Deputado cearense disse que a acusação é "oriunda de um personagem sem credibilidade", em referência direta ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot ( Foto: Agência Brasil ) |
Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (20), o líder em exercício da oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE) reagiu à denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O petista negou que tenha intermediado recursos à Engevix junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e disse ter a consciência tranquila de que nunca se beneficiou de recursos públicos.
"Essa acusação, oriunda de um personagem sem credibilidade, encaro com grande revolta, mas também como oportunidade de provar minha inocência. E é isso que farei. Tenho como grande aliado o povo que me concedeu mandato, o qual honro diariamente com muito trabalho", diz a mensagem.
A denúncia envolve Guimarães e o ex-vereador Alexandre Romano. Além da condenação de Guimarães e Romano, Janot pede a reparação dos valores desviados pela prática de corrupção e a perda de cargo público do deputado. A denúncia foi oferecida no último dia 5 ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas tornou-se pública hoje, após o ministro relator, Luiz Edson Fachin, retirar o sigilo do caso.
Fachin decidiu ainda que apenas a denúncia relativa a Guimarães permanecerá no STF, já que o deputado tem foro privilegiado. A acusação contra Alexandre Romano será remetida para a justiça de primeiro grau. No final de novembro, a Polícia Federal (PF) finalizou inquérito sobre o caso envolvendo Guimarães e concluiu que o deputado recebeu propina de Romano, no valor de R$ 97,7 mil, em troca de uma intervenção junto ao Banco do Nordeste. Segundo a PGR, os valores vieram como pagamento por um financiamento do banco concedido à Engevix.
"Quero reiterar, conforme venho afirmando desde o surgimento deste assunto, que jamais intermediei junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB) quaisquer recursos para a empresa Engevix, nem pratiquei ato de natureza imprópria junto a qualquer instituição. Tenho a consciência tranquila de que nunca me beneficiei de recurso público, razão pela qual manifesto meu repúdio a todas as acusações", afirma o líder na nota.
A investigação teve início com a delação de Alexandre Romano, conhecido como "Chambinho". Segundo a Procuradoria-Geral da República, Guimarães indicou e também dava sustentação política a Roberto Smith na presidência do BNB, tendo "grande influência" nas decisões da instituição financeira. Por isso, Romano, representando interesses da Engevix, procurou Guimarães em 2010 para falar sobre o empréstimo à empresa.
Na mensagem distribuída à imprensa nesta tarde, Guimarães afirma que, como deputado, mantém diálogo "com inúmeras instituições públicas, bem como atendimentos a diversos interlocutores de todas as esferas". "Prestei contas de todas as minhas despesas de campanha, que foram devidamente registradas e aprovadas", pontua.
por Estadão Conteúdo
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