quarta-feira, 31 de maio de 2017

Corpo de Garrincha desaparece em cemitério no RJ

Filha de Garrincha tenta encontrar corpo do pai, que sumiu de cemitério do Rio. Jogador morreu em janeiro de 1983. ( Arquivo )
por Folhapress

Os restos mortais de Garrincha, que morreu em 1983, estão desaparecidos. Em contato com o UOL Esporte nesta quarta-feira (31), a filha do ex-jogador Rosângela Santos informou que a família não foi notificada da exumação do corpo do pai e busca informações.

Garrincha foi enterrado no cemitério municipal Raiz da Serra, em Magé (RJ). A filha do ex-jogador disse que ficou sabendo na terça-feira (30) que os restos mortais de seu pai estavam desaparecidos.

"Fomos informados de que o corpo do meu pai havia sido exumado, mas não sabemos quando isso aconteceu. Não temos nenhum documento. Não sabemos o que foi feito com ele. Estou tentando o contato [com os funcionários do cemitério], mas ninguém sabe responder", disse Rosângela, que foi ao cemitério na manhã desta quarta-feira.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Magé, responsável pela administração do cemitério, mas ainda não teve retorno.

No cemitério, existem duas sepulturas com o nome de Garrincha. Segundo Rosângela, o corpo de Garrincha teria sido removido há mais de cinco anos e colocado em outro jazigo. O corpo de uma tia da família teria sido enterrado no jazigo que pertencia a Garrincha. A família não foi notificada sobre essa suposta mudança.

"É algo indecente. Pensar que alguém sumiu [com os restos mortais] e não avisou".

IMPASSE

Em 2013, o UOL Esporte publicou matéria retratando as precárias condições do cemitério onde Garrincha esteve enterrado.

O ex-ponta da seleção estava enterrado com outras quatro pessoas, num túmulo sem pompas. Por mais de 25 anos, a família esperou pela conclusão de um mausoléu. Um impasse entre os herdeiros ajudou a complicar a burocracia da reforma.

A espera por uma sepultura digna a Garrincha começou em 1985, quando o então prefeito de Magé, Renato Cozzolino, começou a erguer um mausoléu para abrigar os restos do craque em um local de destaque no cemitério Raiz da Serra. No entanto, na oportunidade a família do jogador proibiu a transferência.

No fim das contas, o impasse deixou túmulo e mausoléu em estados lamentáveis.

Manuel Francisco dos Santos, lendário camisa 7 do Botafogo, morreu aos 49 anos em 20 de janeiro de 1983, derrotado na luta contra complicações do alcoolismo. "Aqui descansa em paz aquele que foi a alegria do povo", diz a mensagem na lápide simples de Garrincha no cemitério de Magé. À época do enterro, as despesas foram custeadas pelo cantor Agnaldo Timóteo.

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