domingo, 20 de novembro de 2016

Arcebispo de Brasília é oficializado como novo cardeal

D. Sérgio Rocha é ex-bispo auxiliar de Fortaleza. ( Foto: Divulgação )
O arcebispo de Brasília, D. Sérgio Rocha, de 57 anos, recebeu neste sábado (19), o anel e o barrete cardinalícios, no Consistório Ordinário Público, presidido pelo papa Francisco no Vaticano, para a criação de 17 cardeais provenientes de 11 países. O Colégio de Cardeais, cujas funções principais são votar em eventual conclave para eleição do papa e ajudá-lo, com assistência direta, no governo da Igreja Católica, tem agora 228 membros, dois quais 121 eleitores e 107 não eleitores, estes por já terem completado 80 anos de idade.

Os quatro cardeais eleitores do Brasil - d. Raymundo Damasceno Assis (de Aparecida), d. Odilo Scherer (de São Paulo), d. Orani Tempesta (do Rio de Janeiro) e d. João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Religiosos no Vaticano - participaram do consistório. Os outros seis cardeais brasileiros, não eleitores, são d. Paulo Evaristo Arns e d Cláudio Hummes (São Paulo), d. José Freire Falcão (Brasília), d. Serafim Fernandes de Araújo (Belo Horizonte), d. Eusébio Scheid (Rio de Janeiro) e d. Geraldo Majella Agnelo (Salvador). O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chefiou a delegação do Brasil enviada a Roma.

As insígnias entregues pelo papa aos novos cardeais têm significado especial: o anel de Pedro representa a união com o papa e o barrete vermelho significa a disposição de servir à Igreja até, se necessário, o derramamento do sangue. Francisco lembrou esses significados, em sua homilia, ao falar das dificuldades enfrentadas pelos cristãos atualmente, em várias partes do mundo. "A nossa época é caracterizada por problemáticas e interrogativos fortes em escala mundial. Vivemos em um tempo em que ressurgem, como uma epidemia nas sociedades, a polarização e a exclusão, como única forma de se resolver os conflitos", disse Francisco. Ele citou a tragédia dos refugiados que fogem de regiões em guerra e de perseguições.

Um dos novos cardeais, o italiano Mário Zenari, núncio apostólico em Damasco, salientou o drama da Síria, a cujo povo dedicou sua elevação ao cardinalato. Além de 13 cardeais com menos de 80 anos, o papa nomeou três bispos eméritos e um padre idoso pelos serviços prestados à Igreja. O padre Ernesto Simoni, de 88 anos, que passou parte de sua vida preso num campo de reeducação na Albânia, durante o regime comunista. O arcebispo emérito africano Sebastian Koto Khoara, de 87, de Lesoto, não compareceu ao consistório, por motivo de saúde. 

Os membros do Colégio de Cardeais, incluindo os cardeais criados neste sábado, concelebrarão missa neste domingo (20) no Vaticano com Francisco, na cerimônia de encerramento do Ano Santo da Misericórdia. O papa fechará então a porta principal da Basílica de São Pedro, que só é aberta nos jubileus ou anos santos. "Somos os cardeais da misericórdia", disse o arcebispo de Brasília, d. Sérgio Rocha, em entrevista à Rádio Vaticano. 

Quanto à sua elevação a cardeal, d. Sérgio observou: "Entendo que este seu gesto é acima de tudo um modo de ele (o papa Francisco) valorizar e expressar o seu amor pela Igreja no Brasil. Eu já disse a ele que o Brasil, o episcopado brasileiro, o povo brasileiro, se sentem animados por este gesto dele de nomear um cardeal brasileiro". D. Sérgio Rocha é o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

por Estadão Conteudo
   

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