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ISABEL FILGUEIRAS -CORRESPONDENTE DO O POVO EM SÃO PAULO
Entre críticas e elogios ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse que não irá buscar apoio do petista. Ciro não esconde que, após anos de aliança com o PT, gostaria de ter o apoio do partido em sua terceira candidatura ao Planalto.
Ele reafirmou seu apoio à reeleição de governadores petistas, sobretudo ao cearense Camilo Santana, Rui Costa, da Bahia, e Wellington Dias, do Piauí. Em coletiva, ele listou alguns dos momentos em que apoiou o PT, como no impeachment de Dilma Rousseff. “O único Estado brasileiro, e eu tenho uma certa influência sobre isso, que deu dois terços contra o impeachment foi o Ceará. Eu só presto para isso?”, questionou.
O pedetista também afirmou que tem preferência em se aliar com legendas da esquerda e irá buscar apoio do PSB, ao qual foi filiado, e do PCdoB, historicamente aliado do PT. Para ele, a estrutura ideológica do PT dificulta as chances de uma aliança nacional PT-PDT. “Não descarto (aliança com PT), apenas não acredito que aconteça pela natureza do escorpião”, disse. Em palestra de evento da Folha de S. Paulo, o ex-ministro fez uma metáfora dizendo que o partido era como escorpião, “se afunda sozinho”.
Questionado sobre a prática do “morde e assopra” em relação a Lula, Ciro rebateu que reconhece a importância do ex-presidente para o Brasil, mas afirma que ele é uma pessoa de “muitas contradições”. O pedetista disse mais uma vez que “sonha” com a absolvição de Lula, mas que o petista não pode ser candidato em caso de condenação.“Não parece bom para um país uma condenação que leve um homem, com tanto bem querer por uma grande parte da população brasileira, para a cadeia. Me constrange, me faz sofrer”.
Pesquisas de intenção de voto sugerem que Ciro será um dos herdeiros dos votos de Lula, caso o petista não seja candidato ou tenha registro cassado durante o pleito. Ele e Marina Silva (Rede) estão entre os políticos que mais se beneficiariam com a saída do petista da corrida eleitoral.
Ciro criticou a intervenção federal no Rio de Janeiro, que coloca militares nas ruas. “A intervenção no Rio é uma intervenção politiqueira, mal intencionada, sem planejamento de nada, portanto a semente do desastre está implantada. Entretanto, ela corresponde a um anseio, uma súplica, um pedido comovente da comunidade nacional brasileira”, avaliou.
Ele disse que, mesmo sendo uma “figura enojante”, o presidente Michel Temer (PMDB) está lutando para se manter no poder, diferentemente da antecessora Dilma. A ação militar no Rio, segundo Ciro, ajuda na popularidade de Temer, mas é insuficiente para torná-lo protagonista nas eleições 2018.
Sobre o Ceará, Ciro disse que o Estado comandando por um aliado, não precisava de intervenção. “Não precisa porque tem governo”, justificou. Ele admitiu que os índices de homicídio aumentaram nos últimos anos, mas afirmou que o poder do Estado seria suficiente. “Aumentaram bastante, mas o governo vai tomar conta”, completou.
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