Segundo a defesa de Adail Carneiro, ele está afastado da empresa há 6 anos ( Foto: Alex Costa/Agência Diário (01/04/14) ) |
A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 6 milhões em dinheiro em espécie no cofre de uma empresa, ligada ao deputado federal José Adail Carneiro (PP-CE), localizada no bairro Aldeota, em Fortaleza. A apreensão aconteceu na última sexta-feira (9).
A busca, na Locadora de Autos Ceará (Lauce), ocorreu por ordem da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ministra acolheu pedido da PF e da Procuradoria da República no inquérito da Operação Km Livre. As informações são da Agência Estado.
Outras duas empresas ligadas ao parlamentar também foram vasculhadas. De acordo com a PF, o dinheiro estava dividido em pacotes com cédulas de R$ 100. Computadores e documentos encontrados nos endereços também foram levados pelos investigadores federais. Conforme as investigações, o dinheiro seria originário de contratos com prefeituras do Interior.
Os advogados de Adail informaram que ele se desligou da empresa onde o dinheiro foi encontrado "há pelo menos seis anos", desde que foi eleito deputado estadual no Ceará, em 2010. Em 2014, ele foi eleito para seu primeiro mandato na Câmara Federal.
"Desde que eleito deputado estadual ele (Adail) afastou-se da empresa", atestou a advogada Leliana Rolim, que faz parte da defesa do parlamentar e da locadora de veículos.
A empresa alvo da PF que abrigava a fortuna atua no ramo de locação de veículos. Os advogados informaram que vão pedir a devolução dos R$ 6 milhões sob alegação de que são recursos "contabilmente comprovados".
Para a defesa do parlamentar "a apreensão é precipitada". A defesa destacou que a locadora "é uma empresa da família" do parlamentar. Segundo os advogados de Adail ele "não tem mais participação, não está mais à frente dos negócios por impedimento legal".
Comprovado
A defesa informou que foi "surpreendida" com as buscas e reiterou que o afastamento do deputado dos negócios "é um ponto absolutamente comprovado, inclusive com documentos da Junta Comercial". Sobre o volume de recursos no cofre da locadora, a defesa esclareceu. "A empresa possui uma frota numerosa, por isso os recebimentos naturalmente são frequentes pelo aluguel de veículos".
Leliana reiterou que a defesa vai tomar medidas judiciais para obter a devolução do dinheiro. A defesa assinalou que os "recursos são do caixa da empresa, tudo contabilizado, com declaração da origem".
Leliana Rolim destaca que o Código Civil "admite a moeda circulante, o livre trânsito do dinheiro em espécie".
Fonte: Diário do Nordeste
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