sexta-feira, 13 de abril de 2018

Ciro critica propostas 'superficiais' de Bolsonaro e crava: 'ou não tem preparo, ou é demagogo'

Pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes criticou nesta sexta-feira (13), em entrevista ao programa Paulo Oliveira, na Rádio Verdes Mares, as propostas "superficiais" de seu possível adversário nas eleições deste ano, Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o ex-governador do Ceará, a onda de violência vivida pelo País tende a favorecer candidatos "com discurso fácil e frases feitas", mas, conforme diz, tais atitudes não passam de demagogia.

Segundo o ex-governador do Ceará, a onda de violência vivida pelo País tende a favorecer candidatos "com discurso fácil e frases feitas" ( Foto: José Leomar )
Diário do Nordeste
"O Bolsonaro, com essas propostas superficiais, ou não tem preparo, ou é mentiroso e demagogo", ressaltou Ciro. Segundo ele, é normal que a população clame por soluções rápidas para a violência, mas é preciso ter cautela com discursos imediatistas, tendo em vista que o combate ao crime não é fácil. "O grande desafio é prevenir e promover mudanças nas nossas leis, que não compreendem a força do narcotráfico no Brasil", pontua.

Ainda falando sobre o pré-candidato à Presidêcia pelo PSL, Ciro destacou que a própria carreira política de Bolsonaro mostra que seu discurso não é condizente com suas ações. "Ele é deputado há 26 anos e nunca deu um dia de serviço ao seu Estado, nunca enfrentou as facções do Rio. Agora, surge com frases de efeito e as pessoas ficam balançadas", afirma.

Ciro também posicionou-se contra o armamento da população, algo defendido abertamente por Jair Bolsonaro. Segundo ele, caso algo assim acontecesse no Brasil, a situação facilmente sairia de controle. "Imagina um bandido armado invadindo um ônibus onde a sociedade está armada. Viraria um bang bang. No meio disto, estaria, por exemplo, uma senhorinha que não teria como carregar uma arma. Ficaria no fogo cruzado", diz.

Preocupação com sucessão no Ceará

Apoiador do governador Camilo Santana (PT), que tentará a reeleição neste ano, Ciro Gomes também mostrou-se preocupado com a sucessão no Ceará.  Segundo ele, assim como o Brasil terá Bolsonaro na disputa, o Estado também pode ter um candidato de oposição com "discursos fáceis", que será favorecido "superficialmente" pela atual onda de violência.   

"A violência está comovendo o nosso povo e, infelizmente, quando há carniça o urubu aparece. O que posso dizer para a população é que se fosse fácil, a gente resolvia", destaca o pré-candidato. Segundo ele, o Ceará tem feito de tudo para combater a criminalidade, mas as soluções vão muito além das forças policais.

"Dobramos o efetivo, triplicamos os salários da polícia e renovamos o sistema prisional no Ceará. O problema é que muitos dessas pessoas que cometem crimes já foram presas e soltas. Não é culpa da polícia ou do Judiciário, mas das leis frouxas do País, que foram feitas nas décadas de 50 e 60, quando a gente vivia na calçada", complementa. 

Responsabilidade com Lula preso

Sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro voltou a lamentar a situação e disse acreditar que o petista deve realmente ficar de fora das eleições deste ano. O pré-candidato à Presidência afirmou que sua responsabilidade aumenta com tal cenário, até porque seu posicionamento político é semelhante ao do ex-presidente.

"O Lula é o maior líder popular do País. Ele é odiado no Sul do Brasil, mas bastante amado pela população mais pobre, a quem ajudou bastante. Um dos meus objetivos também é dar mais dignidade a esses brasileiros", comenta.

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