quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Cerâmicas buscam ecoeficiência no CE

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Desde 2013, o projeto vem sendo executado, em Alto Santo,
Aracati, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Quixeré,
Russas e Tabuleiro do Norte ( Fotos: Ellen Freitas )
Russas. A história da indústria de cerâmica vermelha na região do Baixo Jaguaribe deve ganhar um novo capítulo ainda neste mês de novembro. Isso porque será assinado o Pacto da Produção Sustentável, entre os empresários ceramistas da região, Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema) e Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Processo

Essa ação faz parte do projeto "Implementação da Eficiência Energética para as Indústrias Cerâmicas do Baixo Jaguaribe", que é uma parceria do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF), e a execução da Sema, por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Sustentável (Codes), Semace e também do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

Desde 2013 o projeto vem sendo executado na região, atendendo os municípios de Alto Santo, Aracati, Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Quixeré, Russas e Tabuleiro do Norte. Ao todo, 120 empresários do setor receberam capacitação e treinamento, com o objetivo de que eles desenvolvam e implantem em suas fábricas um modelo sustentável de atuação no âmbito da eficiência energética, promovendo a utilização racional dos recursos naturais necessários para operacionalização dessas fábricas, com implementação de práticas ambientalmente corretas, visando harmonizar a atividade com o meio ambiente.


Desafios

Um dos grandes desafios para o setor é o melhor uso de materiais alternativos para a queima nos fornos, como poda a de cajueiro, madeira de construção e outros materiais para combustão. Durante o projeto, eles aprenderam de que forma podem usar melhor esses materiais, podendo chegar a economizar 30% do seu uso. O ganho ambiental do uso eficiente é a redução nas emissões de gases que causam o efeito estuda.

Para o empresário ceramista de Russas, Célio Gomes, o aprendizado, durante os três anos de execução do projeto, lançou um novo olhar para o setor. "Quem realmente participou e quis aprender, absorveu muita coisa para melhorar os processos, tanto na fabricação, secagem e queima", conta.

O titular da Sema, Artur Bruno, destacou a importância do projeto para o setor, com o objetivo de tornar essas indústrias autossuficientes. Além disso, ele destacou uma segunda ação integrante do projeto, que é o desenvolvimento de práticas de manejo florestal sustentável, também no Baixo Jaguaribe. Nesta ação, os agricultores de 17 assentamentos da região obterão as condições de produzir e fornecer a lenha de forma sustentável e legalizada para as empresas ceramistas. As capacitações, de acordo com ele, deverão iniciar em janeiro do ano que vem.

Menos emissões

"Com essas ações, vamos ter um projeto de diminuição de lenha junto às cerâmicas com melhor eficiência energética, um projeto de reflorestamento nesses assentamentos e, dessa forma, estamos contribuindo para que o Estado do Ceará possa dar a sua parcela de contribuição na diminuição dos gases de efeito estufa, já que o País tem o compromisso internacional para 2030, com redução de 43%", ressaltou. A Associação dos Fabricantes de Telhas do Vale do Jaguaribe (Asterussas) e o Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Ceará (Sindcerâmica) foram apoiadores do projeto.

Retorno

Para o presidente do Sindcerâmica, Marcelo Tavares, apesar de o setor estar enfrentando uma crise, em decorrência do momento ruim pelo que passa a construção civil, esse projeto trará retorno futuros. "Os empresários vão se aperfeiçoando, vão vendo novas formas de produzir, com menos custos, de forma mais harmoniosa com o meio ambiente", destacou.

por Ellen Freitas - Colaboradora

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