segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Anvisa aprova o registro de novo medicamento para tratamento do câncer

O mieloma múltiplo é um câncer incurável que ocorre quando as células plasmáticas malignas crescem em descontrole na medula óssea - Foto: Neysla Rocha
Foi publicado, nesta segunda-feira (30), o registro de um novo medicamento para o tratamento do câncer. O medicamento Dalinvi tem como princípio ativo a substância (daratumumabe) e foi aprovado para o tratamento do mieloma múltiplo. 

Este tipo de câncer tem início na medula óssea. Neste caso, os plasmócitos - células que normalmente produzem anticorpos - tornam-se malignos, atingindo as demais células e ossos do corpo.  

O daratumumabe foi aprovado na Anvisa para duas indicações terapêuticas específicas: 

- Em combinação com bortezomibe e dexametasona, para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo que receberam pelo menos um tratamento prévio;  
- Em monoterapia, para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo que receberam pelo menos três linhas de tratamento prévio, incluindo um inibidor de proteassoma (IP) e um agente imunomodulador, ou que foram duplamente refratários a um IP e um agente imunomodulador.


O que é mieloma múltiplo?

O mieloma múltiplo é um câncer incurável que ocorre quando as células plasmáticas malignas crescem em descontrole na medula óssea. A sua evolução pode variar muito de paciente para paciente, exigindo avaliação criteriosa para a definição da melhor abordagem. 

Além disso, existe um grande problema de diagnóstico correto, que pode ser feito por meio de exames específicos. 

“Muitas vezes, o paciente chega reclamando de dores ósseas, ou algum problema renal e, por estarem numa faixa etária mais avançada, as queixas são tratadas com normalidade. Porém, se olharmos com mais critério e pedirmos exames adicionais para detectar anemia e quantidade de cálcio presente no corpo, por exemplo, poderemos detectar o mieloma” explica Dr. Jairo Sobrinho, hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

De que forma é feito o novo tratamento?

Atualmente, o tratamento da doença no Brasil é feito com quimioterapia, administração de corticoides ou transplante de medula. Neste contexto, a aprovação de daratumumabe representa uma grande evolução, pois os estudos com o novo medicamento mostram que a droga posterga a recaída da doença, reduzindo o risco de piora em 67% vs. o tratamento padrão da doença, recaída ou resistente quando combinado com bortezomibe e dexametasona, além de aumentar a taxa de resposta global do tratamento para 84%. 

Quando utilizado logo no início, em 2ª linha de tratamento, a redução do risco de avanço da doença chega em 78%, sugerindo que os pacientes que utilizam antes tenham maior benefício. Daratumumabe é uma opção na falha da primeira linha de tratamento.

Com informações da Anvisa.

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