sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Cresce número de mães com mais de 30 anos no CE

Ao todo, 12.199 crianças nasceram, no ano passado, de mulheres desta faixa etária no Estado, contra 10.940 registradas no ano anterior
As mulheres cearenses estão tendo filhos mais tarde. É o que apontam as estatísticas do Registro Civil 2015, divulgadas nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados indicam, comparados a igual período de 2014, um aumento de 11,5% no número de nascidos vivos registrados por mães que tinham entre 30 e 39 anos no dia do parto. Em 2015, 12.199 crianças nasceram de mulheres desta faixa etária no Estado, contra 10.940 registradas no ano anterior.

Além disso, mulheres com idade entre 40 e 44 anos deram à luz a 3.003 crianças (em 2014, foram 2.857) e outras, com idade entre 45 e 49 anos, a 246 bebês (contra 220 em 2014). Houve registro de 25 nascidos de mães com 50 anos ou mais - em 2014, foram apenas 21. Apesar desse crescimento, as mulheres que têm entre 20 e 29 anos ainda correspondem à maior parcela de maternidade no Estado, com 62.772 partos, ou seja, 47% de todos os registros.

Karla de Abreu, enfermeira obstetra da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), explica que a gravidez ideal deve ocorrer até os 35 anos, tempo em que a qualidade dos óvulos começa a cair. Caso contrário, a mulher pode correr riscos provocados por hipertensão arterial e diabetes, ou mesmo incorrer na malformação do feto.

No entanto, afirma que fatores de risco existem para a gravidez em qualquer idade. "Hoje, o medo não inibe as mulheres de engravidarem tardiamente. Muitas estão focadas na carreira e no trabalho, então só têm filhos após os 35. Elas podem se planejar, fazer um pré-natal adequado e tomar os medicamentos corretos que previnam a má formação", avalia.

Para a professora Sande Gurgel, do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero, Idade e Família (Negif) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o resultado também reflete as mudanças sociais iniciadas na década de 1980.

"Muitas têm adiado o primeiro filho ou mesmo o casamento porque, antes, querem ter independência financeira e uma vida mais estabilizada. Elas também estão se escolarizando e se inserindo mais no mercado e na política", afirma.

Adiamento

Sande afirma ainda que o adiamento da gravidez pode se dar pelo encarecimento de serviços para crianças, como babás e creches especializadas, uma vez que a rede de ajuda familiar também tem se tornado mais escassa. Além disso, analisa que dificuldades mais recentes, como o desemprego e as ameaças da microcefalia, têm sido agravantes na tomada de decisão.

Ainda assim, o Registro Civil situa o Ceará como 3º estado do Nordeste em número de nascimentos, atrás da Bahia e de Pernambuco, e 9º do ranking nacional. Em 2015, nasceram 131.522 crianças no Estado, sendo 67.465 do sexo masculino e 64.050 do sexo feminino. A Capital contabilizou 38.352 novos nascimentos; a Região Metropolitana de Fortaleza calculou 60.151, e a Região Metropolitana do Cariri, 9.771.

Os meses de maior ocorrência de nascimentos no Estado do Ceará foram maio, março e abril, respectivamente. No geral, o número de nascidos vivos foi 5,9% maior que em 2014, quando o Estado apresentou 124.148 registros. De acordo com o levantamento apresentado pelo IBGE, no Brasil, houve 2.945.344 nascimentos em 2015, 32 mil a mais que em 2014. (Colaborou Nicolas Paulino)

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário