terça-feira, 9 de maio de 2017

Termina greve dos servidores dos Correios no Ceará

Trabalhadores dos Correios entraram em greve em abril (Foto: Jonathan Lins/G1)
Trabalhadores dos Correios entraram em greve em abril (Foto: Jonathan Lins/G1)
G1
Depois de duas semanas de paralisação, os trabalhadores dos Correios do Ceará decidiram, na tarde desta segunda-feira (8), retornar às atividades. Iniciada na noite do dia 26 de março, a greve foi motivada por demissões e retiradas de direitos, além do fechamento de mais de 200 agências no país, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). Eles retornam às atividades às 22h desta segunda nas agências onde há terceiro turno; nas demais, o retorno ocorre nesta terça.
Segundo o coordenador do Sindicatos dos Servidores dos Correios no Ceará, Luís Santiago, a greve acabou sem avanços nas reivindicações. "Não houve avanço, mas devido ao enfraquecimento do movimento tivemos que encerrar a greve. Os sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro, que são os dois maiores do país, encerraram a paralisação, e a greve ficou enfraquecida", diz.
Os funcionários das agências franqueadas, que são terceirizados, não participaram da greve. A empresa possui atualmente cerca de 6.500 agências próprias, além de mais de um mil franqueadas. A estatal não tem contatações há vários anos - o último concurso foi realizado em 2011.

Os representantes dos trabalhadores pediam a retirada da mediação do TST sobre os planos de saúde, revogação da suspensão das férias, debate sobre a situação econômica da empresa, revogação da entrega alternada e otimização de atividade interna, suspensão das ameaças de demissão motivada e privatização, suspensão do fechamento das 250 agências e a criação de comissão com a participação dos trabalhadores para tratar sobre o tema.
Os Correios tentam implantar um novo formato para o plano de saúde dos funcionários, o Postal Saúde. A empresa alega que esse custeio é o responsável pela maior parte do déficit registrado nos últimos anos na estatal. Hoje a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%.
Crise nos Correios
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica e medidas para reduzir gastos e melhorar a lucratividade da estatal estão em pauta. O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a estatal teve um prejuízo estimado de R$ 400 milhões no primeiro trimestre, após ter tido prejuízo anual de cerca de R$ 2 bilhões em 2015 e em 2016. Ele disse ainda que a empresa não tem condições de arcar com sua folha de pagamentos e que demissões de servidores concursados estão em pauta.
Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa. “A economia com esses 5,5 mil é de R$ 700 milhões anuais e essa marca alcançada com o PDI fica aquém da necessidade da empresa. Precisamos ter outras ações para enxugamento da máquina da empresa”, afirmou Campos no dia 20 de abril.
Os Correios planejam também fechar cerca de 200 agências neste ano, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos. Segundo os Correios, o fechamento dessas agências acontecerá sobretudo nos grandes centros urbanos.
Para Campos, outro ponto fundamental para reestruturar o orçamento dos Correios é encontrar um novo formato para o plano de saúde dos funcionários dos Correios, o Postal Saúde. Segundo ele, esse custeio é o responsável pela maior parte do déficit registrado nos últimos anos.
Pelo modelo, a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários com 7%. “Estamos negociando com os trabalhadores, com os sindicatos, buscando uma alternativa. Nos moldes que está é impossível de ser mantido”, diz.

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