Amburana cearenses (cumaru) encontrada em áreas de vegetação da caatinga. |
No intuito de ampliar as opções de tratamento da asma, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) tem desenvolvido matérias-primas e medicamentos fitoterápicos à base de plantas medicinais de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS), como a Amburana cearenses (cumaru) e a Justicia pectoralis (chambá), encontradas em áreas de vegetação da caatinga.
Coordenadora da pesquisa, a professora Kalyne Leal, do Departamento de Farmácia da UFC, disse que os estudos estão prontos para passar para a fase clínica, que testa os efeitos do medicamento em seres humanos. “A gente está buscando editais e parceria com a iniciativa privada” para desenvolver esses testes, adiantou Kalyne. Até o momento, a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) tem apoiado a análise por meio de bolsas de pesquisa e apoio técnico.
Um dos principais ganhos a partir da iniciativa é, também, a possibilidade de efeitos positivos nos casos mais graves da doença. “A gente fica muito atento aos efeitos colaterais desse produto e, até o momento, ele tem mostrado segurança de maneira pré-clínica (com testes em animais)”, assegurou Kalyne.
A inserção do medicamento no mercado, segundo a professora, pode até mesmo gerar renda e agregar valor para regiões de caatinga — ainda que, no caso do cumaru, a planta esteja sendo cultivada em laboratório. “A gente está com um produto com critério de qualidade comparável aos produtos nacionais que estão no mercado”, avalia.
Asma
Conforme o Ministério da Saúde, com base em dados do DataSUS, a asma — doença crônica — foi considerada, em 2008, a terceira causa de internação hospitalar no País, com média de 300 mil hospitalizações por ano.
LUANA SEVERO
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