconhecidos. Com informações da BBC.
Moradores das West Midlands, região da Inglaterra que registra um crescimento no número de usuários da droga, estão preocupados com os incidentes envolvendo o uso do "pó de macaco".
"À noite eu não saio, porque é quando as pessoas drogadas tendem a sair", diz Molly Lawton, uma chef, de 19 anos, moradora da cidade de Stoke. "Você vê pessoas sob efeito do pó de macaco chacoalhando seus braços, gritando e berrando. [À noite] isso pode me assustar até à morte", completa.
O pó de macaco é uma droga de classe B que está em circulação há vários anos. Mas recentemente tem gerado maior preocupação nas autoridades de saúde, pois seu uso está se tornado uma epidemia. Vendida por £ 2 a porção (o equivalente a R$ 10), a droga é usada por muitos moradores de rua.
Um homem de 31 anos, que se identificou como Ferreiro, disse que usa a droga há um ano. Morador de rua há 10 anos, ele diz que essa é uma das drogas mais potentes que já experimentou. "Eu odeio o fato de que eu gosto dela. Eu odeio toda vez que eu uso, mas eu ainda uso", diz ele, desejando que não fosse viciado. "Está em toda parte. Há muitas pessoas nisso".
O "pó de macaco" impede que os usuários sintam dor e faz com que eles tenham alucinações, assim como outras drogas. O que o diferencia é que seu efeito pode perdurar por dias e torna os usuários imprevisíveis.
Até agora ninguém morreu em decorrência do uso da substância, mas autoridades de segurança consideram que é apenas uma questão de tempo para que óbitos sejam registrados. A polícia já foi acionada para atender casos em que usuários correram em direção a carros em movimento e pularam de prédios.
Charlie (nome fictício), um estudante de 18 anos que experimentou a droga algumas vezes, diz que nunca mais a tomaria. "Eu me senti estranho", diz lembrando os efeitos que sofreu. "Eu senti, na primeira vez que tomei, como se eu estivesse andando como um zumbi. Não é inteligente."
O superintendente da polícia de Staffordshire, Jeff Moore, disse que o órgão atendeu a 950 chamados relacionados à droga nos últimos três meses. "Frequentemente, vemos a paranoia - exemplos de pessoas se jogando no trânsito, pulando de pontes e prédios altos, entrando nas casas das pessoas", diz.
"Do ponto de vista das drogas, essa é a pior que já vimos. É a consequência não apenas de usar a droga, mas também de pessoas colocando a segurança dos outros em risco", completa.
O agente de segurança diz que é difícil para os políciais lidarem com os usuários da droga, pois estes se tornam muito imprevisíveis. Ele recomenda que o problema seja abordado de forma mais ampla pelas autoridades, considerando os aspectos sociais e de saúde pública que contribuem para o uso desta droga. "Não se trata apenas de um grupo de pessoas que estão desabrigadas e na cidade", afirma ele, apontando que pessoas de diferentes origens e idades utilizam o "pó de macaco".
O Ministério do Interior disse que sua estratégia antidrogas "estabelece uma abordagem equilibrada que reúne a polícia, a saúde, a comunidade e parceiros globais para combater o tráfico ilícito de drogas, proteger os mais vulneráveis e ajudar aqueles com dependência de drogas a se recuperarem e mudarem suas vidas".
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