Segundo o presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, nos próximos dias, a sigla pretende realizar reuniões com as forças políticas petistas |
Diário do Nordeste
Embora já tenha fechado questão, em resoluções internas, sobre algumas estratégias para as eleições deste ano, o PT cearense espera por uma reunião com o governador Camilo Santana (PT) para expor as teses defendidas pela agremiação e tentar, com o chefe do Executivo estadual, estabelecer pontos de consenso em relação às demandas de outros partidos da base governista. De acordo com lideranças petistas entrevistadas pelo Diário do Nordeste, mesmo que já trabalhe, por exemplo, na construção de chapas próprias para a disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, o partido não descarta diálogo com os demais membros da base sobre a formação de um "chapão" com todos os partidos aliados.
Em reunião das executivas estadual e municipal do PT, realizada na última terça-feira (20), o partido reforçou a intenção de não compor coligação proporcional no Estado, mas o assunto ainda deve ser amplamente discutido internamente até um encontro com o governador, a ser solicitado pela agremiação. Segundo o presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, nos próximos dias, a sigla pretende realizar reuniões com as forças políticas petistas, com os pré-candidatos até agora colocados para a disputa e com a própria executiva do partido para, depois, "defender os interesses do PT" em diálogo com o chefe do Executivo estadual.
"Queremos chegar na reunião com o governador com uma posição acumulada com as correntes políticas, em reunião com a bancada dos deputados estaduais, deputados federais, senador e secretários e com a executiva", relata o dirigente, ponderando, porém, que a postura do partido não será de irredutibilidade nas discussões. "Não vamos chegar com a faca nos peitos do governador. Ele é a principal liderança do partido. Vamos ouvir o governador e defender os interesses do PT", afirma.
Meta
De Assis Diniz expõe que a "tática" do PT é "eleger cinco deputados estaduais, quatro deputados federais e discutir o futuro com o Camilo, no que diz respeito à composição do governo e ao programa de governo". Segundo ele, até o momento, o partido conta com 22 nomes para disputar vagas na Assembleia e outros oito pré-candidatos a deputado federal, mas tal número pode ser alterado até o fim do prazo legalmente previsto para novas filiações e trocas de partidos na janela partidária. "Até o dia 7 (de abril) iremos consolidar essas candidaturas", coloca.
O vereador da Capital Acrísio Sena, presidente municipal do PT em Fortaleza, por sua vez, destaca que "a posição do partido é de manter a resolução de sair só para federal e estadual", mas pontua que o PT tem "abertura" para discutir com Camilo o "chapão", caso seja formado por todos os partidos que compõem a base governista. O PDT e o PP, partidos com bancadas maiores que a do PT na Assembleia, são favoráveis à composição de um grande bloco governista.
"O sentimento é de que o partido está preparado, tem chapas prontas para disputar tanto para federal quanto para estadual. Politicamente, para o partido, o melhor caminho seria sair sozinho, mas se for um 'chapão' para valer, com todo mundo junto, o partido tem uma disposição de dialogar", argumenta Acrísio.
Segundo ele, está fora de discussão para o PT, contudo, a tese, defendida por alguns partidos da base, de construção de uma chapa maior e outras coligações menores, formadas por partidos com menor densidade eleitoral. "Porque aí ou é o 'chapão' ou é a avaliação de cada partido", justifica o vereador. Acrísio Sena demarca, porém, que até o momento "não houve nenhuma mudança na resolução".
Alguns petistas têm defendido que a legenda repense a decisão de não compor coligação proporcional no Estado. O secretário da Casa Civil, Nelson Martins, por exemplo, contradisse ao Diário do Nordeste, em matéria publicada na última terça, o argumento de correligionários que sustentam que o PT saiu prejudicado do pleito de 2014, pois poderia ter conquistado mais vagas de deputado estadual se não tivesse formado coligação. "Mesmo tendo eleito apenas dois deputados, em momento algum (o PT) teve menos do que quatro deputados nesta legislatura. Em determinado momento, esteve até com cinco", afirmou.
Senado
Outro ponto indefinido no partido que, segundo Acrísio Sena, ainda depende da conversa com o governador, é a reivindicação - ou não - da vaga ocupada pelo PT do Ceará no Senado, atualmente com o senador José Pimentel. Resolução nacional do partido do ano passado, endossada recorrentemente por nomes como a deputada federal Luizianne Lins, determina que, nos estados onde o PT tem senador atualmente, a legenda deve reivindicar a manutenção da vaga nas eleições de outubro.
Na coligação governista que se desenha, entretanto, aliados já dão como certo que a chapa do grupo para o Senado será composta pelo ex-governador Cid Gomes (PDT) e pelo senador Eunício Oliveira (PMDB). Isso porque, para alguns partidos, o PT não deve reivindicar a vaga, uma vez que já tem o principal cargo da chapa majoritária, de governador. "É um ponto que nós precisamos debater com o governador, para saber se a aliança com o PMDB é para valer", diz Acrísio. Segundo o vereador, isso deve ser pauta de um outro encontro de tática eleitoral do partido, marcado para 26 de maio, após a reunião com o governador Camilo Santana.
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