O presidente interino do partido marcou um evento na sala da liderança do PSDB do Senado para hoje, quando oficializará a candidatura ( Foto: Agência Senado ) |
Diário do Nordeste
Depois de uma série de indefinições, o senador Tasso Jereissati (CE) confirmou que oficializará sua candidatura à presidência do PSDB. Tasso marcou um evento na liderança do PSDB do Senado na manhã de hoje. O tucano ocupa o cargo interinamente desde maio, quando o titular, senador Aécio Neves (MG), se licenciou da função após ser alvo da delação do grupo JBS.
Ele vinha resistindo a anunciar publicamente sua candidatura, mas mudou de posição após encontro na terça-feira (7) com o governador de Goiás, Marconi Perillo.
Perillo, que também concorre à presidência do PSDB, deixou a reunião dizendo que o senador cearense já havia admitido que disputaria o cargo.
"Tasso, na semana passada durante a minha visita, admitiu ser candidato com apoio de um grupo de deputados. Ele hoje disse a mesma coisa. Ele está defendendo teses, eu também e o que nós estabelecemos é que vamos continuar conversando", disse.
Os dois repetiram o discurso de que são aliados e de que o objetivo não é de enfrentamento, mas de construção de um consenso em torno de uma única candidatura.
Desde a semana passada, Perillo passou a defender, assim como Tasso, que o PSDB deixe a base do governo.
O governador, contudo, fala em um desembarque "educado" e evita adotar o tom de crítica defendido pelo senador cearense. O PSDB realizará em 9 de dezembro a convenção nacional que elegerá a nova estrutura de comando do partido para as eleições de 2018.
Repercussão
A confirmação da candidatura de Tasso provocou algumas reações internas no partido.
Uma ala do PSDB defende que ele deixe a presidência para disputar o cargo. O argumento é de que o cearense esteja usando a estrutura do partido para ajudar a se eleger. Tucanos que apoiam a candidatura de Perillo dizem ainda que o governador defende a unidade do partido enquanto o senador tem adotado uma postura "sectária".
Já Tasso tem defendido nos bastidores que o PSDB precisa assumir um posicionamento claro sobre como o partido se posicionará em relação ao governo e ao eleitorado em 2018.
O líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), verbalizou ameaça que diversos parlamentares do "Centrão" já vinham fazendo nos bastidores ao Palácio do Planalto. Lira afirmou que, se o governo não fizer uma reforma ministerial, sobretudo nos cargos ocupados hoje por políticos do PSDB, não conseguirá votar nada no Congresso.
"Ou muda ou não vota mais nada aqui", declarou Lira. Para o parlamentar alagoano, o presidente Michel Temer deve promover trocas principalmente nos quatro ministérios do PSDB, cujos dirigentes já defendem publicamente entrega dos cargos até dezembro. Hoje os tucanos ocupam quatro pastas: Cidades, Secretaria de Governo, Relações Exteriores e Direitos Humanos.
Para Lira, mesmo uma eventual reforma ministerial não deve possibilitar aprovação da Reforma da Previdência até 2018.
Temer teve reunião com 13 senadores, incluindo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo). Durante a reunião com os líderes da base no Senado, Temer discursou por 15 minutos e, no pronunciamento, voltou a agradecer aos parlamentares o apoio do Congresso ao governo.
Temer voltou fazer um balanço sobre indicadores, como geração de emprego, e sobre projetos aprovados pelo Congresso, como a PEC do Teto e a reforma do Ensino Médio.
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