sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Após vitória de Temer, Tasso fica na presidência do PSDB


Aécio se manterá afastado da presidência do PSDB e Tasso permanece interinamente no comando da sigla até fim de 2017 MARCELO CAMARGO/ABR
Aécio se manterá afastado da presidência do PSDB e Tasso permanece interinamente no comando da sigla até fim de 2017 MARCELO CAMARGO/ABR
ISABEL FILGUEIRAS-O Povo
Um dia após a votação que dividiu o PSDB na Câmara, o presidente licenciado do partido, senador Aécio Neves, pediu que Tasso Jereissati continuasse no comando. Ele também concordou que as eleições da nova Executiva fossem adiantadas para este ano. Os dois senadores estiveram em lados opostos na mesa de argumentações sobre a admissibilidade da denúncia de corrupção passiva de Michel Temer (PMDB).

“Fiz apelo a Tasso para que continue como presidente do PSDB. O senador Tasso hoje é quem tem as melhores condições de conduzir a renovação do PSDB e a sua reinserção em setores importantes da sociedade. Até dezembro, faremos uma convenção para decidir um nome do PSDB à Presidência”, disse Aécio, em coletiva de imprensa.
O senador mineiro esteve à frente das negociações para salvar o peemedebista. O próprio Aécio está implicado em investigações após ter sido gravado pedindo R$ 2 milhões à JBS. O dono da mesma empresa gravou conversa com Temer, usada como prova em ações da Procuradoria-Geral da República. O tucano está afastado do comando do partido desde maio, quando as gravações vieram a público.

Desde então, Tasso assumiu interinamente a presidência da sigla, com postura mais independente do governo, e tem defendido amplamente o desembarque. O cearense se irritou com as articulações de Aécio e teria chegado a escrever carta de renúncia ao cargo, mas esperou até o fim da votação da denúncia.

Tasso destacou que, independentemente de continuar ou não no governo, o PSDB vai votar para aprovar as reformas política, tributária e da Previdência. “Se ele quiser tirar ministro, colocar ministro, não é problema nosso. Em nada muda a nossa posição em relação ao que é melhor para o Brasil”, afirmou. Racha

Tanto Aécio como Tasso minimizaram a divisão de votos na Câmara na últia quarta-feira. Eles também negaram que os deputados tenham sofrido pressão de caciques. Dos 47 deputados tucanos, 21 pediram o prosseguimento da denúncia e 22 quiseram barrá-la. “Não houve nenhuma indução, não houve nenhuma pressão, não houve nenhuma deliberação de qualquer instância partidária superior determinando que a votação fosse nessa ou naquela direção”, disse Aécio.
O mineiro argumentou ainda que o partido via esse tipo de divergência como uma virtude e não um problema. “Isso é uma posição específica, de consciência de cada um dos deputados, os deputados se comportaram como juízes, nós democraticamente, como sempre fomos, não impusemos nada a ninguém.Não impusemos nada a ninguém, cada um vota como quiser”, afirmou Tasso.

Na coletiva, os tucanos evitaram falar nas denúncias contra o senador mineiro, feitas pela Procuradoria-Geral da República. “O senador Aécio Neves tem o direito e está fazendo brilhantemente a sua defesa e por causa disso que ele está afastado da presidência do partido para poder se dedicar e provar a sua inocência”, resumiu Tasso.



Saiba mais

Em agenda na capital do Paraná, o prefeito de São Paulo, João Doria, defendeu mais uma vez que o ciclo de Aécio Neves (PSDB-MG) se encerrou. "Entendo que o senador Aécio Neves tenha a grandeza de compreender que seu período se encerra neste momento para uma nova etapa na vida do PSDB, que ele continuará sendo um bom senador da República, bom senador para Minas Gerais e para o PSDB", diz

"Meu respeito pelo senador Aécio Neves, sua biografia e história, mas entendo que é hora de mudar a direção do PSDB, não apenas porque o senador está sendo investigado - e eu acredito em sua inocência. Eu defendo fortemente que ainda em agosto ou setembro o PSDB democraticamente promova eleições para a Executiva Nacional", completou o prefeito. Na quarta, Elena Landau e Gustavo Franco, ex-presidente do BNDES e ex-presidente do Banco Central, respectivamente, na gestão FHC, defenderam renovação do comando partido e desembarque do governo.



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