Goulart atualmente trabalha na Procuradoria-Geral Eleitoral. ( FOTO: Reprodução ) |
por Folhapress
O procurador da República Ângelo Goulart Villela foi preso na manhã desta quinta-feira (18). Ele é acusado de receber dinheiro para repassar informações ao empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, a respeito de investigações que o envolvem. A prisão foi decretada pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República.
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) aponta que o procurador foi "infiltrado" por Joesley Batista, do grupo JBS, para extrair informações da Operação Greenfield.
Deflagrada em novembro passado pela Procuradoria da República no DF e pela Polícia Federal, a Greenfield investiga uma série de investimentos suspeitos feitos por fundos de investimento privados em conexão com fundos de pensão de servidores públicos. Um dos casos envolve a Eldorado, um braço do grupo comandado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Villela entrou na força tarefa da Greenfield em março último, como um reforço à investigação. Ele está lotado na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), no mesmo prédio da Procuradoria Geral da República (PGR), e a partir de março passou a se dividir entre os dois trabalhos.
Desconfiança
Desde o começo da participação de Villela na força tarefa, os procuradores começaram a desconfiar do colega. Os investigadores perceberam que Villela trazia informações às reuniões da força-tarefa, em Brasília, que logo depois eram também repetidas por advogados do grupo de Joesley Batista.
A partir daí, os procuradores da Greenfield começaram a fazer testes com Villela, que culminaram com o pedido de ação controlada autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Villela foi seguido e filmado com autorização judicial.
A investigação, segundo a Procuradoria no DF, confirmou que Villela repassava a Joesley as informações que eram discutidas entre os procuradores da Greenfield. Villela teria gravado parte das reuniões da força tarefa e repassado os áudios a Joesley.
Ao mesmo tempo em que a investigação avançava sobre Villela, também evoluíram as negociações para a delação premiada de Joesley na PGR. Nas últimas semanas, o empresário aceitou falar sobre o papel de Villela e confirmou que o procurador era orientado a obter informações da Greenfield para o grupo empresarial da JBS.
Uma portaria que desligará Villela da força tarefa da Greenfield deve ser publicada nas próximas horas.
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