Um total de 191.494 alunos inscritos para participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terá as provas adiadas por causa da ocupação de alguns dos locais de prova por estudantes secundaristas contrários à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241 e à reforma do ensino médio proposta pelo MEC (Ministério da Educação). Ao todo, 304 locais de prova estão ocupados.
Esses alunos serão avisados por SMS a partir da noite desta terça-feira (1º) sobre o adiamento da prova. Para esse público, o exame será realizado nos dias 3 e 4 de dezembro. Além do SMS, a informação também será enviada para o e-mail do participante. Também será possível se informar pelo aplicativo Enem 2016 e pelo 0800 616161.
Para os demais inscritos — ou seja, 97,78% dos 8.627.195 participantes –, o exame será realizado normalmente no próximo fim de semana, nos dias 5 e 6 de novembro.
“Em decorrência das invasões, lamentamos profundamente a ansiedade que esses 191.494 jovens ainda manterão, esperando para realizar a prova”, disse a presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Maria Inês Fini.
A presidente do Inep esclareceu que não é possível substituir os locais de prova. “Não se trata de trocar A por B. A aplicação do Enem exige um trabalho de logística do espaço físico muito grande para atender alunos inscritos que têm necessidades especiais, lactantes. Se desenha a aplicação de uma maneira dependendo da necessidade dos alunos. Vamos fazer uma nova pesquisa e ver quais serão os novos locais para esses alunos”, explicou.
Segundo ela, os novos locais de provas para esse público ainda estão sendo definidos. O Inep estima um prejuízo de R$ 90 por participante relocado. “Lamentavelmente o próprio governo federal vai arcar com esses custos”, disse.
Fini afirma que os resultados serão divulgados no dia 19 de janeiro e que os alunos que fizerem as provas nos dias 3 e 4 de dezembro não serão prejudicados.
“Os benefícios que os resultados do Enem trazem para o aluno, como a inscrição no Sisu, Prouni e Fies estão assegurados. Vamos analisar essas provas a tempo para que eles integrem as listas e possam ser incluídos nos programas”, disse.
As ocupações
Fini disse ainda que não há nenhum movimento de responsabilização por parte do MEC e do Inep contra as ocupações. “Não há nenhum movimento que busca atribuir a este ou aquele estudante ou a este ou aquele partido político o custo dessa ação que vai ser empreendida [a nova prova]”.
Ainda sobre as ocupações, Fini afirmou que todos os canais de comunicação do ministério foram abertos para que a medida provisória que propõe a reforma do ensino médio seja discutida.
“Há mais de 600 emendas sendo discutidas neste momento no Senado Federal. Essa grande discussão é a resposta do governo a esses movimentos. Não só os secretários executivos, mas o próprio ministro tem participado de vários fóruns com alunos, gestores, professores, movimentos sociais, para que haja essa escuta estruturada acerca das reivindicações que estão sendo feitas”, afirma.
Fonte: UOL
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