A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) inquérito onde acusa um deputado cearense de ter recebido propina em até R$ 97.761,00 para intermediar um empréstimo junto ao Banco do Nordeste. Apesar de a PF não nominar o deputado, a Revista Veja diz que o denunciado é o ex-líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). A ação se baseia em delação premiada de Alexandre Romano – o “Chambinho” –, ex-vereador do PT preso na Operação.
A propina seria em razão da intervenção de Guimarães junto ao ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil – BNB, seu apadrinhado político. De acordo com a PF, por conta da atuação de Guimarães, foi facilitada e viabilizada a concessão de financiamento de R$ 260 milhões pela instituição financeira às subsidiárias de uma empresa responsável pela construção de usinas eólicas no estado da Bahia.
O pagamento da propina ocorreu por meio de dois cheques do colaborador. O primeiro, no valor de R$ 30 mil, foi descontado pelo escritório de advocacia responsável pela defesa do parlamentar*. O segundo cheque, no valor de R$ 67.761,00, era destinado a uma companhia de indústria e comércio de papel, que forneceu matéria prima a uma empresa gráfica que prestava serviços ao deputado.
A Polícia Federal afirma que foram identificados elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro pelo parlamentar. Também foram apontados indícios suficientes de autoria e materialidade do delito de corrupção passiva qualificada cometido pelo ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil.
Em junho deste ano, o deputado cearense prestou depoimento à PF sobre o caso. Em nota, o deputado José Guimarães “repudiou” acusação da PF. Ele disse que jamais praticou ato de natureza imprópria junto a qualquer instituição. Disse ter a consciência tranquila de que jamais se beneficiou de recurso público. “Meu trabalho como deputado pressupõe o diálogo com inúmeras instituições públicas, bem como atendimentos a diversos interlocutores de todas as esferas (…) caso se concretize o indiciamento, será a oportunidade de provar minha inocência. E é isso que farei”, diz.
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